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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
30/11/2014
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Pico Iyer
A Arte da Quietude
Para que lugar o escritor de viagens Pico Iyer mais gosta de ir? Para lado nenhum. Numa meditação lírica e contraintuitiva, Iyer lança um olhar sobre a incrível perceção que nos surge quando tiramos tempo para a quietude. No nosso mundo de constante movimento e distração, ele revela as estratégias que todos nós podemos usar para recuperar alguns minutos de cada dia ou alguns dias em cada estação. É a palestra para quem quer que se sinta sobrecarregado com as exigências do mundo de hoje.
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HELENA GARRIDO
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IN "SÁBADO"
27/11/14
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Dividir para reinar
A
falta de diálogo e confiança entre as autoridades que têm a
responsabilidade de supervisionar o sector financeiro é mais uma forma
de dar poder a quem já tem tanto.
Na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES que se iniciou esta semana, os supervisores da banca, dos seguros e do mercado de capitais guardaram segredos uns dos outros que poderiam ter contribuído para, em cooperação, resolverem mais rapidamente o problema criado pela família Espírito Santo no BES.
A criação de um Conselho que reúne todos os supervisores foi, na altura, uma resposta a esta falta de interligação entre os polícias do mercado e os do sector financeiro. Mas como nada se resolve criando instituições, tudo parece ter ficado na mesma.
Pelo que se começa a perceber, no mínimo a 31 de Julho, quinta -feira, os grandes investidores institucionais já sabiam que se preparava uma intervenção no BES, num modelo em que os accionistas perderiam tudo, mas a negociação em Bolsa prosseguiu até sexta-feira a meio da tarde. A negociação foi suspensa depois de um telefonema do governador do Banco de Portugal ao presidente da CMVM que poderia ter sido feito bastante antes.
Dividir para reinar, ou para ganhar milhões, é uma regra bem conhecida. Por mais instituições que se criem, por mais leis que se façam, se as autoridades não cooperarem haverá sempre alguém a fazer dinheiro com a falta de uma informação que só alguns têm.
Na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES que se iniciou esta semana, os supervisores da banca, dos seguros e do mercado de capitais guardaram segredos uns dos outros que poderiam ter contribuído para, em cooperação, resolverem mais rapidamente o problema criado pela família Espírito Santo no BES.
A criação de um Conselho que reúne todos os supervisores foi, na altura, uma resposta a esta falta de interligação entre os polícias do mercado e os do sector financeiro. Mas como nada se resolve criando instituições, tudo parece ter ficado na mesma.
Pelo que se começa a perceber, no mínimo a 31 de Julho, quinta -feira, os grandes investidores institucionais já sabiam que se preparava uma intervenção no BES, num modelo em que os accionistas perderiam tudo, mas a negociação em Bolsa prosseguiu até sexta-feira a meio da tarde. A negociação foi suspensa depois de um telefonema do governador do Banco de Portugal ao presidente da CMVM que poderia ter sido feito bastante antes.
Dividir para reinar, ou para ganhar milhões, é uma regra bem conhecida. Por mais instituições que se criem, por mais leis que se façam, se as autoridades não cooperarem haverá sempre alguém a fazer dinheiro com a falta de uma informação que só alguns têm.
IN "SÁBADO"
27/11/14
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FONTE: SÉRGIO MOTA
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1-HISTÓRIA
ESSENCIAL
DE PORTUGAL
VOLUME III
O
professor José Hermano Saraiva, foi toda a vida uma personalidade
polémica. Ministro de Salazar, hostilizado a seguir ao 25 de Abril, viu
as portas da televisão pública abrirem-se para "contar" à sua maneira a
"HISTÓRIA DE PORTUGAL", a 3ª República acolhia o filho pródigo.
Os críticos censuraram-no por falta de rigor, o povo, que
maioritariamente não percebia patavina da história do seu país,
encantou-se na sua narrativa, um sucesso.
Recuperamos uma excelente produção da RTP.
FONTE: SÉRGIO MOTA
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FONTE: SÉRGIO MOTA .
