12/02/2015

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HOJE NO 
"OBSERVADOR"

Cinco segredos sobre as coisas
 que andamos a comer

Prepare-se para abrir a boca, mas de espanto, depois de ler estes cinco factos sobre como a comida é processada, reunidos no livro "Food Unwrapped", do jornalista Daniel Tapper. 

1. Um gelado de framboesa pode ser, na verdade, um gelado de castor
Que nem sempre um gelado de framboesa é feito com framboesas já todos sabemos, mas guardamos ainda a ingenuidade de pensar que os aromatizantes usados têm alguma coisa a ver com essa fruta. Abrindo uma caixa de Pandora para os amantes de frutos vermelhos, o jornalista de comida Daniel Tapper revela que o sabor a framboesa, por exemplo, é muitas vezes conseguido com recurso a castóreo, uma secreção oleosa produzida pelos castores para se impermeabilizarem. Não será o único componente, já que os sabores quimicamente fabricados podem juntar centenas de ingredientes com nomes impronunciáveis para produzir um sabor semelhante ao natural.

2. Os olhos esbugalhados dos camarões são discriminação sexual
Um estilo de vida de um camarão na Tailândia não é exatamente paradisíaco, diz Tapper no livro Food Unwrapped, lançado agora no Reino Unido: vivem em pequenos lagos artificiais abertos para a produção em massa desta espécie — sítios apertados, escuros e lamacentos onde chegam a estar milhões de camarões tigre. 
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O stress do cativeiro inibe a produção de ovos e por isso é frequente que se faça um corte num ou nos dois olhos da fêmea. Isto altera a produção de hormonas e aumenta a produção de ovos depois do acasalamento — uma prática aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

3. Os flocos que come ao pequeno-almoço são o Iron Man
Se está farto da rotina e vê os dias sucederem-se sem nada de extraordinário acontecer, passe um íman pelos flocos de milho ao pequeno-almoço e repare como há qualquer coisa a mexer-se. Isto acontece porque um dos aditivos dos cornflakes é limalha de ferro — pequenas partículas de ferro que não alteram o sabor dos cereais. Todo o processamento que o milho recebe ao chegar às fábricas retira ao produto final muitas propriedades que são adicionadas depois de cozinhados os flocos. Para além de ferro, estes cereais são ainda borrifados com ácido fólico e vitaminas A, B, C e D.

4. O sumo de laranja natural pode ter sido acabado de espremer… há dois anos
Guardar sumo de laranja durante dois anos em grandes tinas industriais não soa exatamente ao mesmo que envelhecer um vinho em barris de carvalho para que ele ganhe aromas requintados. Pode até parecer um atentado à saúde, mas Tapper garante que é seguro: para desacelerar a decomposição, as grandes indústrias começam por provocar um choque térmico ao sumo — 30 segundos acima dos 95 graus. Em seguida, introduzem nitrogénio na bebida, que vai acabar com o oxigénio, responsável pelo envelhecimento, e armazenam-na em tanques gelados com uma capacidade que pode chegar aos 40 milhões de litros. Até escoar o sumo para ser vendido, ele pode aguentar dois anos nestas condições sem se degradar.

5. A pastilha elástica também é uma super-heroína indestrutível
O que têm em comum uma pastilha elástica, o pneu de uma bicicleta, uma bola de rugby e umas luvas de lavar loiça? A borracha butílica, um ingrediente secreto que, no caso da pastilha, é usado no seu estado não tóxico. Este material é tão resistente — basta pensar num treino da seleção Portuguesa de Rugby –, que uma viagem pelo tubo digestivo é um passeio agradável. A saliva não consegue dissolver a pastilha, e os movimentos do estômago e dos intestinos nunca a chegam a partir. Ou seja, se engolir uma pastilha elástica por acidente, saiba que ela vai chegar ao fim intacta.

* Os donos da indústria alimentar estão a assassinar-nos, devagarinho.


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