19/03/2015

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Portugueses são dos mais infelizes 
com a sua vida na União Europeia

Só os búlgaros estão mais insatisfeitos com a sua vida do que os portugueses, de acordo com um inquérito divulgado esta quinta-feira pelo Eurostat. Os escandinavos são os que estão mais felizes.

O Dia Internacional da Felicidade é já amanhã, sexta-feira, mas não deverá haver grandes motivos para celebrar: os portugueses estão no grupo de cidadãos europeus menos satisfeitos com a sua vida. Numa escala de zero (nada satisfeito) a 10 (totalmente satisfeito), os portugueses atribuíram à sua satisfação com a vida uma nota de 6,2, que é, ex-aequo com Grécia, Chipre e Hungria, a segunda mais baixa na União Europeia. Pior, mesmo, só a Bulgária, com 4,8. Os dados são relativos a 2013.

A nota que os portugueses atribuem à sua satisfação com a vida está também abaixo da média europeia, de 7,1. Olhando às notas que os portugueses das diferentes faixas etárias atribuem, percebe-se que a nota baixa é muito influenciada pela insatisfação dos mais velhos. Os jovens dos 16 aos 24 anos são os mais satisfeitos e atribuem uma nota de 7,5, que depois começa sempre a descer: dos 25 aos 34 já é de 6,8, dos 35 aos 49 cai para 6,3, e dos 50 aos 64 recua para os 5,7.

O único aumento de satisfação ocorre nos portugueses entre 65 e 74 anos, que atribuem 5,9 à sua satisfação com a vida. Aqueles que têm mais de 75 anos dão uma nota 5,6, a mais baixa de todos os escalões. A tendência que se verifica em Portugal é comum a toda a Europa, com raras excepções escandinavas. Os vizinhos de Espanha dão 6,9 à sua satisfação com a vida.

É na Finlândia, Dinamarca e Suécia que há cidadãos europeus mais satisfeitos: os três países dão nota 8 à sua satisfação com a vida. E na Dinamarca e Suécia, os cidadãos acima de 65 anos, em idade de reforma, estão mais satisfeitos com a sua vida do que os jovens até aos 24. Logo a seguir vêm os austríacos e holandeses, com nota de 7,8.

Suíça rivaliza com a Escandinávia
O estudo do Eurostat avalia os níveis de satisfação em quatro outros países que não fazem parte da União Europeia. Na Suíça, a satisfação com a vida é similar à da Suécia: os suíços atribuem nota 8. Na Islândia e Noruega a nota é de 7,9, muito próxima do topo. Segue-se a Sérvia, com 4,9, um dos piores resultados.

É, portanto, no Centro e Norte da Europa que os cidadãos europeus estão mais satisfeitos com as suas vidas. Nas periferias, especialmente este e oeste, a satisfação é menor.

O estudo divulgado pelo Eurostat concentra-se no indicador de satisfação com a vida porque ele é "um indicador-chave de bem-estar subjectivo". "A satisfação com a vida é um conceito multi-dimensional que é muito moldado por vários factores sócio-demográficos, que conduzem a situações de vida distintas, bem como a diferentes expectativas e preferências", lê-se no destaque da publicação.

Surpreendentemente, ou não, não é o salário que mais contribui para os europeus estarem satisfeitos com a sua vida. "As condições de saúde são um dos factores determinantes na satisfação com a vida, à frente de outros factores como a posição financeira, a situação do mercado laboral ou as relações sociais", conclui o Eurostat.

*  A infelicidade em Portugal vem da subserviência ao poder.


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