7-HISTÓRIA
ESSENCIAL
DE PORTUGAL
VOLUME II
O professor José Hermano Saraiva, foi toda a vida uma personalidade polémica. Ministro de Salazar, hostilizado a seguir ao 25 de Abril, viu as portas da televisão pública abrirem-se para "contar" à sua maneira a "HISTÓRIA DE PORTUGAL", a 3ª República acolhia o filho pródigo.
Os críticos censuraram-no por falta de rigor, o povo, que maioritariamente não percebia patavina da história do seu país, encantou-se na sua narrativa, um sucesso.
Recuperamos uma excelente produção da RTP.
FONTE: SÉRGIO MOTA .
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ESTA SEMANA NA
"BLITZ"
"BLITZ"
Clã entre afinidades com Sérgio Godinho e versões de Tom Waits com Samuel Úria no Vodafone Mexefest
Era noite de dupla estreia para os Clã: primeira vez no Vodafone
Mexefest e primeira a tocar no Cinema São Jorge. A banda nortenha não se
fez rogada, aproveitando não só para apresentar as canções do novo
álbum, Corrente, mas levando também consigo ao palco dois colaboradores,
um de longa data, Sérgio Godinho, e outro mais recente, Samuel Úria. E
com uma postura orgulhosamente roqueira - Manuela Azevedo em grande
forma - saiu vitoriosa da experiência.
Cinco minutos depois da hora marcada, as luzes da sala maior do São
Jorge apagaram-se e o sexteto preencheu o palco para arrancar de rajada
com "Zeitgeist", uma das canções que Úria escreveu para Corrente, e
seguir de forma frenética por "Também Sim" e "Basta". Um "concerto
especial", anunciou a vocalista, antes de avisar que, obviamente, as
canções do novo álbum estariam em destaque ao longo da atuação. "A Paz
Não Te Cai Bem", música "sobre o desamor", acalmou os ânimos e o momento
prolongou-se com uma versão minimalista e sedutora de "GTI", uma
primeira viagem ao passado acompanhada de coro tímido.
"Outra Vez" fez a ponte com o dramatismo em crescendo de "Aqui na
Terra", canção repescada a Rosa Carne que serviu como uma luva à faceta
mais aguerrida que os Clã levaram ao palco e pôs em evidência a
incontestável força interpretativa de Manuela Azevedo. Sérgio Godinho
foi, então, o primeiro convidado a subir ao palco para defender em dueto
dois temas de "palavras maravilhosas" que escreveu para Corrente:
"Curto Circuito" e "Artesanato" ganharam com o contraste das duas vozes e
nem o facto de o convidado nunca as ter cantado (justificação
suficiente para a cábula que levou consigo) conseguiu estragar um
momento que coroa afinidades de longa data.
"A Conta de Subtrair" é um dos momentos altos de Corrente e a sua
tradução para o palco transforma-o num verdadeiro portento. Ainda o
público aplaudia e já a banda seguia por nova viagem ao passado, desta
feita com "Tira a Teima" e "O Sopro do Coração", canção que marca a
primeira colaboração criativa com Godinho e "uma das mais importantes do
nosso reportório".
A introdução de "Canção de Água Doce", num duelo íntimo da voz de
Manuela Azevedo com o cavaquinho de Hélder Gonçalves, fazia antever o
que se seguiu: Samuel Úria entrou em palco para uma interpretação
emotiva, e emocionante, da "prenda maravilhosa" que deu aos Clã. O fim
do concerto aproximava-se e a banda esticou a presença de Úria em palco
para retribuir "a prenda" com um dueto intenso que colou "Teimoso", do
reportório do músico, a uma versão transpirada e enlouquecida de "Way
Down in the Hole", de Tom Waits.
* Clã sinónimo de qualidade.
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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Agricultores portugueses são
os mais idosos da UE
Os agricultores portugueses são os mais idosos da União Europeia.
Um facto que não é novo, mas que vem agravando. Em 2009, a idade média
do produtor agrícola português era de 63 anos e o ano passado estava já
nos 64. Pior, mais de 52% dos agricultores têm uma idade igual ou
superior a 65 anos. E esta é uma atividade maioritariamente a cargo dos
homens (68,3%), diz o Instituto Nacional de Estatística.
