06/03/2014

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O QUE NÓS


RECEBEMOS






FALÁCIAS E MENTIRAS
 SOBRE PENSÕES

A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida. 

 Segurança Social 
Escreveu Jean Cocteau: “ Uma garrafa de vinho meio vazia está meio cheia. Mas uma meia mentira nunca será uma meia verdade”. Veio-me à memória esta frase a propósito das meias mentiras e falácias que o tema pensões alimenta. Eis (apenas) algumas: 

1. “As pensões e salários pagos pelo Estado ultrapassam os 70% da despesa pública, logo é aí que se tem que cortar”. O número está, desde logo, errado: são 42,2% (OE 2014). Quanto às pensões, quem assim faz as contas esquece-se que ao seu valor bruto há que descontar a parte das contribuições que só existem por causa daquelas. Ou seja, em vez de quase 24.000 M€ de pensões pagas (CGA + SS) há que abater a parte que financia a sua componente contributiva (cerca de 2/3 da TSU). Assim sendo, o valor que sobra representa 8,1% da despesa das Administrações Públicas. 

2. Ou seja, nada de diferente do que o Estado faz quando transforma as SCUT em auto-estradas com portagens, ao deduzilas ao seu custo futuro. Como à despesa bruta das universidades se devem deduzir as propinas. E tantos outros casos… 

 3. Curiosamente ninguém fala do que aconteceu antes: quando entravam mais contribuições do que se pagava em pensões. Aí o Estado não se queixava de aproveitar fundos para cobrir outros défices. 

4. Outra falácia: “o sistema público de pensões é insustentável”. Verdade seja dita que esse risco é cada vez mais consequência do efeito duplo do desemprego (menos pagadores/mais recebedores) e - muito menos do que se pensa - da demografia, em parte já compensada pelo aumento gradual da idade de reforma (f. de sustentabilidade). Mas porque é que tantos “sábios de ouvido” falam da insustentabilidade das pensões públicas e nada dizem sobre a insustentabilidade da saúde ou da educação também pelas mesmas razões económicas e demográficas? Ou das rodovias? Ou do sistema de justiça? Ou das Forças Armadas? Etc. Será que só para as pensões o pagador dos défices tem que ser o seu pseudo “causador”, quase numa generalização do princípio do poluidor/pagador? 

5. “A CES não é um imposto”, dizem. Então façam o favor de explicar o que é? Basta de logro intelectual. E de “inovações” pelas quais a CES (imagine-se!) é considerada em contabilidade nacional como “dedução a prestações sociais” (p. 38 da Síntese de Execução Orçamental de Novembro, DGO). 

 6. “95% dos pensionistas da SS escapam à CES”, diz-se com cândido rubor social. Nem se dá conta que é pela pior razão, ou seja por 90% das pensões estarem abaixo dos 500 €. Seria, como num país de 50% de pobres, dizer que muita gente é poupada aos impostos. Os pobres agradecem tal desvelo. 

7. A CES, além de um imposto duplo sobre o rendimento, trata de igual modo pensões contributivas e pensões-bónus sem base de descontos, não diferencia careiras longas e nem sequer distingue idades (diminuindo o agravamento para os mais velhos) como até o fazia a convergência (chumbada) das pensões da CGA. 

8. “As pensões podem ser cortadas”, sentenciam os mais afoitos. Então o crédito dos detentores da dívida pública é intocável e os créditos dos reformados podem ser sujeitos a todas as arbitrariedades? 

9. “Os pensionistas têm tido menos cortes do que os outros”. Além da CES, ter-se-ão esquecido do seu (maior) aumento do IRS por fortíssima redução da dedução específica? 

10. Caminhamos a passos largos para a versão refundida e dissimulada do famigerado aumento de 7% na TSU por troca com a descida da TSU das empresas. Do lado dos custos já está praticamente esgotado o mesmo efeito por via laboral e pensional, do lado dos proveitos o IRC foi já um passo significativo. 

11. Com os dados com que o Governo informou o país sobre a “calibrada” CES, as contas são simples de fazer. O buraco era de 388 M€. Descontado o montante previsto para a ADSE, ficam por compensar 228 M€ através da CES. Considerando um valor médio de pensão dos novos atingidos (1175€ brutos), chegamos a um valor de 63 M€ tendo em conta o número – 140.000 pessoas - que o Governo indicou (parece-me inflacionado…). Mesmo juntando mais alguns milhões de receitas por via do agravamento dos escalões para as pensões mais elevadas, dificilmente se ultrapassam os 80 M€. Faltam 148 M, quase 0,1% do PIB (dos 0,25% que o Governo entendeu não renegociar com a troika, lembram-se?). Milagre? “Descalibração”? Só para troika ver? 

