09/03/2015

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HOJE NO 
"DIÁRIO ECONÓMICO"

“Economia mundial cresceria 12%
 com igualdade na liderança"

Um estudo da OCDE revela que se houvesse mais mulheres na liderança haveria um crescimento da economia mundial, diz Linda Pereira, responsável pelo capítulo europeu da WECAI.

Aassociação mundial de empresas de 'ecommerce' lideradas por mulheres (WECAI) acaba de lançar uma representação na Europa. O capítulo europeu será liderado pela portuguesa Linda Pereira que trouxe a Portugal empresárias dos quatros cantos do mundo para debateram a implementação da ideia "Women Helping Women", revela a organizadora do evento em entrevista ao Capital Humano.
Porquê o nome 'The WOW Conference'?
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O WOW é uma abreviatura de Women of Wisdom, mulheres de sabedoria. Este conceito baseia-se na ideia de 'Women Helping Women' que está a circular em todo o mundo. A minha geração que, actualmente está no topo da carreira ou a realizar os sonhos de lançar a sua empresa, pretender criar um legado para o futuro, partilhar as suas experiências e ajudar outras mulheres a ter sucesso.
Porque é que há tantas mulheres  no 'ecommerce'?

Porque é uma forma mais fácil das mulheres entrarem no mundo dos negócios, tendo em conta as contingências sociais que a mulher encara no dia-a-dia. Muitas vezes as mulheres seguiram trabalhos menos inspiradores, por obrigações familiares, por limitações de tempo. Queremos ajudar as mulheres a seguir as suas paixões e a transformar as suas ideias em negócios. O 'ecommerce' é uma ferramenta tecnológica que lhes permite fazer isso.

A Organização Mundial de Comércio prevê que apenas em 2095 haverá igualdade entre homens e mulheres. O que é que falta fazer para se atingir a paridade?

Há coisas que não se podem impor. Trabalho há 27 anos com líderes de empresas e a experiência mostra que as mulheres também têm muita culpa. Somos muito menos afirmativas na nossa liderança, em assumir o domínio do nosso futuro e não damos a conhecer as nossas capacidades. Somos mais reservadas e viradas para o interior das famílias. Temos menos tradição de trabalhar em rede. E as redes são uma ferramenta absolutamente crucial e a mais poderosa.

E as redes das mulheres são ainda mais fortes que as dos homens...

As mulheres têm uma tradição familiar de inclusão mas não têm conseguido levar isso para o meio profissional. O facto de trabalhar em rede deu-me tudo o que tenho hoje. Existe uma expressão na Inglaterra que diz "os homens empregam pessoas que usam a mesma gravata que eles". Uma expressão irónica para falar das redes, porque o "'networking' não é quem conhecemos, mas quem nos conhece a nós". E se não nos damos a conhecer e às nossas capacidades não vamos influenciar o meio que nos rodeia.

Os estudos revelam que se houvesse mais mulheres na liderança a economiae as empresas estariam melhores...

Tenho uma paixão por países liderados por mulheres. A zona económica que está melhor neste momento é o norte da Europa onde há muitas mulheres a liderar. São economias em que não existem défices, porque as mulheres tem a preocupação em equilibrar, sempre tendo em conta a componente humana e não olham para os números com tanta frieza. Quem compra os produtos das empresas são as mulheres. Um estudo da OCDE revela que a economia mundial cresceria 12% se houvesse paridade na sociedade. Está na altura de termos mais juízo.

Qual é o objectivo do 'Women Leadership Council' que acaba de lançar?

A ideia é desenvolver estudos para analisar como estamos a evoluir em termos de paridade na liderança, porque queremos atingi-la muitos antes de 2095. Queremos criar ainda instrumentos para apoiar as mulheres empreendedoras dos países emergentes. Criar também programas de 'mentoring' que vão ajudar e aconselhar as mulheres para que progridam na carreira. 

* Nós temos um enorme respeito pelas mulheres e pelas suas extraordinárias capacidades, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. Os países do norte são normalmente bem geridos quer por homens ou mulheres fundamentalmente por questões de grande educação  e civilidade. Porque de países líderados por mulheres também temos as fraquezas de Cristina a argentina e Wilma presidente do Brasil  que se espera ter a maior recessão desde 1990, além de escândalos  ligados a "propinas".

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