25/01/2015

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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"

Social Dashboard: 
A rede social híbrida 
que mistura todas as outras

Os médicos disseram-lhe que era provável que não voltasse a falar. E se conseguisse esse milagre, ninguém iria compreendê-lo por causa do tubo que teria de usar na garganta. Aryeh Rifkin, um empresário nova-iorquino de 42 anos, provou que estavam errados.

Fala com um tubo instalado na laringe, onde um cancro quase o matou em 2010. O seu entusiasmo é visível: sozinho, criou uma nova rede social híbrida, um cruzamento entre Hootsuite, BuzzFeed, WordPress e loja de aplicações. A SocialDashboard.com está no ar desde dezembro de 2014 e ainda ninguém reparou nela. A não ser os 1,2 milhões de pessoas que passaram pelo site no primeiro mês e meio de existência.
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"Consegui o primeiro investimento, 250 mil dólares, e com esse dinheiro construí a empresa", explica ao Dinheiro Vivo, no espaço que abriu em Los Angeles. "Tivemos um crescimento explosivo. Não estava à espera que fosse tão forte."

A Social Dashboard combina um painel onde se pode gerir os perfis nas redes sociais, ao estilo HootSuite, com a criação de conteúdos do utilizador e agregação de notícias, ao estilo WordPress e BuzzFeed, e uma loja de aplicações sociais, ao estilo App Store. "Somos algo que ainda não tinha aparecido. Uma fonte de notícias, uma plataforma onde se pode criar conteúdos, e uma plataforma de apps, em que os programadores desenvolvem para nós", descreve.

Toda a equipa técnica está localizada na Índia, onde os engenheiros são mais baratos. Aryeh está em Los Angeles e está sempre a trabalhar: dorme quatro horas por noite.

Desenhou o site sozinho e foi ele quem concebeu o espaço na Pico Boulevard, inspirado nas lojas da Apple e nas incubadoras de Silicon Valley, onde organiza eventos de empreendedorismo. Procura agora um novo investimento de 2,5 milhões de dólares para dar o passo seguinte.

"Temos tido mil novos utilizadores registados por semana e está a crescer", adianta, sublinhando que não foi feito qualquer esforço de promoção nem marketing. "É tudo orgânico. Ainda não convertemos ninguém online intencionalmente."

Uma das características inovadoras da rede é a secção "Soapboxes".
O utilizador pode criar aqui as suas notícias, opiniões, entradas de blogue, o que quiser. O nome recupera um conceito antigo, que perdura na língua inglesa. Quem queria ser ouvido virava uma caixa de sabão ao contrário e subia, usando-a como um palco portátil. "É isso que oferecemos, uma plataforma para chegar a uma audiência mais alargada. É melhor que o Word-press", diz Aryeh. O site fornece dados estatísticos, para que o utilizador perceba quantas pessoas atingiu uma publicação e como se compara com os outros.

Se o plano de negócios correr como esperado, a start-up atingirá o breakeven durante o primeiro ano. A ideia é monetizar a secção de notícias com publicidade, as "Soapboxes" com patrocínios e a gestão de redes sociais com funcionalidades pagas. Depois, quer produzir os seus próprios conteúdos, como documentários, e para isso contratou uma ex-produtora do programa The Morning After, do portal hulu.com.

"Não sou o próximo multimilionário com vinte e poucos anos que não acabou o curso em Stanford. Tenho 42 anos, divorciado duas vezes, sobrevivente de cancro. Já tive outros negócios, em que tive sucesso e também falhei", diz, pressionando o tubo na garganta. Chegou a viver no carro, depois de perder tudo na crise do imobiliário em 2008. Está agora cheio de ambição. "Queremos centenas de milhões de utilizadores. Viemos para ficar."

* Estamos sempre a aprender com as revoluções na Net.


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