12. A apelidada “TSU dos pensionistas” prevista na carta que o PM enviou a Barroso, Draghi e Lagarde em 3/5/13 e que tinha o nome de “contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões” valia 436 M€. Ora a CES terá rendido no ano que acabou cerca de 530 M€. Se acrescentarmos o que ora foi anunciado, chegaremos, em 2014, a mais de 600 M€ de CES. Afinal não nos estamos a aproximar da “TSU dos pensionistas”, mas a … afastarmo-nos. Já vai em mais 40%! 

13. A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida. Neste momento, comparo o fácies da ministra das Finanças a anunciar estes agravamentos e as lágrimas incontidas da ministra dos Assuntos Sociais do Governo Monti em Itália quando se viu forçada a anunciar cortes sociais. A política, mesmo que dolorosa, também precisa de ter uma perspectiva afectiva para os atingidos. Já agora onde pára o ministro das pensões? 

 P.S. Uma nota de ironia simbólica (admito que demagógica): no Governo há “assessores de aviário”, jovens promissores de 20 e poucos anos a vencer 3.000€ mensais. Expliquem-nos a razão por que um pensionista paga CES e IRS e estes jovens só pagam IRS! Ética social da austeridade?


* O autor, BAGÃO FÉLIX, é economista tendo sido ministro da Segurança Social no governo de coligação presidido por Durão Barroso e ministro das Finanças presidido por Santana Lopes, dois governos de coligação PSD/CDS.



Obrigado TÓ CUNHA pelo envio


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MENSAGENS SUBLIMINAIS


DE ÍNDOLE SEXUAL







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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"

Índice de preços dos alimentos com 
maior aumento desde meados de 2012

Os preços dos alimentos no mundo sofreram o maior aumento mensal em fevereiro desde meados de 2012, atingindo uma média de 208,1 pontos, devido às variações climáticas e ao aumento da procura, segundo o índice mensal publicado pela FAO.
 
Este resultado representa 5,2 pontos – 2,6 por cento – acima do índice revisto de janeiro, mas ainda assim encontra-se 2,1 por cento abaixo do índice de fevereiro de 2013, precisou em comunicado a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e da Alimentação (FAO), que tem sede em Roma.
Estes novos dados surgem ao mesmo tempo de notícias de aumento nos preços do trigo e milho em resposta aos recentes acontecimentos na Ucrânia, mas o aumento do índice de fevereiro não se pode atribuir a estes eventos, segundo a FAO.

As condições de mudança na Ucrânia e Rússia – dos mais importantes exportadores de cereais – influirão possivelmente no valor do índice no próximo mês, referiu a organização.
O índice, baseado nos preços de um cabaz de produtos alimentares no comércio internacional, apresentou aumento em todos os grupos de produtos básicos, com a exceção da carne, que reduziu ligeiramente.

Os aumentos mais fortes em relação a janeiro são do açúcar (6,2%) e óleos (4,9%), seguidos dos cereais (3,6%) e dos produtos lácteos (2,9%).

“O aumento deste mês acontece depois de um longo período de declínio nos preços dos alimentos em geral. No entanto, é muito cedo para dizer que se trata de uma verdadeira inversão de tendência”, disse Concepción Calpe, economista da FAO.

“A situação climática é provavelmente um vetor importante que impulsiona a alta dos preços de certos produtos básicos, como o açúcar e o trigo, mas o brusco aumento da procura é um outro fator que atinge os preços do milho, laticínios e óleos”, acrescentou.

* Mais fome!


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XIV- O UNIVERSO


  2- O LIMITE 

DO ESPAÇO








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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Para pedir dinheiro a Bruxelas cai 
o milagre das PME exportadoras

Ministério da Economia preparou diagnóstico que justifica a atribuição de fundos comunitários.

Para o vice-primeiro-ministro Paulo Portas o crescimento das exportações é "sustentável". Mas para o ministro da Economia, António Pires de Lima, as exportações portuguesas "manifestam dificuldades em consolidar as realizações alcançadas". 


Quer dizer que o Governo não se entende sobre o progresso da economia portuguesa em matéria de exportações? Não. Quer dizer que uma é a mensagem para consumo interno - e a outra destina-se a Bruxelas, para viabilizar a chegada de fundos comunitários.

* Mentem cá dentro e também lá fora.


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JACQUE FRESCO


SUSTENTABILIDADE GLOBAL





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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Manifesto PSD/CDS inspirado nos
 "101 Dálmatas"

Democratas-cristãos escolhem diretora da Segurança Social de Setúbal para 8.º da lista.

"Este manifesto é um manifesto já da geração das redes sociais, este texto programático que aqui têm, este manifesto, está organizado em 101 tweets, tantos como os dálmatas [101], todos e cada um deles com menos de 300 carateres", sintetizou ontem, em Lisboa, o cabeça de lista da coligação PSD/ /CDS ‘Aliança Portugal’, Paulo Rangel, que contará com Ana Clara Birrento, diretora da Segurança Social de Setúbal, no 8º lugar pela quota do CDS.