Os
dados fazem parte do 'Inquérito à estrutura das explorações agrícolas
2013', hoje divulgado, e mostram que só 6,2% dos produtores agrícolas
vivem exclusivamente desta atividade em Portugal. "Em contrapartida, em
81,1% dos agregados domésticos do produtor o rendimento provém
maioritariamente de origens exteriores à exploração, designadamente de
pensões e reformas (65,3%)", destaca o INE. Apesar disso, a grande
maioria dos produtores tenciona continuar com a atividade agrícola nos
próximos anos.
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Uma decisão que é independente da dimensão económica da exploração e da sua localização. "De
facto, apesar de um número significativo de pequenos agricultores terem
abandonado a atividade desde 2009, 95,1% afirmaram que preveem
continuar com a atividade da exploração nos próximos dois anos",
sublinha a nota do INE, explicando que os principais motivos apontados
para a continuidade "são o valor afetivo (48,3%), o complemento ao
rednimento familiar (31,4%) e a ausência de alternativas profissionais
(9,9%)". Só 8,6% dos agricultores referem a viabilidade económica.
Saiba,
ainda, que apesar da "empresarialização" da agricultura a que se
assistiu nos últimos anos - "expressa pelo crescimento do número de
sociedades agrícolas" - apenas um quarto do volume do trabalho é
contratado a mão de obra assalariada. Todo o resto assenta na população
agrícola familiar. Aliás, só em 7,9% das explorações, ou seja, em 20,7
mil propriedades agrícolas, é que há trabalhadores permanentes, num
total de 60,5 mil indivíduos.
Assiste-se, também, a um aumento da
dimensão das explorações agrícolas e a uma melhoria dos indicadores
laborais, refere o INE, que contabiliza 264,4 mil explorações agrícolas
em Portugal em 2013, menos 40,8 mil do que em 2009.
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A superfície
agrícola utilizada (SAU) manteve-se nos 3,6 milhões do hectares (39,5%
da superfície territorial), o que se traduziu no aumento da dimensão
média das explorações dos 12 hectares em 2009 para os 13,8 hectares em
2013. Número que se aproxima já da média comunitária e que é de 14,4
hectares por exploração.
Salienta, ainda, o INE que a
"empresarialização da agricultura" tem contribuído para o aumento da
eficiência do sector, "devido à adoção de processos de gestão mais
profissionais e economias de escala". Há cerca de 10 mil sociedades
agrícolas em Portugal e que, embora representam apenas 3,8% do total das
explorações, "gerem quase um terço da superfície agrícola utilizada e
praticamente metade do efetivo pecuário".
* Quandoo sr. Silva foi primeiro-ministro primou pelo desmantelamento da agricultura e pescas, ordens de Bruxelas a que obedeceu circunspecto. Depois dele nenhum ministro da agricultura percebeu que a terra é o bem mais precioso do país, se houver um terramoto a ganância do imobiliário cai mas a terra fica.
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Costa:
sonho da direita é "um pesadelo
para os portugueses"
O secretário-geral do PS afirmou este domingo que "o sonho da direita"
de ter maioria, Governo e Presidente revelou-se "um pesadelo", dizendo
que os socialistas bater-se-ão por um Presidente da República na linha
de Soares e Sampaio.
António Costa falava na sessão de encerramento do XX Congresso Nacional
do PS, levantando os delegados pela primeira vez com as suas referências
aos objectivos do seu partido para as eleições presidenciais de 2016.
Neste ponto, o líder socialista fez um diagnóstico duro: "A realização
da direita de ter uma maioria, um Governo e um Presidente revelou-se
nestes três anos um pesadelo para os portugueses", disse, recebendo as
primeiras palmas.
O secretário-geral socialista disse depois que os socialistas estão
"totalmente disponíveis para contribuir para uma candidatura saída das
fileiras do PS, ou da área do PS".
"Um Presidente da República com um perfil que, sintetizo, renove o nosso
orgulho nas presidências de Mário Soares e de Jorge Sampaio", declarou,
recebendo então uma prolongada ovação por parte dos congressistas.
Os antigos presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio ouviram
estas palavras de António Costa sentados na primeira fila de honra do
congresso.
