08/02/2015

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ESTA SEMANA N0
"DINHEIRO VIVO"

A natureza pode ser um bom negócio. Aqui aprende-se como

A importância de ligar os universitários à realidade empresarial é muitas vezes referida, mas raras são as oportunidades de estudantes entrarem em projetos desenvolvidos por empresas e que possam ter efeitos além do mundo académico.


Foi a pensar nisso que a EDP desenvolveu o University Challenge, lançando um desafio aos universitários para que apresentem projetos académicos com ligação à realidade.
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A lançar agora a 9.ª edição do EDP University Challenge, a companhia decidiu inovar e, ao contrário dos anos anteriores, em que o tema era intimamente ligado à energia, desafiar estudantes de marketing e comunicação a apresentar um plano centrado não na promoção da marca ou do consumo mas no desenvolvimento económico e sustentável do Baixo Sabor. O foco é a biodiversidade da região e a ideia é que as populações locais não sejam esquecidas.

As regras são simples: em equipas de dois a cinco elementos acompanhados ou não por um professor, alunos de licenciatura, pós-graduação ou mestrado cujos programas contemplem conteúdos de gestão, comunicação e/ou marketing podem inscrever-se até 10 de março e habilitar-se a um prémio de cinco mil, três mil ou dois mil euros por grupo - respetivamente primeiro, segundo e terceiro classificado - e à possibilidade de estagiar na EDP.

Desde 2007, participaram no University Challenge 2200 estudantes de cerca de 230 instituições universitárias de Portugal, Espanha e Brasil. A concretização dos projetos não é certa, mas ser distinguido pode ser o início de uma carreira. É o que diz Abdul Karim, membro do grupo que ficou em primeiro lugar em 2009 e que hoje trabalha na EDP. "Além do desafio e da desejada aproximação à realidade empresarial, olhámos o EDP University Challenge como uma oportunidade para abrir portas no mercado de trabalho. Objetivos atingidos."

Este ano, segundo o briefing do concurso, haverá uma visita de estudo a Trás-os-Montes, em abril, e os concorrentes terão de desenvolver um plano de comunicação baseado num tema decorrente da construção da Barragem do Baixo Sabor, que este ano inicia atividade - o Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal, a Ribeira da Vilariça (um berçário que recria um ambiente de desova e maternidade de peixes), o Parque Natural, a informação e sensibilização para a importância de prevenção de incêndios, a conservação de espécies exóticas na albufeira... Em causa está, refere o diretor de Marca e Comunicação da EDP, a maior reserva de água na bacia do Douro e a segunda a nível nacional.

"A barragem está inserida numa zona ambientalmente protegida, o que obriga à realização de importantes investimentos na compensação dos impactos e valorização das espécies e habitats existentes. Queremos que este investimento tenha retorno para as pessoas que ali vivem. É esse o objetivo ao lançar este desafio aos universitários do país", explica ao DN Paulo Campos Costa. "Procuramos parceiros que construam connosco e com os agentes locais oportunidades, soluções de criação de riqueza compatíveis com a conservação da natureza."

O primeiro contacto acontecerá a 9 e 10 de abril, quando os concorrentes realizarem uma visita ao Baixo Sabor. "Assim terão oportunidade de ficar com uma perspetiva geral sobre a albufeira, o território e a riqueza do património natural ali existente, bem como a visão dos responsáveis locais sobre as dinâmicas de desenvolvimento em curso", diz Paulo Campos Costa. Depois do passeio, os participantes farão as fichas de projeto até 17 de abril. Segue-se a entrega do trabalho, que terá de estar pronto até 16 de junho. Os vencedores são conhecidos em outubro. "Esperamos manter o número de participantes ao nível dos anos anteriores, apesar do caráter inovador do desafio desta edição."

Para ver e preservar no baixo sabor:

Lobo ibérico
? Só habita na Península Ibérica, tem entre 1,40 e 1,80 metros de comprimento e, no caso dos machos, pode atingir os 40 quilos de peso. As fêmeas ficam-se pelos 35 quilos. A criação de pastagens para as espécies de que o lobo ibérico se alimenta - como o corso e o coelho - e de zonas de não caça e a distribuição de cercas e entrega de cães gado a pastores são algumas das formas de garantir a sua proteção. Outrora muito abundante, a população atual de lobos ibéricos deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam o Norte de Portugal.

Zimbro
? A plantação de zimbro é uma das medidas previstas pela EDP no seu programa de proteção de espécies. Tem quase sempre um porte arbustivo e o seu "fruto" é utilizado para produzir aguardente e condimentar pratos regionais - pelo que pode ter um papel relevante nas economias locais, desde que a população seja alertada para o potencial deste arbusto. A nível mundial, a maioria das falsas bagas do zimbro é considerada demasiado amarga para ser ingerida. Ainda assim, existem registos da utilização do "fruto" do zimbro que recuam à Antiguidade Clássica.

Toupeira-de-água
? Espécie endémica da Península Ibérica e dos Pirenéus, estimava-se, em 2005, que existissem em Portugal cerca de dez mil toupeiras-de-água. Com um peso que varia entre os 50 e os 70 gramas, é um animal solitário e fugidio, que normalmente se alimenta durante a noite e que, quando se sente ameaçado, solta guinchos agudos. O animal escolhe sobretudo pequenos cursos de água fria, limpa e bem oxigenada para viver. Atualmente, a maioria das espécies de toupeira-de-água encontra-se extinta, restando apenas a Galemys pyrenaicus na Europa Ocidental e a Desmana (Desmana moschata), na Rússia.

* EXCELENTE! Precisamos de muitos mais desafios com esta qualidade


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