Horas antes de ser conhecido o nome do CDS, Rangel atacou o líder do PS, António José Seguro, por "zombar" da imagem do País na sua estada em Londres. "Porque é que vai ao estrangeiro fazer um retrato negro, e ainda por cima falso, erróneo, porque os sinais de recuperação económica reconhecidos por todas as instâncias internacionais já estão aí? Responda, por favor, porque razão vai aos estrangeiro fazer um retrato que só pode piorar e prejudicar os portugueses?", questionou Rangel, deixando o desafio ao líder do PS. Quanto ao manifesto, a coligação dividiu-o em quatro partes, prometendo ser uma " voz credível, com arrojo e ambição".

No Conselho Nacional do CDS, Paulo Portas anunciou Ana Clara Birrento, militante do partido desde os anos 80, para 8º da lista da coligação. Portas justificou a opção pela ligação da candidata à área social. Assim, o eurodeputado Diogo Feio sai do Parlamento Europeu e Portas não se esqueceu de elogiar o seu trabalho.

* Poderá ser chamado o "Manifesto Béubéu"


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JOSÉ PACHECO PEREIRA

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A Europa que nunca se debate

Caminhamos para uma nova eleição para o Parlamento Europeu e já sabemos de antemão que as questões europeias não vão ser debatidas. Podemos desejar que seja diferente, mas é assim por razões tão poderosas que nem vale a pena passarmos o tempo dessas eleições a lamentar-nos por isso não acontecer.

Não será por vontade dos principais candidatos, que certamente desejariam e vão tentar fazê-lo, principalmente Paulo Rangel e Francisco Assis, nem sequer por vontade da coligação PSD-CDS, que também preferiria, já por outras razões, que o debate fosse sobre a Europa e não sobre o estado de Portugal. Mas isso não vai acontecer por uma razão de fundo que é incontornável: o debate europeu não faz parte de qualquer agenda que os povos considerem “sua”, que possa ser prioritária em países como Portugal e, aliás, em quase todos os países da União Europeia. A participação dos povos das nações europeias foi e é persistentemente posta à margem de todas as decisões importantes tomadas no âmbito da União Europeia, por isso, não se pode esperar que atribuam qualquer interesse a mobilizar-se para votar para uma instituição que não lhes diz nada e que não sentem como relevante para a sua vida, neste caso o Parlamento Europeu.
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Os únicos a quem a questão europeia mobiliza são os adversários da União Europeia, seja do próprio processo de integração europeu em geral, seja da actual configuração da União, com a combinação de um directório de facto, com uma gigantesca burocracia que se autojustifica como uma tecnocracia que “sabe” contra políticos e parlamentos que “não sabem” e são apenas ruído. E ilude-se quem não perceba que os sentimentos antieuropeus são hoje muito mais próximos do povo e da sua vontade do que o europeísmo utópico, de engenharia política antidemocrática e iluminada. Não encontrando no mainstream da vida política um reflexo das suas mais que justificadas preocupações sobre o curso autoritário e antidemocrático, falsamente federalista, mas inigualitário, com uma enorme duplicidade de critérios no tratamento das nações entre o Norte e o Sul, votam em partidos como a Frente Nacional em França, ou no UKIP no Reino Unido. O sobressalto hipócrita sobre o “ascenso da extrema-direita”, muitas vezes dirigido a partidos que são apenas eurocépticos, mas que não tem sentido demonizar como sendo de extrema-direita, reflecte mais os erros crassos dos europeístas do que um surto de nacionalismo antieuropeu.

É interessante, aliás, verificar que mais facilmente os europeístas classificam as posições dos seus adversários a partir do binómio nacionalismo-integração, não aceitando discutir que mesmo o soberanismo renascente nalguns países (não em todos) se deve a outra coisa, que, essa sim, eles evitam a todo o custo discutir: o curso autoritário e antidemocrático da União Europeia, que se acentuou muito na última década. E esse é um problema gravíssimo, que gera efeitos perversos, incluindo o renascer soberanista e mesmo nacionalista.

