17/11/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS 
DA MADEIRA"

Todos os dias nove crianças sofrem 
uma queda com consequências graves

 Todos os dias nove crianças, em média, sofrem uma queda com consequências graves, acidente que matou 109 crianças e jovens em Portugal nos últimos 14 anos, revela hoje um estudo da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).

Com o objetivo de “caracterizar as quedas nas crianças e jovens, e promover um conhecimento mais aprofundado das suas consequências e condições em que ocorrem”, a APSI realizou um estudo retrospetivo sobre este tipo de acidente entre 2000 e 2009, que agora atualizou a partir da análise de dados disponibilizados por diferentes organismos.

O estudo refere que “as quedas são a maior causa de idas às urgências e de internamentos, representando 4% das mortes acidentais com crianças e jovens” em Portugal.
UMA CRIANÇA QUASE A CAIR CONTRA A MÃO DO PAI

Entre 2000 e 2013, pelo menos, 109 crianças e jovens morreram na sequência de uma queda e mais de 60.500 tiveram que ser internadas.

A maior parte das vítimas mortais era do sexo masculino (77%), com idades entre os 15 e os 19 anos (34%). Já 31% das vítimas tinham entre os zero e os quatro anos, 19% entre os cinco e os nove anos e 16% entre os 10 e os 14 anos.

Em metade dos casos, não é conhecido o tipo de queda que vitimou a criança. No entanto, nos casos em que foi possível identificar a causa, o estudo verificou que 30% das mortes resultaram de quedas de edifícios e outras estruturas, tendo a maioria das vítimas menos de nove anos.

Outros acidentes mortais resultaram da queda de uma cama, de uma árvore, de um penhasco, ou de mergulho ou de salto para a água.

Relativamente aos internamentos, o estudo refere que 69% eram meninos e as idades mais frequentes entre os cinco e os nove anos (29%), os zero e os quatro anos (28%), os 10 e 14 anos (26%) e os 15 e os 18 anos (17%).

A lesão traumática intracraniana foi a principal responsável por estas mortes e as quedas de altura elevada pelo maior número de internamentos (64%).
 
ESTA CRIANÇA TROPEÇOU E VAI DIREITINHA AO CINTO DA MÃE
Dados recolhidos pelo sistema ADELIA (Acidentes Domésticos E de Lazer), respeitantes a 54.889 idas às urgências entre 2003 e 2013, revelam que 41% das quedas aconteceram em casa e 35% nas escolas.
Em casa, 58% das quedas ocorreram com crianças até aos quatro anos, enquanto na escola a maior parte (51%) ocorreu com jovens entre os 10 e os 14 anos. Mais de 53% das crianças estavam a realizar atividades de lazer no momento da queda.

Quanto ao tipo de lesão, 42% das crianças sofreram contusões ou hematomas, 16% concussões, 12% esfolamentos e 12% ferida aberta, sendo os membros e a cabeça as partes do corpo mais afetadas (43% e 35% respetivamente).

O estudo de casos dos registos de recortes de imprensa da APSI (168 casos, entre 2000 e 2013) identificou as varandas e as janelas como os produtos mais vezes associados às quedas (40%), seguindo-se os buracos ou outras aberturas (9%) e as escadas (7%).

A APSI defende, no estudo, que “é necessário projetar e construir casas e escolas adaptadas às características e necessidades das crianças e urgente reabilitar os edifícios existentes”.
Observa ainda que “as quedas com consequências mais graves estão relacionadas com os espaços construídos e que a construção ainda não salvaguarda de forma eficiente a segurança das crianças”.

* Há outros dois tipos de quedas de crianças que a notícia não refere:
- A criança vem de "encontro" ao pai ou à mãe e rebola pela escada abaixo.
- A criança tropeça e vai de encontro ao punho, ou ao pé, ou incrivelmente até ao cinto de um dos progenitores.
Estas duas são as quedas mais graves que as crianças sofrem.

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