07/01/2015

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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Ex-empresário da cortiça 
confessa compra de faturas falsas

Um antigo empresário da cortiça, principal suspeito num processo de fraude fiscal que começou, esta quarta-feira, a ser julgado na Feira, confessou ter comprado centenas de faturas falsas, entre 2000 e 2004, mostrando arrependimento por ter lesado o Estado. 
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Na primeira audiência do julgamento, o ex-empresário, que trabalhou cerca de 30 anos no setor da cortiça, disse ter comprado faturas falsas em nome de duas empresas que comercializavam rolhas de cortiça e que eram geridas por si, mediante o pagamento de uma percentagem do valor do IVA.

Questionado pelo coletivo de juízes, o arguido explicou que teve necessidade de adquirir as faturas que não correspondiam a nenhuma transação comercial, para colmatar a compra de sacos de rolhas sem fatura.

"Havia pessoas que só me vendiam se fosse sem fatura e eu precisava das rolhas", disse o arguido, afirmando que o seu contabilista estava a par deste esquema.
Algumas das faturas fictícias foram emitidas por pessoas que o ex-empresário disse não conhecer e que lhe terão chegado às mãos através de um intermediário.

"Sei que lesei o Estado. Foi uma asneira. Se fosse hoje, não fazia isto", afirmou o arguido, que está acusado de dois crimes de fraude fiscal.
No total, o Ministério Público (MP) calcula que este antigo empresário tenha lesado o Estado em cerca de cinco milhões de euros.
Um dos vendedores de faturas era um toxicodependente que, segundo o MP, foi aliciado por outros empresários a coletar-se como empresário em nome individual e vender faturas e recibos para sustentar o vício da droga.

Juntamente com o ex-empresário estão sentados no banco dos réus mais 46 arguidos, incluindo diversos suspeitos de terem vendido as faturas emitidas em nome de firmas de fachada e sem atividade real, que também respondem por crimes de fraude fiscal.

O elevado número de arguidos e advogados obrigou a que o julgamento decorra no quartel dos Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

No início da audiência, o juiz presidente do coletivo informou que o julgamento vai ter quatro sessões semanais, de segunda quinta-feira.

Inicialmente, o processo envolvia 67 arguidos, mas o tribunal decidiu-se pela extinção do procedimento criminal relativamente a determinados acusados e outros não prestaram Termo de Identidade e Residência (TIR) ou não foram notificados do julgamento e vão ser julgados num processo autónomo.

Este é o último de três julgamentos por fraude fiscal na indústria da cortiça que surgiu na sequência de uma investigação que a Polícia Judiciária concluiu em 2004 e que resultou na constituição de cerca de 250 arguidos, espalhados por todo o país, incluindo empresários, testas de ferro e várias empresas.

* Coitado do homem, abotoou-se com 5 milhões de aéreos mas está arrependido, se fosse hoje não fazia o que fez, comovente. Deixem o homem ir a Fátima penitenciar-se, num skate de cortiça e com uma rolha de espumante enfiada naquele prosaico orifício.

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