Veja-se o modo como a União Europeia, pela voz de Durão Barroso e mais mil e um comentaristas europeístas, reagiu aos resultados recentes do referendo suíço limitando a emigração – ameaçando os suíços porque votaram “mal”. Eu teria votado contra as propostas referendárias suíças sobre a emigração, e considero que é de criticar o seu resultado, mas nunca me esqueço que os suíços votaram livremente e que é suposto em democracia respeitar-se o resultado das votações. É, aliás, péssima esta tendência na União de não aceitar resultados, quando eles vão contra a ortodoxia dominante nas elites burocráticas e governamentais que a governam, e de exigir um determinado resultado, realizando-se quantos referendos sejam necessários até esse resultado se obter. Ou, pior ainda, quando um resultado é um “não” a um política crucial da vanguarda europeísta da União, como aconteceu com a Constituição Europeia na Holanda e na França, abandonar qualquer consulta popular e introduzir à socapa as mesmas medidas chumbadas no voto popular noutros documentos apenas aprovados entre governos, como aconteceu com o Tratado de Lisboa.

A hipocrisia face ao voto suíço vem de que, bem vistas as coisas, a legislação proposta não é assim tão diferente de outra legislação semelhante na União Europeia, em particular fora do Espaço Schengen, e que mesmo dentro dele as normas nacionais restritivas da livre circulação das pessoas são habituais e acompanhadas por práticas muito para além das leis, como os ciganos romenos ou búlgaros podem testemunhar. Acresce que Lampedusa é na Europa da União e não na Suíça.

Uma das razões pelas quais as pessoas, a começar pelos portugueses, não têm o mínimo interesse pelo debate europeu e vão naturalmente “impregnar” estas eleições de questões nacionais é que todas as decisões fundamentais sobre o seu destino, quer as que conhecem, quer as de que suspeitam, quer as que ignoram são cada vez mais tomadas fora de Portugal por governos estrangeiros, que, eles próprios, actuam em função dos seus interesses nacionais, ou por uma burocracia iluminada que não vai a votos, nem tem de se preocupar com legitimidades eleitorais.

É exactamente porque o debate europeu é subvalorizado que ninguém cuida das posições dos candidatos. Paulo Rangel é o mais europeísta de qualquer candidato europeu até agora. Basta assistir às suas intervenções e ao que escreve, por exemplo no PÚBLICO, para ver como ele é um crítico da própria ideia de soberania e independência, e é favorável a uma deslocação de muito do processo decisório do Parlamento português para instâncias europeias, como, aliás, está a acontecer já com o direito de veto por Bruxelas do Orçamento português no âmbito do Pacto Orçamental, ou seja, sem ser em situação de “emergência financeira”, como normalidade. Os portugueses são cuidadosamente mantidos à parte de um processo de minimização daquilo que é a função fundamental de um parlamento numa democracia, votar o Orçamento. Foi a reivindicação de “no taxation without representation” que iniciou a guerra da independência americana contra os ingleses.

Rangel entende que não basta que este processo seja de facto, deve ser também de jure, como defendeu num debate na Fundação Soares dos Santos. Num artigo recente congratula-se com a deslocação da decisão constitucional do âmbito nacional, no caso alemão, para o Tribunal Europeu, o que, por analogia, implicaria que no caso português uma subordinação da Constituição Portuguesa a um direito constitucional da União, que era uma das tendências implícitas na chamada "Constituição Europeia", chumbada pelo voto em vários países.

No PPE ele alinha com o europeísmo mais extremo, onde até agora o próprio PSD era muito mais moderado, mas, como ninguém cura de ser coerente nestas matérias (com excepção de Rangel), mas apenas utilitário e pragmático, já há candidato e basta. Como de há muito tempo sei que o CDS engole tudo que se lhe põe no prato, é interessante ver como este partido, recentemente convertido à “eurocalmaria”, pode fazer parte de uma lista encabeçada por um “euro-extremista”. Ter posições próprias e pensadas é um mérito de Rangel, que facilita e dá transparência ao debate, mas desconheço como é possível compatibilizá-las com as posições tradicionais do PSD e do CDS, muito mais conservadoras no plano europeu.

Com candidatos como Rangel e Assis, que é bastante próximo de muitas posições de Rangel, o debate europeu ficará prejudicado por se fazer apenas dentro de uma ortodoxia europeísta que, no meu ponto de vista, de há muito perdeu o contacto com a realidade das nações europeias, com aquilo que é hoje a União Europeia, e com a vontade dos povos e nações da Europa. Estamos dentro de um voluntarismo iluminado, que responde aos problemas acentuando a mesma receita e que só pode continuar a existir e a moldar a União se não for a votos, a começar pelo voto referendário que é o que melhor exprime um “sim” ou “não” a questões que são simples, mas que ninguém quer colocar com clareza. Por tudo isto, para a reflexão sobre a Europa as eleições para o Parlamento Europeu serão inúteis. Já não acontecerá o mesmo sobre a política portuguesa.

Historiador

IN "PÚBLICO"
01/03/14



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HOJE NO
"PÚBLICO"

Doentes com cancro da pele e da próstata
. são os que mais esperam por cirurgia

Dados do primeiro semestre de 2013 mostram que há mais operações a doentes com cancro mas que não chegam para a procura, pelo que o tempo de resposta está a aumentar. Uma tendência contrária ao global das cirurgias do país.