No primeiro dia do congresso, o caso Sócrates esteve quase ausente dos discursos na reunião magna.
António Costa abordou o tema logo no discurso de abertura do Congresso,
dizendo que, "contra ventos e marés", os socialistas não se afastarão da
confiança no Estado de Direito e agradecendo aos socialistas pela
"forma exemplar" como têm enfrentado a prisão preventiva do
ex-primeiro-ministro e antigo líder socialista José Sócrates.
Na manhã deste domingo foi eleita a Comissão Nacional, o órgão máximo do
partido entre Congressos, para o qual haverá uma lista única, por
acordo entre "costistas" e "seguristas", sendo Alberto Martins o
primeiro da quota do anterior secretário-geral. Com ele, estão ainda
Álvaro Beleza, Miguel Ginestal e Rui Solheiro. Na Comissão destacam-se
ainda os nomes de Isabel Moreira, José Lello, Mesquita Machado, Gabriela
Canavilhas e Vitalino Canas.
Já no Secretariado Nacional, órgão do partido mais próximo de António
Costa, não entram apoiantes de António José Seguro nem de primeira linha
de José Sócrates. O Secretariado conta com Bernardo Trindade, Fernando
Medina, Fernando Rocha Andrade, Graça Fonseca, Isilda Gomes, João
Galamba, Jorge Gomes, Luís Patrão, Manuel Pizarro, Maria do Céu
Albuquerque, Maria da Luz Rosinha, Pedro Bacelar de Vasconcelos,
Porfírio Silva, Sérgio Sousa Pinto e Wanda Magalhães.
* Sempre nos manifestámos contra o apear de Seguro por ser extemporâneo depois de duas vitórias eleitorais. também porque ao lado de Costa iriam aparecer os piores dos "socráticos", não nos enganámos Ferro Rodrigues e Carlos César na crista da onda do oportunismo, Costa só não leva facadas nas costas dos dois porque ambos não têm onde cair mortos. Mas quem ganha a liderança do partido tem o direito de escolher.
Há alguma gente com valor no Secretariado Nacional.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Ricos (pouco) solidários
Uma em cada cinco empresas portuguesas fez, pelo menos, um donativo
de cariz social, segundo um estudo da Sair da Casca e da InformaDB.
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Num
universo de 294 mil sociedades, 54 mil contribuíram monetariamente para
causas sociais, num total de 112,6 milhões de euros, o que representa
0,07% da faturação anual ou 1,9% dos resultados líquidos antes de
impostos.
O estudo, que se refere a dados de 2012, salienta ainda que a
grande maioria (96%) dos donativos foram inferiores a 5 mil euros.
Apenas 22 empresas doaram montantes superiores a meio milhão de euros.
As grandes empresas representam apenas 0,7% do número de donativos,
mas, em contrapartida, 54% do seu valor. Ou seja, mais de 60 milhões de
euros foram entregues por grandes corporações.
Segundo o mesmo documento, entre 2010 e 2012, registou-se uma
quebra de 11% no número de empresas que fizeram contribuições de cariz
social e uma redução de 15% no respetivo valor.
No entanto, na mesma análise, que envolveu somente grandes grupos, a
quantidade de empresas que fez doações em dinheiro baixou 5 por cento.
Mas, por outro lado, o valor dos donativos cresceu 16 por cento. Em
suma, há menos grandes corporações nacionais a fazer contribuições para
instituições sociais, mas os valores são mais generosos.
Filantropos
Entre os que mais gastam em responsabilidade social estão os homens
mais ricos de Portugal. Mas isso não significa que o valor da sua
fortuna seja diretamente proporcional aos montantes que dedicam à
filantropia.
Américo Amorim, por exemplo, que é considerado o homem mais rico do
País, é apenas o terceiro maior contribuinte para ações de
solidariedade, segundo um levantamento feito pela revista Exame, com
base nos relatórios de sustentabilidade das empresas onde estes
milionários têm uma posição dominante.
Por outro lado, Belmiro de Azevedo, o maior acionista da Sonae,
contribuiu com 5,6 milhões de euros para causas sociais, mais do dobro
da doação prestada por Alexandre Soares dos Santos, da Jerónimo Martins,
o segundo maior filantropo de Portugal.
