27/10/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Bancos descem ‘spreads’ da habitação no. papel mas continuam a cobrar o mesmo

Na prática os bancos continuam a cobrar praticamente o mesmo que no passado, mas alargaram os critérios de concessão. 

Pouco mais de um ano depois de das primeiras revisões em baixa dos ‘spreads' divulgados nos seus preçários, pouco parece ter mudado no preço que os bancos cobram efectivamente na altura de conceder crédito à habitação. Segundo cálculos do Diário Económico, a média dos ‘spreads' aplicados pelos bancos em Agosto último era igual à que se verificava em Junho do ano passado. Ou seja, no mês anterior à primeira descida de ‘spreads' que foi levada a cabo pelo BES (actual Novo Banco) em Julho de 2013.
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Para este cálculo foram tidos em conta os dados do Banco de Portugal relativos à evolução da taxa de juro dos novos empréstimos à habitação e do comportamento dos principais indexantes utilizados neste tipo de crédito: as Euribor a três e seis meses. Sendo assim, em Agosto passado a taxa média dos novos créditos para a compra de casa situou-se, em termos médios, nos 3,09%, enquanto a média das taxas Euribor a três e seis meses se cifrou em 0,2%. A diferença entre estes dois valores corresponde ao ‘spread' médio cobrado pelos bancos nos novos empréstimos negociados em nesse mês. Ou seja, 2,89%. Utilizando o mesmo raciocínio para Junho do ano passado, constata-se que a taxa de juro média dos novos crédito se situou nessa altura em 3,16%, enquanto a média das Euribor foi de 0,28%. A diferença destes dois valores corresponde também a um ‘spread' de 2,89%.

Este dado salta à vista tendo em conta que desde Julho de 2013, entre as 12 maiores instituições financeiras a operar em Portugal, apenas três não procederam a cortes nos ‘spreads' mínimos. Nomeadamente, o BPI - que se mantém ainda assim com um dos ‘spreads' mínimos mais baixos do mercado (2,5%) - o Banif e o BBVA. Já os limites máximos do custo do crédito cobrado pelos bancos não sofreram cortes também em apenas três bancos: o BPI, o BBVA e o Deutsche Bank.

Estas revisões no papel por parte dos bancos parecem assim não estar a ter surtir grande impacto nos contratos que estão a ser concretizados desde essa altura, sendo mais o resultado do alargamento dos respectivos critérios de concessão. Apesar disso, os portugueses que estão a recorrer ao financiamento bancário para a aquisição de casa estão a beneficiar dos níveis historicamente reduzidos das taxas de juro. Esta tendência leva a que a taxa de juro dos novos empréstimos para a compra de casa esteja no nível mais baixo dos últimos três anos e meio. A expectativa é que os portugueses continuem a beneficiar por mais algum tempo da espiral descendente dos indexantes.

* Os bancos são muito nossos amigos e os banqueiros ainda mais!

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