No espaço de seis anos, o número de pessoas a dar entrada na lista de inscritos para uma cirurgia oncológica cresceu quase 25%, ao mesmo tempo que o número de operados fora dos tempos aconselháveis caiu para metade. O problema é que a tendência de descida que vinha a acontecer desde 2007 foi invertida no primeiro semestre de 2013, com os doentes a terem de esperar em média 24 dias, quando no mesmo período do ano anterior só esperavam 19. Os casos com cancros da pele e da próstata são os que mais aguardam.
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Os dados são da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e fazem parte do Relatório Preliminar do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia), relativo ao primeiro semestre de 2013, que acaba de ser publicado e que mostra que a área da oncologia segue uma tendência diferente do resto das intervenções, nas quais o tempo de espera melhorou. Para a ACSS, “o aumento do número de inscritos é o esperado” tendo em consideração que todos os anos o número de casos de cancro cresce e que há também um “desejável aumento da detecção mais precoce”.
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Em relação ao primeiro semestre de 2012, os hospitais públicos fizeram mais 2,9% de intervenções cirúrgicas a neoplasias malignas, com um total de 22.321 doentes operados. Porém, o acréscimo de produtividade não foi suficiente para travar o aumento do tempo de espera que subiu cinco dias, de 19 para 24 dias. Esta derrapagem teve também tradução na percentagem de doentes que ainda são operados foram dos tempos recomendáveis para as doenças em causa: em 2013 eram 22,6%, quando no ano anterior eram 22,4%. Além disso, o número de pessoas que ainda aguardavam operação no fim do semestre é também o mais elevado dos últimos seis anos, já que no primeiro semestre de 2007 eram 3501 e agora eram 3725.

Cirurgias mais complexas
O coordenador do SIGIC, Pedro Gomes, considera que só com os dados anuais fechados se poderá fazer uma análise global, mas defende que o primeiro semestre, “tendo em consideração o contexto de crise em que vivemos, apresentou resultados melhores do que os esperados”, com “uma estabilização em termos de entradas” de doentes para a lista e aumento geral da produtividade. Quanto à área da oncologia em concreto, em declarações ao PÚBLICO, Pedro Gomes admite que “não se está a conseguir dar resposta ao aumento da procura”, e acrescenta que a área precisa de “uma atenção especial”. O responsável sublinha que há operações cada vez mais complexas nos casos de cancro, que tomam mais tempo e mais recursos financeiros, pelo que é necessário ter isso em consideração quando se olha para alguns hospitais que estão a realizar menos cirurgias.
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Quanto aos grupos com mais problemas de espera, as neoplasias malignas da pele são as que aguardam mais dias (26) e em que mais gente é operada fora do prazo (32,5%). Segue-se o cancro da próstata, em que a espera em dias é maior, com 34 dias, mas a percentagem de pessoas operada fora do prazo previsto na lei baixa para 29,2%. Alguns cancros da região torácica são os que menos esperam, com uma média de 13 dias e apenas 11,8% de intervenções fora do tempo recomendado. Já os casos de cancro da mama esperam 16 dias, sendo que a percentagem fora do desejável se fica pelos 7,4%.
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Olhando para a actividade concreta dos três Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) do país, as unidades que mais operam nesta área, verifica-se, pelo contrário, que estão a realizar menos cirurgias. No primeiro semestre de 2013, o IPO do Porto realizou menos 3,5% de operações (tanto a tumores benignos como malignos) do que em igual período de 2012 – apesar de cada cirurgião ter realizado, em média, 96 cirurgias, um número bastante acima das 85 previstas. No IPO de Coimbra, no mesmo período, as cirurgias caíram 6,6% e a média por cada cirurgião é de apenas 65 cirurgias. Já o IPO de Lisboa viu a sua actividade cair 8,4%, com uma média de quase 82 operações por médico.

Doentes encaminhados através de convenções cai para metade
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A ACSS apresenta também dados relativos a todas as cirurgias realizadas nos hospitais públicos e que, ao contrário da área oncológica, apresentaram no primeiro semestre de 2013 o “mais baixo tempo de espera” desde 2007, o ano a partir do qual são apresentados os dados neste relatório. Até Junho foram realizadas mais de 281 mil intervenções, o que representa um crescimento de 0,3% em relação ao período homólogo. Aqui, ao contrário dos casos de cancro, houve menos entradas na lista de espera para cirurgia e há também menos gente a aguardar uma vaga. Até Junho o tempo de espera ficou nos 2,9 meses, uma quebra de 12,1% em relação a 2012. Ao todo, 13,4% dos casos foram operados fora do tempo (no ano anterior eram 14,8% e em 2007 eram 44,7%). No que diz respeito a diferenças por zonas geográficas, os doentes do Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Algarve são os que mais esperam por uma cirurgia e que mais ultrapassam os tempos previstos na lei.
Ao mesmo tempo que os hospitais públicos viram a sua actividade aumentar, o sector convencionado viu cair quase para metade o número de doentes encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde por terem ultrapassado em 75% o tempo de espera recomendado. No primeiro semestre de 2012 o sector convencionado recebeu 15.166 pessoas nestas circunstâncias e em 2013 apenas 8306.

