27/01/2015

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

António Chainho: 
as cumplicidades de 50 anos
 de guitarra portuguesa

Um disco novo e dois concertos de comemoração de meio século de carreira onde o instrumentista e compositor estará rodeado de vozes cúmplices, como sempre.

A sua guitarra nunca olhou para a voz de baixo, fê-lo sempre à mesma distância, de igual para igual. António Chainho, mestre da guitarra portuguesa que celebra hoje o seu 77º aniversário, comemora os seus 50 anos de carreira com um novo disco. Cumplicidadesconta com a participação de Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, Paulo de Carvalho, Ana Bacalhau (dos Deolinda), Sara Tavares, Fernando Ribeiro (dos Moonspell), o fadista Hélder Moutinho, o cantor angolano Paulo Flores e a brasileira Vanessa da Mata, que dá voz ao tema Aprender a sorrir.
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No disco que sairá a 16 de março, editado pela Sony Music Entertainment, estarão também as vozes "de todos os dias", Ana Vieira e Filipa Pais, que atualmente acompanham Chainho, assim como o acordeonista Kepa Junquera ou o trompetista Raul D"Oliveira.

Cumplicidades será também uma comemoração dos 50 anos de carreira em modo itinerante. António Chainho subirá ao palco acompanhado de convidados a 10 de abril no CCB, em Lisboa, e a 11 de abril no Coliseu do Porto.

Há 50 anos que dedilha a guitarra portuguesa, convidou e foi convidado. Acompanhou e fez-se acompanhar. Compôs e tocou composições de outros. Aos 13 anos apresentou-se pela primeira vez em público. Na casa dos vinte estreia-se numa casa de fados, A Severa. Desde aí a sua guitarra soou com as vozes de Alfredo Marceneiro, Carlos do Carmo, Frei Hermano da Câmara, Hermínia Silva, Lucília do Carmo e Maria Teresa de Noronha.

Mas o Mestre António Chainho, alentejano de S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém, sempre deixou recado à História para que o recordasse noutros lugares que não apenas do fado tradicional, que não apenas de acompanhante.
A guitarra portuguesa que se ouve no Fura Fura de Zeca Afonso é sua. Tal como no álbum Fado Bailado de Rão Kyao. É dele a guitarra que se ouve ao lado das brasileiras Gal Costa, Maria Bethânia e Adriana Calcanhoto e com as japonesas Saky Kubota e Hideco Tchokyba, apaixonadas pelo fado.

Correu o mundo. Tocou com com Paco de Lucia e John Williams. Gravou um disco com a The London Philarmonic Orchestra. Sozinho e acompanhado em medidas difícieis de pesar, em A Guitarra e Outras Mulheres convida Teresa Salgueiro ou Nina Miranda (dos Smoke City) para a ele se juntarem e chama instrumentistas nova-iorquinos como Greg Cohen e Peter Scherer. Em 2005 inaugurou a Escola de Guitarra Portuguesa em Santiago do Cacém. Mas, para lá dessa, junto de muitos terá feito escola.

"A mim o que mais me comove são as homenagens, 'talvez por nunca estar à espera, ou quando comecei não ter imaginado sequer o que já me aconteceu." Palavras suas à agência Lusa aquando das comemorações dos seus 45 anos de carreira, em 2010. Veremos o que dirá agora. Ou que se escute apenas como continua a tocar.

Os bilhetes para a apresentação de Cumplicidades no CCB e no Coliseu do Porto estarão à venda a partir desta semana. Antes disso, Cumplicidades sobe a palco em Évora (no teatro Garcia de Resende) e Beja (Teatro Pax Julia) a 30 e 31 de janeiro, no Cine Teatro de Estarreja a 21 de fevereiro, em Loulé (Cine Teatro Louletano) a 28 de fevereiro e em Torres Vedras (Cine-Teatro) a 14 de março.

* Um verdadeiro Mestre!

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