22/12/2014

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HOJE NO
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS 
 DA MADEIRA"

União dos Sindicatos da Madeira manifesta apoio à greve contra "escravidão" na hotelaria 

A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) manifestou esta manhã, no Funchal, o apoio à greve dos trabalhadores do sector da hotelaria, marcada para os dias 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Segundo o coordenador desta estrutura sindical, Álvaro Silva, a greve é o "último recurso dos trabalhadores" e fazem-no porque se forem por avante as medidas de "escravização" pretendidas pelas entidades patronais "deixará de haver os serviços de qualidade".
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O sindicalista referiu que, no âmbito das negociações do Contrato Colectivo de Trabalho, a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) está a exigir: a possibilidade de transferir trabalhadores para qualquer parte da Região, sendo as despesas de deslocação assumidas pelos próprios; a alteração dos horários de trabalho e dos dias de descanso; o trabalho em dia feriado pago como dia normal; a criação de bancos de horas; a alteração do período de férias, que passarão a ser marcadas de Janeiro a Dezembro (o Código do Trabalho diz que é de Maio a Outubro); a redução do pagamento do trabalho suplementar e a retenção de 10% da quotização sindical revertendo o montante para as empresas. Da parte dos trabalhadores, representados pelo Sindicato da Hotelaria não são pedidos aumentos salariais mas apenas a manutenção das actuais cláusulas contratuais.

Face às exigências patronais, Álvaro Silva defendeu a intervenção do Governo Regional nas negociações do Contrato Colectivo de Trabalho. "É uma vergonha o que se está a passar e é uma vergonha ainda mais grave que a Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, que tutela esta área, não tome qualquer medida contra as pretensões das entidades patronais, que consistem na escravização do sector da hotelaria", acrescenta o coordenador da USAM. "Não é assim que se tem um turismo de qualidade. Com estas medidas vamos matar a galinha dos ovos de ouro", declarou Álvaro Silva, exigindo a intervenção do executivo para "pôr fim a esta pouca vergonha". 

A ACIF já fez saber que pretende apenas mudar alguns "aspectos obsoletos" do Contrato Colectivo de Trabalho, mas o sindicalista respondeu que ao que os patrões pretendem os trabalhadores chamam "escravidão".
Por fim, o coordenador da USAM criticou a RTP-Madeira por ter realizado esta semana um programa onde o tema da greve foi abordado por vários representantes das empresas do sector mas para o qual não foram convidados os representantes dos trabalhadores, designadamente o Sindicato da Hotelaria.

* Dizem as  más línguas que a RTP-Madeira é o canal privativo de AJJ.


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