É preciso referir, porém, que, como esta análise se baseia apenas
nos relatórios de sustentabilidade das empresas, não é possível saber,
com exatidão, qual o investimento total que cada um deles fez em ações
de responsabilidade social.
Entre os vários projetos apoiados por Belmiro de Azevedo, como a
Missão Sorriso do Continente, encontra-se também o Instituto de
Imunologia Molecular da Universidade do Porto e a Junior Achievement
Portugal, uma instituição que promove o empreendedorismo de jovens em
idade escolar.
Por seu turno, Alexandre Soares dos Santos dedica parte dos suas
aplicações em responsabilidade social na área da alimentação, quer em
Portugal, quer noutros mercados onde a Jerónimo Martins desenvolve
atividade. Um exemplo é o da Biedronka, a cadeia de supermercados da
Polónia, que tem um largo investimento no combate à má nutrição infantil
e juvenil.
Quanto a Américo Amorim, os seus apoios estão mais centrados na área da educação.
O empresário, ou as suas empresas, apostam muito no desenvolvimento de bolsas de estudo para jovens licenciados.
António Mota, presidente não executivo da Mota Engil, é outro dos
milionários portugueses que desenvolvem, há vários anos, ações de apoio a
instituições sociais. Ao todo, o empresário aplica cerca de 2,1 milhões
de euros por ano em ajudas às comunidades mais carenciadas.
A filantropia não se esgota nestes grandes magnatas. Existem outras
grandes empresas que também fazem uma clara aposta na responsabilidade
social. A Caixa Geral de Depósitos é um dos exemplos, no que toca ao
setor público empresarial. O banco público é muito ativo em projetos de
apoio a desempregados com mais de 40 anos que queiram regressar ao
mercado de trabalho.
A EDP, outra das grandes corporações nacionais,
desenvolve, há vários anos, um programa de apoio a projetos de inclusão
social em bairros problemáticos.
Mais instruído, menos solidário
Pode parecer uma contradição, mas um outro estudo, feito pela
Universidade Católica e pelo Instituto Luso-Ilírio para o
Desenvolvimento Humano, mostra que os portugueses com maiores
habilitações e mais rendimento são os que dão menos importância às
questões de solidariedade.
Uma das conclusões deste trabalho é que, quando questionados sobre a
importância de ajudar o próximo, 86,5% das pessoas com o primeiro ciclo
respondem afirmativamente. Mas a percentagem baixa para 83,4% quando os
inquiridos têm o segundo ciclo e para 73,5% no caso dos que completaram
o terceiro ciclo. Esta percentagem sobe ligeiramente para 76,2%,
tratando-se de pessoas que possuem o secundário e volta a baixar para
59,2% quando as respostas são de bacharéis. Quanto aos licenciados e
doutorados, o resultado fica-se pelos 53,1 por cento.
Ao cruzar a mesma pergunta com o nível de rendimento das pessoas, o
estudo mostra que 86,4% dos que ganham menos de 500 euros mensais acham
ser muito importante ajudar os outros. E, à semelhança do nível de
literacia, esta percentagem vai baixando à medida que o rendimento
disponível sobe. Por exemplo, apenas 46,7% dos inquiridos que ganham
mais do que 4 mil euros mensais acham importante a ajuda aos mais
necessitados.
O estudo mostra, ainda, que, apesar de existir uma maior tolerância
a grupos discriminados pela sociedade, o individualismo cresceu cerca
de 10% nos últimos dez anos, em Portugal.
Uma análise que colide, em parte, com o estudo da Sair da Casca e
da InformaDB, mas que complementa a realidade da sociedade portuguesa no
que toca à responsabilidade social.
Apoios
1,9% dos lucros das empresas são para causas sociais
Banca e Seguros
€24,2 milhões - Os montantes dos donativos provenientes destes setores
Grandes empresas
€2,15 milhões - Média dos donativos das 22 maiores sociedades portuguesas - €2,6 milhões
Soares dos Santos - €2,6 milhões
Apoia vários projetos que promovem a cidadania e o empreendedorismo, tanto em Portugal como noutros países, onde tem negócios
Américo Amorim - €2,3 milhões
Apesar de ser o homem mais rico de Portugal, o industrial do Norte é o terceiro na lista dos maiores filantropos
Belmiro de Azevedo - €5,6 milhões
É através da Sonae SGPS que o empresário desenvolve uma boa parte das ações de caráter social.
