15/02/2015

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434.
Senso d'hoje

     
JOÃO PAULO


RODRIGUES

ACTOR E APRESENTADOR
DE TELEVISÃO
  SOBRE VIDA DE ARTISTA

Qualquer pessoa que trabalhe para os outros, que trabalhe em televisão, música, que pinte, seja o que for, é muito o lado direito do cérebro. Enquanto uma pessoa do lado esquerdo é muito sistemática, eu sempre fui muito do lado direito. Sempre fui muito distraído, muito cabeça no ar. Um artista existe para criar, para fazer os outros sonhar, para rir, seja o que for. É sempre preciso ter alguém que trate da parte mais burocrática e complexa da nossa vida.

Não digo que vá ser advogado ou juiz, mas jurista hei de ser. Hei de acabar o curso. Faltam-me para aí dez cadeiras, o último ano. Já sou finalista há muito tempo [risos]. Gostei muito do meu ano de finalista, mas foi o ano em que todas estas coisas mais recentes começaram a acontecer e tive de tomar uma decisão. Se seguia por ali ou se acabava o curso. Como não sou advogado, nem juiz, nem jurista e a minha profissão é ser comediante, ator e agora apresentador... tive de fazer a minha escolha e essa escolha foi continuar o meu trabalho, ir evoluindo e fazendo outras coisas.

As pessoas criam muitos preconceitos em relação aos outros e às vezes podem enganar--se. Considero-me um aluno razoável na faculdade, tenho média de 14, aquilo que sei, sei mesmo. Por isso, não é por ser humorista ou cantor que vou ser melhor ou pior técnico de justiça. Mas vejo-me a exercer. Porque não? Já vi mais, mas essa forma de olhar para mim com desconfiança enquanto advogado aconteceu mais quando só fazia comédia e em que só dizia asneiradas, eu próprio sentia isso em relação a mim. Mas agora já conseguiram ver que tenho uma parte mais séria, mais profunda, não tão brincalhona. Consigo fazer outras coisas...

* Excertos de entrevista ao jornal "i"

 

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