31/10/2014

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Luís Montenegro defende que António Costa
 só está a preparar o terreno... 
"PS assumiu como prioridade política
 reabilitar José Sócrates" 

O líder parlamentar do PSD sustenta que o vencedor das primárias socialistas, António Costa, pretende reabilitar e está a abrir caminho ao regresso do "verdadeiro líder do PS", José Sócrates. 

 Luís Montenegro falava no encerramento do debate sobre o Orçamento do Estado para 2015 na generalidade, na Assembleia da República, depois de o novo líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, ter referido o nome de José Sócrates como alguém que se bateu contra o pedido de resgate financeiro a Portugal. "A partir de hoje, é oficial, desde que ouvimos aqui o líder parlamentar do PS: o PS assumiu como prioridade política reabilitar José Sócrates. Esta é a primeira grande ideia mobilizadora do PS de António Costa", declarou Luís Montenegro, recebendo palmas da maioria PSD/CDS-PP. "Ele é um líder em transição para abrir caminho ao regresso do grande líder, o verdadeiro líder do PS: o engenheiro José Sócrates", acrescentou. 


A este propósito, o líder parlamentar do PSD ressalvou não saber se António Costa se qualificou ou não como um "líder de transição", tendo em conta a sua situação no PS, mas aproveitou a expressão para acenar com "o regresso" de José Sócrates: "Por aquilo que hoje aqui ouvimos, de facto, ele é um líder em transição". 

A 28 de setembro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa derrotou o secretário-geral do PS, António José Seguro, em eleições primárias - com participação de militantes e simpatizantes - para candidato dos socialistas a primeiro-ministro. Na sequência dessas eleições, António José Seguro demitiu-se, sendo transitoriamente substituído pela presidente do PS, Maria de Belém, e foram marcadas eleições diretas para a liderança do partido para 21 e 22 de novembro, e um Congresso eletivo para 29 e 30 do mesmo mês. O líder parlamentar do PSD sintetizou desta forma a história recente do PS: "José Sócrates governou como se não houvesse futuro. António José Seguro fez oposição como se não houvesse passado. E António Costa quer comprometer o futuro com as políticas do passado". 

No seu discurso, Luís Montenegro reivindicou que o resultado da governação PSD/CDS-PP é uma economia mais competitiva, maior justiça social e um Estado reformado, mais eficiente e menos gastador, com Portugal livre dos credores da 'troika' - tudo sem o apoio dos socialistas que, disse, "rasgaram o memorando" e "saltaram fora do barco". 

O líder parlamentar do PSD defendeu que o cenário macroeconómico para 2015 é credível, que a economia portuguesa vai crescer acima da média da zona euro, o desemprego vai continuar diminuir e o défice vai descer para o valor mais baixo dos últimos 40 anos. "O Orçamento do Estado para 2015 concretiza a mudança, vence o derrotismo e renova a esperança", declarou, repetindo mais de quinze vezes a palavra "mudança". 

O PS, por sua vez, alegou, "não aprendeu a lição do passado" e está "muito perto da esquerda radical", recusando cortes na despesa e apoiando a reestruturação da dívida, "esconde as suas soluções" e "desespera por eleições", mas "não está, de facto, preparado para governar". Declarando-se confiante na "sabedoria do povo", o líder parlamentar do PSD concluiu que "os portugueses não querem, não vão querer que o seu futuro fique nas mãos dos fanáticos do passado". 

* Constatamos, com a maior prosápia, que o sr. deputado Montenegro concorda com o que escrevemos sobre António Costa há mais de dois meses, di-lo por outras palavras é certo, mas vai dar ao mesmo. Vale mais tarde do que nunca.


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