18/11/2014

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347.
Senso d'hoje
   
FERNANDO ALVIM

RADIALISTA E COMUNICADOR
SOBRE A RÁDIO E TV

Quero, justamente, mudar a comunicação. Quero torná-la mais audaz e menos previsível. Acho que é isso que me move. Vivemos um período de alguma resignação. A comunicação que é estabelecida à minha volta, salvo raríssimas exceções, é previsível e aborrecida e é um preguiçoso exercício de cópia de formatos que já existem. É isso que vejo na rádio, na TV e na imprensa. É por isso que, eventualmente, o meio atravessa uma situação bolorenta. 

Quando olho também para as pessoas que são responsáveis pelos meios [de comunicação social] vejo que são, na sua maioria, pessoas com pouquíssima criatividade, cinzentas. Muitos diretores de rádio e televisão estão resignados. Até poderiam estar resignados, mas poderiam motivar as suas equipas e nem isso acontece. É uma questão de se fazer uma sondagem e perguntar a quem trabalha na rádio, televisão ou num jornal se está ou não motivado. Eu apostaria que quase todos diriam que não.

A televisão vive um dos piores períodos criativos de sempre. Vejo-a a tornar-se bastante vulgar.
Vejo as mesmas fórmulas de sempre. Os programas da tarde, salvo raríssimas exceções, são os de sempre e iguais aos da manhã. Têm sempre de ter bandas e artistas sofríveis, duas ou três entrevistas emocionais em que alguém diz que a sua vida é uma desgraça.


Excertos de entrevista ao "JORNAL DE NOTÍCIAS"   


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