* É importante valorizar o SNS


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5-SOCIOLOGIA




ÚLTIMO EPISÓDIO


A sociologia é a parte das ciências humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela psicologia, a sociologia tem uma base teórico-metodológica voltada para o estudo dos fenômenos sociais, tentando explicá-los e analisando os seres humanos em suas relações de interdependência. Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos da sociologia.



Este telecurso com o patrocínio dos industriais de S. Paulo - Brasil, ensina de uma forma cativante os princípios básicos desta ciência, sem peneiras e com eficácia.




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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Britânico de 13 anos constrói 
reator de fusão nuclear

Jamie Edwards, um adolescente britânico de apenas 13 anos, tornou-se o cientista nuclear mais novo da história ao ter conseguido construir um reator de fusão nuclear, na escola, superando o recorde anterior, que era detido pelo americano Taylor Wilson, de 14 anos, desde 2008, noticiaram os jornais 'ABC' e 'Daily Mail'.

O feito conseguido por Jamie só foi possível graças à sua escola, a Penwortham Priory Academy, em Lancashire, no Reino Unido, a qual lhe disponibilizou um orçamento de 3 350 dólares (cerca de 2 500 euros) para que ele realizasse o projeto com o auxílio de professores. Para isso, necessitava de materiais menos comuns, como, por exemplo, uma câmara de vácuo ou uma barra de alumínio. 

O jovem trabalhou arduamente no projeto, ocupando todo o seu tempo livre a desenvolvê-lo. Durante o processo, o "cientista nuclear amador", como ele se autointitula, foi dando conta de todos os passos no seu blogue. Um dos maiores obstáculos que teve de enfrentar foi localizar e fechar fugas na câmara de vácuo, mas também alguma relutância dos professores com quem trabalhava, refere um artigo hoje publicado pelo diário espanhol 'ABC'. 

Jamie deu a notícia sobre o seu reator de fusão nuclear - que assenta na ideia extrair energia da junção de átomos -, a poucos dias de fazer 14 anos, notou o jornal britânico 'Daily Mail'. No último post do seu blogue, Jamie escreveu: "Terminei ontem [quarta-feira dia 5 de março] o reator (...) às 11.30. Só estou à espera que o fusor.net confirme que consegui mesmo uma fusão. Mas olhando para os resultados, eu diria que sim". 

* Inteligência juvenil.


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Celine Dion


My Heart Will Go On




Oscar 1998




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HOJE NO
  "RECORD"

Meia Maratona de Lisboa encerra
. inscrições com 38 mil participantes

A Meia Maratona de Lisboa fechou esta quinta-feira as inscrições, a pouco menos de duas semanas de prova, com 38 mil participantes, um número ligeiramente abaixo do recorde de presenças na competição, na ordem dos 40 mil. 

A informação foi avançada pela organização, a cargo do Maratona Clube de Portugal, referindo que, apesar de ainda haver solicitações para as provas (meia maratona e míni maratona), viu-se obrigada a fechar as inscrições.

"Mesmo com toda a minha experiência, estes números conseguem surpreender-me, mas a verdade é que de ano para ano há mais pessoas e cada vez mais cedo a inscreverem-se nas nossas provas", salientou o presidente do Maratona, Carlos Móia.

Num comunicado enviado à imprensa, o dirigente lembrou que a prova se realiza há 24 anos e que, nesse tempo, uma adesão como a que acontece nos dias de hoje era algo "completamente utópico".

A corrida, a disputar a 16 de março, contará com atletas que já venceram algumas das maiores e melhores meias maratonas e maratonas do mundo, tais como Berlim, Milão, Stramilano, Shangai, Barcelona, Tóqui, Roterdão, Bruxelas, Paris, Viena, Boston, Toronto, Hamburgo e Dublin.

Nesta edição, a Meia Maratona de Lisboa "oferece" 50 mil euros aos atletas masculinos e femininos que consigam bater o recorde do mundo na distância. O recorde feminino pertence à queniana Florence Kiplagat (1:05.12 horas) e o masculino ao eritreu Zersenay Tadese, com os 58.23 minutos estabelecidos precisamente na Meia Maratona de Lisboa, em março de 2010

* A Meia Maratona de Lisboa é uma festa!