* Quanto mais instruído mais forreta em relação aos mais necessitados e a maioria vai à missa.
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
PS em silêncio pelas vítimas
de violência doméstica
Silêncio na sala do Congresso do PS. Um a um foram lidos os 34 nomes das
mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal desde o início do
ano. “Uma chaga social absolutamente deplorável”, afirmou António
Costa.
Uma homenagem pela voz da actriz Maria do Céu Guerra a quem o
ex-Presidente da República, Mário Soares, fez questão de cumprimentar
com um beijo na mão.
Costa pegou na violência doméstica para recentrar o discurso nas
pessoas. “É por isso que a política é necessária. A política são as
pessoas, tem a ver com a resolução do problema das pessoas”. E invocou o
Papa Francisco, na visita que fez ao Parlamento Europeu, para concluir
que “a dignidade da pessoa humana é o valor principal sob o qual tem que
se guiar a nossa acção política”.
O final do discurso de encerramento do agora consagrado
secretário-geral do PS foi marcadamente ideológico, virado à esquerda.
Costa preocupou-se em falar para as pessoas - “os problemas de Portugal e
dos portugueses não são abstracções estatísticas, são histórias de vida
concretas” -, ao mesmo tempo que enumerava as propostas que o PS fez
para o Orçamento do Estado e a maioria chumbou, nomeadamente a
manutenção da cláusula de salvaguarda do IMI. De cada vez que Costa
referia a maioria – que se fez representar por uma delegação do PSD e do
CDS - era recebida com apupos e assobios dos socialistas presentes.
Costa destacou o desemprego e a pobreza e recordou Manuel Alegre, que
ontem teve o discurso mais à esquerda do Congresso, para criticar a
direita. “O pior que a direita negou foi o corte na esperança de cada
português e a confiança no futuro em Portugal”, acusou.
A pátria também esteve presente no discurso de Costa que lembrou o 1º
de Dezembro e os Descobrimentos para mostrar que esta não é a primeira
crise que o país enfrenta e elogiar a força que o povo português “sempre
teve para enfrentar toda a adversidade”. “Os portugueses não
desistiram”, garantiu, recebendo aplausos de pé.
Depois de ter piscado o olho à esquerda no início do seu discurso e
recusado alianças à direita, Costa terminou o discurso de encerramento a
apelar à mobilização de todos, militantes e simpatizantes, para captar o
voto aos “descrentes, aos que votaram neutro, aos que estão
desiludidos”.
* Um momento de grande emoção e dignidade no Congresso do PS.
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Portugal tem mais centros comerciais
por habitante que França, Espanha
e Alemanha
Em termos absolutos França lidera, na Europa, com 17,6 milhões de metros quadrados de centros comerciais. A Rússia ocupa agora o segundo lugar, com 17,5 milhões de m2.
Portugal tem três milhões de metros quadrados de
centros comerciais. No entanto, face ao total da população residente,
por cada mil habitantes dispõe de 267,8 metros quadros de centros
comerciais. Mais que França (com267,4 m2), Reino Unido (264 m2) e
Alemanha (173,7 m2). Espanha tem 234,8 m2 por cada mil habitantes,
segundo dados avançados pela consultora imobiliária Cushman &
Wakefield.
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Arrendar uma loja no centro de Madrid custa, em média,
245 euros por metro quadrado/mês. Muito acima dos 82,5 euros na Avenida
da Liberdade, em Lisboa.
Se olharmos para Barcelona, o cenário é ainda mais
surpreendente, pois cada metro quadrado custa €270 por mês. A
explicação, segundo os analistas da C&W, é muito simples: há menos
oferta na capital catalã e mais pressão do lado da procura impulsionada
pela forte afluência de turistas.
* Para muitos portugueses o centro comercial é a assoalhada que falta em casa.
* Para muitos portugueses o centro comercial é a assoalhada que falta em casa.
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