HOJE NO
"PÚBLICO"
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Há 18 milhões de euros em cauções
por receber até Dezembro
por receber até Dezembro
Algumas são inferiores a um euro, outras podem chegar aos 150. No total
há 17,96 milhões de euros em cauções de serviços de água, luz e gás
canalizado que estão por restituir e que podem ser reclamados até ao
final deste ano, segundo dados enviados ao PÚBLICO pela Direcção-geral
do Consumidor (DGC).
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O diploma que alargou o prazo de reclamação de cauções pagas em
contratos de serviços públicos antes de 1999 entrou em vigor em Janeiro.
O diploma também impôs que empresas como a EDP e a Galp ou as
autarquias e juntas de freguesia prestadoras de serviços públicos
publiquem, a partir desta segunda-feira, na Internet, as listas de
consumidores que ainda não reclamaram as cauções. Estas têm também de
ser disponibilizadas nos espaços de atendimento público dos prestadores
dos serviços de luz, água e gás.
O dinheiro das cauções está à guarda da DGC num fundo criado em 2008 - o
Fundo para a Promoção dos Direitos dos Consumidores - que tem
actualmente 19,3 milhões de euros. Destes, cerca de 1,3 milhões dizem
respeito a “juros brutos obtidos, desde a criação do fundo, através de
aplicações financeiras”, que vão sendo reinvestidos, explicou a DGC.
Seja por terem morrido sem terem deixado herdeiros, por terem mudado de
morada ou de país ou “simplesmente por desinteresse em reaver tais
quantias”, muitos consumidores ainda não reclamaram as suas cauções,
explicou a DGC. A dotação inicial do fundo, de 14 milhões, foi
engordando ao longo dos anos pois nem todas as entidades devolveram em
2008 os valores devidos. A maior parte (80%) do montante total que foi
transferido diz respeito a cauções da área da energia, sobretudo
electricidade.
Só a EDP Serviço Universal foi responsável por uma transferência de 11
milhões de euros, disse ao PÚBLICO fonte oficial da empresa. A empresa
diz que já devolveu "todas as cauções dos contratos actuais dos seus
clientes” e garante que as que estão por devolver “dizem respeito a
contratos muito antigos e cessados de clientes que na altura devida não
conseguiu contactar”. Nesta lista estão pelo menos 500 mil contratos (de
luz e gás), com um valor médio a restituir de 27,33 euros. A EDP nota,
ainda assim, que 22% das cauções têm “valor igual ou inferior a um
euro”.
A proibição de cobrança de cauções aos consumidores para garantir o
cumprimento de obrigações decorrentes do fornecimento dos serviços
públicos essenciais e a obrigatoriedade de restituição das mesmas ficou
fixada num decreto-lei de 1999.
Neste diploma reconheceu-se que a
exigência de caução vinha sendo “desvirtuada” pelos prestadores de
serviços e que se apresentava como “uma forma menos clara de
financiamento das empresas”. Apesar de terem sido postos em marcha
planos de devolução das cauções, em 2007 constatou-se que grande parte
do montante se encontrava ainda com as entidades prestadoras.
O processo passou a ser gerido pela DGC e estabeleceu-se um prazo de
cinco anos durante o qual os consumidores poderiam reclamar as cauções,
prazo que foi agora prorrogado. Segundo a DGC, desde 2008 até à data
apenas foram restituídos cerca de 36,9 mil euros (por transferência
bancária ou acerto de contas na própria factura). Destes, 22,9 mil euros
correspondiam a contratos de água, 6,2 mil euros a contratos de
electricidade e 7,7 mil euros a contratos de gás canalizado.
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É nos
contratos de gás e água que a DGC encontra maior complexidade no
processo de restituição. No caso do gás, existe cerca de uma dezena de
prestadores de serviços, mas também alguns intermediários, “o que torna o
sector bastante complexo”. “Muitas das empresas que existiam até 2007
já não existem, tendo a responsabilidade da devolução passado para
outras empresas”, diz a DGC, acrescentando que a “maior parte cobrava
cauções e tem ainda cauções a devolver”.
No caso da Galp, são “menos de cinco mil pessoas” quem têm direito a
recuperar cauções, disse ao PÚBLICO fonte da petrolífera. Os valores
oscilam entre os sete e os 150 euros e, no total, estão em causa 230 mil
euros, revelou. Segundo a DGC, as listas com os consumidores deveriam
ser publicadas na Internet e nas instalações de atendimento ao público,
mas fonte da Galp disse ao PÚBLICO que estas serão publicadas “no site
do mercado regulado (comercializadoras reguladas) e não vão estar nas
lojas”.
* Informação em tempo útil.
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