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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Degradação de condições de trabalho
leva à demissão de 28 chefes
do Amadora-Sintra
Médicos
apontam como exemplo a "saída preocupante" de recursos humanos
qualificados que não foram substituídos e a incapacidade de contratar
profissionais.
A ausência de
estratégia para evitar a "contínua degradação das condições de trabalho"
no Hospital Amadora-Sintra é um dos motivos apontados pelos 28 diretores de serviço para a sua demissão, numa carta enviada à administração e ao Governo.
.
Na carta - conhecida no dia em que o Hospital Fernando Fonseca (HFF) informou que o diretor clínico, Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo - os 28 dos 33 diretores de serviço explicam as razões que os levaram a tomar esta decisão.
Os médicos referem que desde há dois anos se assiste a uma "progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial".
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que também recebeu a carta com os motivos da demissão, "há muito tempo que deveria ter havido substituição da administração e da direção clínica" do hospital.
Este hospital tem "graves problemas de gestão" e o Ministério da Saúde sabia disso "há muito tempo", disse José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa, lamentando que não se tenha tomado "nenhuma atitude profilática no sentido de substituir a direção clínica e o conselho de administração".
Para o bastonário, esta atitude do ministério "significa que avaliza todas as decisões do conselho de administração".
Para os clínicos, a atual situação do hospital "é fruto de um conjunto de circunstâncias", algumas externas, mas muitas outras devem-se ao facto de a administração e a direção clínica "não terem conseguido defender os interesses da instituição e das populações que esta serve".
Apontam como exemplo a "saída preocupante" de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a incapacidade notória de contratar profissionais, problemas do serviço de urgência e a "ausência de resposta em especialidades fundamentais", como imagiologia/neurorradiologia, anatomia patológica, anestesiologia.
"Muitos destes problemas foram previstos, ideias e medidas sugeridas atempadamente", mas "não tiveram eco na gestão do hospital", lê-se na carta, datada de 11 de fevereiro e assinada pelos 28 diretores de serviço.
Para os médicos, a direção clínica revelou uma "total incapacidade" em assumir o papel de interlocutor entre a administração e o corpo clínico, tendo o diretor clínico tentando implementar uma "série de ideias avulsas, sem qualquer sentido ou estratégia".
Para o bastonário "foi em defesa do hospital, em defesa dos doentes que os diretores de serviço tomaram esta atitude frontal e corajosa de dizer basta", como já o tinham feito, no final do ano passado, os chefes de urgência geral do HFF.
A carta está publicada no site do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que manifesta "a sua solidariedade para com os responsáveis que não desistem de lutar pela melhoria da prestação de cuidados aos seus doentes e pelas condições de trabalho dos seus colegas".
Segundo fonte oficial do HFF, está previsto para quarta-feira o anúncio da nova direção clínica da unidade hospitalar.
* Esperemos pelo desenvolvimento.
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Na carta - conhecida no dia em que o Hospital Fernando Fonseca (HFF) informou que o diretor clínico, Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo - os 28 dos 33 diretores de serviço explicam as razões que os levaram a tomar esta decisão.
Os médicos referem que desde há dois anos se assiste a uma "progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial".
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que também recebeu a carta com os motivos da demissão, "há muito tempo que deveria ter havido substituição da administração e da direção clínica" do hospital.
Este hospital tem "graves problemas de gestão" e o Ministério da Saúde sabia disso "há muito tempo", disse José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa, lamentando que não se tenha tomado "nenhuma atitude profilática no sentido de substituir a direção clínica e o conselho de administração".
Para o bastonário, esta atitude do ministério "significa que avaliza todas as decisões do conselho de administração".
Para os clínicos, a atual situação do hospital "é fruto de um conjunto de circunstâncias", algumas externas, mas muitas outras devem-se ao facto de a administração e a direção clínica "não terem conseguido defender os interesses da instituição e das populações que esta serve".
Apontam como exemplo a "saída preocupante" de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a incapacidade notória de contratar profissionais, problemas do serviço de urgência e a "ausência de resposta em especialidades fundamentais", como imagiologia/neurorradiologia, anatomia patológica, anestesiologia.
"Muitos destes problemas foram previstos, ideias e medidas sugeridas atempadamente", mas "não tiveram eco na gestão do hospital", lê-se na carta, datada de 11 de fevereiro e assinada pelos 28 diretores de serviço.
Para os médicos, a direção clínica revelou uma "total incapacidade" em assumir o papel de interlocutor entre a administração e o corpo clínico, tendo o diretor clínico tentando implementar uma "série de ideias avulsas, sem qualquer sentido ou estratégia".
Para o bastonário "foi em defesa do hospital, em defesa dos doentes que os diretores de serviço tomaram esta atitude frontal e corajosa de dizer basta", como já o tinham feito, no final do ano passado, os chefes de urgência geral do HFF.
A carta está publicada no site do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que manifesta "a sua solidariedade para com os responsáveis que não desistem de lutar pela melhoria da prestação de cuidados aos seus doentes e pelas condições de trabalho dos seus colegas".
Segundo fonte oficial do HFF, está previsto para quarta-feira o anúncio da nova direção clínica da unidade hospitalar.
* Esperemos pelo desenvolvimento.
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