18/11/2014

JOANA PETIZ

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Dê à sua equipa tudo 
aquilo que ela merece

Diz-nos Morra Aarons-Mele, que ajudou Hillary Clinton a pôr a sua campanha nas redes sociais, escreve que nem todos podemos ser empreendedores, criar empresas e ter sucesso. É verdade, também é preciso quem trabalhe nos projectos.

Se não houver mãos que os lancem, que os cumpram e melhorem todos os dias, é quase certo que, por muito boa que seja a ideia, a história não acabará bem. É disto que falam também os fazedores: além de investimento e vontade, é fundamental ter uma equipa à altura da ambição.

Para conseguir dar vida a uma startup, além dos cuidados na altura de contratar - mais do que analisar se as habilitações certas estão lá, ter a certeza de que há vontade de trabalhar e não escolhe elementos desestabilizadores -, há que ter especial atenção ao ambiente que cria. 

Numa empresa nova e de pequenas dimensões, ninguém está à espera de receber salários milionários. Mas não deve desprezar pequenos gestos que não lhe custarão muito e que são capazes de motivar a sua equipa. Como elogiar o trabalho de quem está ao seu lado e partilhar cada conquista. Levar os seus colaboradores a jantar no dia em que finalmente é lançado o produto ou quando atinge uma determinada meta, fazê-los sentir que são parte de algo maior do que cada um deles é essencial para garantir o envolvimento e assegurar que a sua empresa tem uma alma.

E se é verdade que sozinho não conseguiria fazer tudo bem feito, é apenas justo que dê parte dos louros a quem o ajudou a subir a escada. E isso não significa apenas dar palmadinhas nas costas e pagar um jantar de vez em quando. A perspectiva real de poderem vir a ser recompensados - com um prémio, um aumento ou uma promoção - gera verdadeira lealdade e empenho entre os seus colaboradores.

Por outro lado, um chefe que apenas se destaca pela imposição de regras e que só grita ordens em vez de ensinar, acompanhar e dar espaço para que cada elemento da sua equipa contribua para enriquecer as ideias não pode durar muito tempo. Gerir pelo medo não faz com que todos remem para o mesmo lado - com essa atitude apenas conseguirá gerar resistências e incapacidades. Melhor seria contratar robôs para fazer o trabalho. 

Se não deixa que os seus colaboradores pensem, eles nunca vão trazer mais-valias ao projecto. Por outro lado, se lhes der corda, se lhes der espaço para sugerir, criar, crescer, estará a garantir um melhor futuro para a sua startup. 

E não corre o risco de os ver aprender tudo e depois trocarem a sua empresa por outra? Talvez, mas vale a pena o risco pelo que pode ganhar. E se mantiver a equipa feliz e motivada, dificilmente alguém vai deixá-lo à primeira oportunidade ou impulso.


Subdiretora do Diário de Notícias

IN "DINHEIRO VIVO"
17/11/14



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