12/02/2015

SARA FALCÃO CASACA

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Pelo fim da 
mutilação genital feminina

Assinalou-se mais um Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (6 de Fevereiro). A Organização Mundial de Saúde estima que a excisão total ou parcial dos órgãos genitais femininos já atingiu 140 milhões de meninas e mulheres, e que diariamente outras 6 mil podem estar em risco, o que equivaleria a cerca de 3 milhões de vítimas anualmente.

Trata-se de uma das mais cruéis formas de violência contra as mulheres, enraizada em determinados contextos socioculturais e perpetuada por dogmas religiosos. Estima-se ainda que só na Europa existam 500 mil mulheres mutiladas, estando anualmente 180 mil meninas em risco de mutilação. Não obstante todos os esforços já desenvolvidos - as convenções europeias e internacionais, a evolução dos enquadramentos políticos e legislativos, os programas de acção, o empenhamento dos mecanismos públicos, das organizações da sociedade civil, de activistas e de profissionais de áreas diversas... -, a verdade é que estes números são intoleráveis.

E só assim podem ser lidos neste ano Europeu para o Desenvolvimento e no ano em que as Nações Unidas desenvolvem esforços para ultimar as negociações da Agenda de Desenvolvimento e Direitos Humanos para 2015-2030. A Associação para a Cooperação sobre População e Desenvolvimento (P&D Factor) acabou de o recordar, apelando a uma tomada de posição: é preciso agir mais, fazer mais e melhor, mobilizar todos os recursos humanos, diplomáticos e financeiros para pôr um fim a esta atrocidade. Posição que colhe todo o meu apoio.

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão - U. Lisboa. 

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11/02/15

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