15/11/2014

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Ministérios escondem culpados

Apesar de já saberem que a bactéria legionella encontrada nos 316 contaminados (a maioria homens) é igual à detetada nas torres de refrigeração das fábricas da Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, os ministérios da Saúde e do Ambiente não revelam quem são os responsáveis pelo surto da doença do legionário. 
Escudam-se na necessidade de novas análises e no segredo de justiça, face ao inquérito que decorre no Ministério Público.

"Não nos vamos precipitar a encontrar um culpado. É preciso ter a certeza de que não há outras fontes de contaminação e aguardar pelos resultados laboratoriais e continuar com a vigilância epidemiológica", afirmou o ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantindo total segurança para as populações da Póvoa de Santa Iria, Vialonga e Forte da Casa: "Não há qualquer problema de sair à rua, de estar no exterior, não há qualquer necessidade de utilizar máscara."

Ao fim de uma semana de investigação por parte da ‘task force’ presidida por Paulo Macedo, os resultados apresentados ontem são ainda preliminares. Isto apesar de já terem estabelecido uma relação entre as bactérias das torres de refrigeração e as existentes nos contaminados, conforme confirmou o diretor-geral da Saúde, Francisco George.

"Foram feitas análises às três grandes empresas da região [Adubos de Portugal, Solvay e Centralcer]. Só uma delas tem 12 torres de refrigeração", afirmou Paulo Macedo, sem revelar em qual está o foco de contaminação: "Numa das torres, há forte indicação de que pode ser a fonte. Passados os testes laboratoriais adicionais, temos uma probabilidade ainda maior. Nos próximos dias teremos a fonte da contaminação", afirmou o ministro.

Moreira da Silva, ministro do Ambiente, garantiu ainda que "tudo foi feito" para que "desta vez a culpa não morra sozinha". "Temos essa expectativa."

* São raras as vezes em Portugal que a culpa não morre solteira.

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