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 CORRIDA ESPETACULAR





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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Chamadas de telemóvel aumentaram 9,6%

O tráfego de voz nas redes móveis subiu 9,6% no quarto trimestre do ano passado, face a igual período de 2012, impulsionado pelo lançamento de ofertas com chamadas ilimitadas, anunciou a Anacom. 

Em comunicado, a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) refere que o volume de minutos de conversação originados nas redes móveis aumentou no quarto trimestre, tendo registado também um aumento face aos três meses anteriores, de 3,2%. 

Esta subida, em cadeia e homóloga ficou "acima do limite superior do intervalo de previsão resultante da tendência histórica e do efeito sazonal estimado", pelo que a Anacom considera que este aumento "dever-se-á ao lançamento de ofertas com chamadas ilimitadas". 

A duração média das chamadas com origem nos telemóveis, excluindo placas, modem e outros equipamentos, no quarto trimestre, "foi de 150 segundos", mais três segundos que nos três meses anteriores. 

Entre outubro e dezembro, existiam em Portugal cerca de 4,7 milhões de utilizadores efetivos de banda larga móvel, "número que traduz um acréscimo de 9% face ao trimestre anterior e de 5,7% em termos homólogos", adianta o regulador. 

Os clientes deste tipo de serviço representam mais de um terço (35,3%) do total de estações móveis com utilização efetiva (13,2 milhões).
"O crescimento da utilização deste serviço está associado à Internet do móvel, nomeadamente aos tarifários que integram voz e dados móveis, e à crescente penetração dos 'smartphones' [telemóveis inteligentes]", adianta. 

Em relação ao serviço de envio de mensagens escritas, os utilizadores enviaram cerca de 6,5 mil milhões, menos 6,1% que um ano antes.
"O número médio mensal de mensagens enviadas por utilizador de serviço foi de 286 (290 no período), o que representa cerca de 10 mensagens por dia. O tráfego de mensagens tem sofrido um abrandamento nos últimos trimestres devido ao aparecimento de formas de comunicação alternativas", acrescenta a Anacom, em comunicado.
"O número de mensagens de valor acrescentado foi de 24,7 milhões", o que representa 0,4% do total de mensagens enviadas.
Em relação ao envio de mensagens multimédia (MMS), videochamadas e televisão no telemóvel, este é "relativamente reduzido". 

 O tráfego destes serviços "registou decréscimos neste trimestre (de 10,1% no caso das mensagens multimédia, de 1,6% no caso das videochamadas e de 5,3% no tráfego de serviço mobile TV", face ao terceiro trimestre de 2013. 

O número médio de utilizadores de 'roaming' [chamadas efetuadas no estrangeiro] foi de 7,3% do total das estações móveis efetivamente utilizadas, excluindo placas, modem e outros equipamentos.
"O tráfego de 'roaming out', em especial o tráfego de Internet, aumentou em relação ao trimestre homólogo", o que poderá estar associado "à descida de preços do 'roaming' ocorrida em 2013". 

No final de dezembro, a penetração do serviço móvel era de 159,8 por 100 habitantes, com utilização efetiva a ser de 126 por 100 habitantes, conclui o regulador.

* Há sempre dinheiro para a cusquice.



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DOUTRO SÉCULO



AS POSES SEDUTORAS



DOS ANOS 50/3


































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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Mota-Engil anuncia investimento
 em duas novas empresas em Angola

O Grupo Mota Engil anunciou esta quinta-feira em Luanda que vai investir em duas novas empresas em Angola, e que o investimento de 2 milhões de euros já foi aprovado pela Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP).

O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil, António Mota, à saída de uma audiência com o Presidente angolano José Eduardo dos Santos.

As duas empresas a constituir irão operar nos sectores da recauchutagem e reciclagem de pneus e na montagem de redes de alta e baixa tensão eléctrica.

Segundo a sua página na Internet, o Grupo Mota-Engil está em Angola desde 1946, onde tem actualmente 12 empresas ligadas aos sectores da construção civil, cerâmica, trefilaria, prefabricados, aluguer de equipamentos e transportes, sinalização, transportes marítimos, projectos de arquitectura, águas e tratamento de lixos.

* Alguém disse que investir nas ditaduras dá prejuízo???


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ORIENTANDO
ou
ATRAPALHANDO?





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HOJE NO
"OJE"

Portugal arrecadou mais de 
1000 milhões na venda de passes 
de jogadores de futebol

Portugal é um dos grandes players mundiais na transferência de jogadores e na última década o país vendeu mais de 1000 milhões de euros em passes de jogadores, afirmou Mário Figueiredo, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, durante a conferência do International Club of Portugal, que decorreu ontem em Lisboa.

