01/12/2014

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BES investigado por lavagem de dinheiro em Miami, na Líbia e na Suíça

O Banco Espírito Santo está a ser investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro em vários países onde estava presente, nomeadamente nos EUA, na Líbia e na Suíça, avança a edição desta segunda-feira, 1 de dezembro, do Wall Street Journal (WSJ).

De acordo com o jornal norte-americano, o procurador de Nova Iorque está a investigar a unidade do BES em Miami em operações de lavagem de dinheiro por um empresário venezuelano que era também um dos maiores clientes do banco. 

O Wall Street Journal, que cita fontes próximas do processo, conta que esse empresário teria transferido esse dinheiro para uma companhia venezuelana que está também a ser investigada por prática de atividades de corrupção. 


O jornal diz ainda que, o ano passado, empregados do BES em Miami se mostraram preocupados quando repararam que estava a ser transferido dinheiro da agência de habitação social da Venezuela para a conta desse empresário e depois daí para bancos nas Caimão e na Suíça. Essas contas acabaram por ser fechadas e os empregados avisaram os reguladores do sucedido, conta ainda a publicação.

E por falar em Suíça, o Wall Street Journal recorda também que o unidade do BES naquele país foi também investigada em setembro deste ano também por suspeitas de lavagem de dinheiro.
Por fim, na Líbia, o banco português terá também sido investigado pelas mesmas razões, neste caso por retirar dinheiro do país para elementos próximos do ex-líder líbio Moammar Gadhafi's, noticia o WSJ citando novamente fontes próximas do processo.

As investigações na Líbia
O processo terá sido aberto em 2011 quando os líbios contra o regime de Gadhafi fecharam o sistema financeiro controlado pelo Estado. Nessa altura, o Aman Bank, que era controlado a 40% pelo BES e operado como parte do grupo Espírito Santo, seria a única forma para movimentar dinheiro para dentro e fora da Líbia. 

Aliás, diz o WSJ, o BES terá até sido usado pelos EUA para pagar aos empregados da embaixada de Tripoli. Mas de forma legal, já que era um banco privado e podia continuar a sua atividade.
Mas quando começou a guerra civil, o BES terá facilitado que alguns dos seus clientes transferissem dinheiro para fora da Líbia para contas do BES no Dubai ou na Suíça. Segundo o WSJ, por causa dessas operações os serviços secretos dos EUA terão começado a investigar o banco português por ter ajudado a tirar dinheiro da Líbia para familiares e outras pessoas próximas de Gadhafi. Operações que, avança o jornal norte-americano, teriam o conhecimento dos executivos do Espírito Santo em Portugal. 

Até agora não foram encontradas quaisquer provas dessas transações, mas as autoridades norte-americanas já alertaram as autoridades portuguesas que estão a investigar essas transferências de dinheiro do Aman Bank.

BES sob suspeita noutros países
O WSJ recorda ainda que, em 2005, o BES foi investigado por ter operado contas secretas para o ditador chileno Augusto Pinochet, que morreu em 2006, e a sua família na altura em que as instituições financeiras teriam congelado todos os seus ativos. 

Relembra ainda a recente investigação ao BES em Angola, também por lavagem de dinheiro, e ainda em Portugal onde o banco foi alvo de buscas na passada sexta-feira, resultando mesmo na detenção de dois funcionários que estavam agora no Novo Banco, a entidade criada após a separação do BES em banco bom e banco mau. 

* Nada espanta vindo da família "sacrosanta" que tomou conta deste país com a condescendência do sr. primeiro-ministro Silva, desejamos que a investigação vá até às últimas consequências.


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