07/11/2014

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

17 715 mortes associadas a infeções

Nos últimos cinco anos registaram-se em Portugal 17 715 mortes associadas a infeções hospitalares, segundo dados de um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado ontem.

Os óbitos foram associados a tratamentos que incluíram a utilização de dispositivos invasivos, como a introdução de cateteres nos doentes ou a ligação dos pacientes a ventiladores. 
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"Não podemos concluir pela causalidade entre os óbitos e as infeções associadas aos dispositivos, porque esses doentes estavam numa situação clínica grave e por isso não sabemos se os doentes morreram devido à sua doença ou à infeção", sublinha ao CM José Artur Paiva, um dos autores do estudo. José Artur Paiva explica que, apesar de os dispositivos clínicos serem esterilizados antes da sua aplicação no doente, os instrumentos "são manipulados". O responsável reconhece que "ainda há muito a melhorar" e por isso é que este é um "programa de saúde prioritário".

A taxa de infeção hospitalar em Portugal é "mais elevada do que a média europeia e há infeções do local cirúrgico, como a cesariana e a infeção associada a cirurgia da vesícula biliar, que apresentam uma tendência crescente". Em três anos, de 2010 a 2012, registaram-se 111 infeções associadas a cesarianas. Nesses três anos, foram registadas 505 infeções associadas a cirurgias ao cólon.

O relatório ‘Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números 2014’ refere ainda que o País ocupa o 9º lugar na tabela dos 30 países europeus com maior consumo de antibióticos, mas registou nos últimos dois anos uma redução ao nível do consumo hospitalar destes remédios.

Remédios inúteis em lares de idosos
Cada idoso internado num lar toma em média, por dia, dez medicamentos, divulgou um estudo elaborado pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, de Lisboa. Contudo, dois destes remédios não servem para nada.

Os investigadores tiveram por base no seu trabalho a medicação administrada a 126 idosos, residentes em três lares das regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo. Uma das principais conclusões do estudo – publicado na ‘Revista Portuguesa de Farmacoterapia’ – é a de que em cerca de um sexto dos 1315 medicamentos receitados diariamente foram identificados como "potencialmente inadequados". Concluíram os investigadores que, em média, cada idoso toma dois remédios sem qualquer necessidade, tendo em conta o seu estado de saúde e a sua idade.

No total, 75% dos idosos estavam a tomar medicamentos inadequados. Um dos idosos tomava diariamente 28 remédios. Em média cada utente dos lares tinha associadas seis doenças.

* Não é uma calamidade, é grave e há tendência para melhorar. O problema  reside na enorme falta de enfermeiros nos hospitais e a sobrecarga brutal de horas de trabalho pode originar, através do cansaço, procedimentos menos rigorosos. Sabemos do que falamos, em regime de internamento vimos enfermeiros e auxiliares que deviam usar patins em vez de sapatos de trabalho, tantas eram as solicitações, mas o contacto com os doentes era impecável e afectuoso.


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