O gestor adiantou que Portugal é, de acordo com um estudo encomendado pela Comissão Europeia à Universidade de Limoges, o único país europeu com um saldo positivo no balanço entre compras e vendas de jogadores. Mário Figueiredo realçou, no encontro do ICPT, que não são apenas os três grandes (Benfica, Sporting e Porto) a vender passes de jogadores.

Mas também os clubes do meio da tabela fazem vendas para o estrangeiro. Este modelo de negócio permite o equilíbrio de contas dos clubes que, sem este recurso, estariam em situação de insolvência.

Mário Figueiredo realçou o facto de o país apresentar um PIB modesto - 17.º lugar no conjunto dos países da UE - mas ter uma indústria de futebol forte, com a UEFA a colocar Portugal no 5.º lugar do ranking europeu de forma consistente. A França está atrás de Portugal no ranking da UEFA quando é a terceira economia europeia.

Esta situação é caso único na Europa "onde existe uma correlação entre o dinheiro e a performance desportiva", afirma. "Temos algo de especial, temos uma indústria de futebol altamente qualificada" e adianta que nenhum clube português faz parte dos 20 mais ricos da Europa, mas em termos de performance desportiva o Benfica está em 6.º lugar e o Porto em 11º. O que significa que a capacidade desportiva está acima da capacidade económica.

O gestor atribui este facto à globalização que também aconteceu no mundo do futebol. O principal exportador de jogadores de futebol é o Brasil e o facto de Portugal e o Brasil darem estatuto de igualdade permitiu a entrada de atletas da América do Sul no futebol europeu de muito milhões. Portugal ficou também a ganhar com brasileiros na seleção nacional, sendo que Portugal tem servido de "porta de entrada no mercado europeu".

Estes números serviram para Mário Figueiredo avançar com as suas ideias de renovação no futebol nacional. "Estamos overperforming", afirma, sendo que o modelo de 18 clubes na I Liga permitirá manter a nossa competitividade.

Três das 15 maiores transferências de sempre no mundo do futebol nos últimos anos aconteceram com atletas nacionais. O gestor sublinhou que "numa altura de crise, o futebol português é uma indústria exportadora e consegue ter uma balança de pagamentos positiva, o que outros setores não conseguem".

Os clubes de futebol em Portugal apresentam fracas receitas correntes, sendo que a receita extraordinária com a venda de passes de jogadores acaba por ser a principal receita. "Os nossos clubes vivem uma situação financeira frágil, com capitais próprios negativos e muitas vezes com os ativos de longo prazo a serem suportados por ativos de curto prazo".

Acrescenta que nos últimos anos de crise bancária os clubes têm muitas dificuldades em cumprirem com as obrigações. Os ativos dos clubes duplicaram nos últimos 10 anos, mas os passivos subiram muito mais, enquanto os capitais próprios tendem para níveis negativos.

O modelo tradicional de receita dos clubes são a bilheteira, o merchandising, a TV, os passes de jogadores e os prémios de participação em jogos.

Nas cinco grandes ligas europeias, com a Inglaterra à frente, as receitas são correntes através dos direitos televisivos de transmissão e jogos. Em Portugal, a receita televisiva tem pouco peso e os clubes estão dependentes das receitas extraordinárias, "fazendo talentos e vendendo-os", diz Mário Figueiredo.

Portugal é um dos grandes players mundiais na transação de passes de jogadores, posicionando-se consistentemente no 5.º lugar do ranking da UEFA, o que tem permitido ao país ter cinco a seis equipas em competições europeias. O gestor aproveitou o "palco" do International Club of Portugal para avançar com algumas das suas ideias para o futebol profissional.

Afirmou que a Liga renegociou os direitos televisivos com o operador, mas precisa de aumentar mais a receita oriunda das transmissões televisivas, ao mesmo tempo que tem de alargar a I Liga, renegociar o salário mínimo com o sindicato dos jogadores e gerar receitas dos jogos online.

Socorrendo-se do estudo de uma empresa alemã que trabalha para a UEFA, Figueiredo elencou os prós e os contras de reduzir a liga a 12 clubes, excluindo quatro. Disse que para estes clubes haveria um grave problema de finanças e que os conduziria à insolvência, tendo em conta o atual modelo de gestão dos clubes.

O caso Bosman teve impacto no modelo de transferência e, como já se disse, os clubes portugueses vivem destas receitas extraordinárias. Figueiredo citou um estudo que aconselha o aumento de número de clubes na I Liga para 18. Esta opção permitirá aos clubes aumentarem o número de passes de jogadores que poderão vender para o mercado externo. O maior número de clubes obriga a mais jogos na I Liga, sendo que a maioria das ligas europeias têm 18 a 20 clubes. Este facto tem a ver com competitividade, refere a mesma fonte.

* O Estado vê alguma coisa com estas transacções ou é muito "off-shore"?


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