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363.
Senso d'hoje

   
SOFIA LISBOA

MEMBRO DOS "SILENCE 4"

SOBRE AS TORMENTAS DO CANCRO

Continuo uma tonta e, sim, sou viciada, não em alegria, mas em tirar o positivo de toda e qualquer situação. Mas a infelicidade também mata tantas células, causa tantas doenças, porque é que eu hei de dar mais essa arma a potenciais doenças? Por outro lado, se quero partilhar a minha história ou ajudar alguém, não vou mostrar a parte em que chorei porque essa elas conhecem. Vou é mostrar e partilhar a mensagem de que chorar também é preciso e tem que acontecer, mas a minha fórmula para lutar contra o meu cancro foi o humor.

Eu tinha a certeza que ia vencer a doença, mas não me apetecia esperar. Por isso pensei, premeditei, calculei e planeei o suicídio, que me apareceu como a luz ao fundo do túnel. Pensamos: “Como é que eu não pensei nisto mais cedo? Estou a sofrer, a minha família está a sofrer, a vida deles está parada, se seu morrer, sofrem mais meia dúzia de meses e depois cada um segue a sua vida”. A partir daí tornamo-nos extremamente inteligentes e fazemos um plano maquiavélico: a hora, a forma, quem nos vai encontrar, etc.

* Excertos de entrevista ao jornal "DESTAK"

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