16/09/2014

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HOJE NO
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Nós, Cidadãos – o novo partido que quer disputar votos ao PSD e ao PS

O novo partido entregou já metade das assinaturas no Constitucional e quer completar o processo a tempo das eleições legislativas
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As primeiras 3500 assinaturas do Nós, Cidadãos entraram ontem no Tribunal Constitucional. A outra metade será apresentada nos próximos tempos e a esperança é que, até Dezembro, o processo de constituição esteja concluído, para que o partido possa concorrer às legislativas do próximo ano.

"Lançamo-nos num desafio ao PS e ao PSD, estaremos lá para disputar o lugar de charneira" com esses partidos, diz ao i Mendo Castro Henriques, um dos principais dinamizadores da nova força política. 

 A entrega de apenas metade das assinaturas no Palácio Ratton tem a ver com a data simbólica que se assinalou ontem. Há dois anos, também a 15 de Setembro, milhares de pessoas saíram à rua em todo o país para protestar contra as intenções do governo de mexer nas contribuições da taxa social única. O processo de recolha começou em Junho e, diz Mendo Henriques, é "entre os jovens" que os responsáveis pela nova força têm "sentido muito apoio".

Muitos dos nomes que compõem o Nós, Cidadãos chegam por via do Instituto da Democracia Portuguesa (IDP). Mendo Henriques, presidente do organismo (onde o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tem assento como presidente da Assembleia Geral e de que Duarte de Bragança é presidente de honra), diz tratar-se de uma "coincidência" e garante que o partido "não é uma replicação" do think tank. "Não foi o IDP que saiu à rua", sublinha.

Pedro Quartin Graça (ex-deputado pelo PSD e antigo presidente do Movimento Partido da Terra), o juiz-desembargador Rui Rangel e o músico José Cid (ver entrevista ao lado) são alguns dos nomes de maior relevo com que o Nós, Cidadãos já conta nas suas fileiras. "Marinhos e Pintos" é que ficam fora da equação, sublinha aquele que é um dos principais dinamizadores do futuro partido.

As "reuniões e encontros" foram acontecendo nos últimos seis meses com maior intensidade, mas a "gestação da ideia" de criar um novo partido já tem um ano. Querem lançar-se às legislativas para promover "grandes renovações" na política nacional e já têm linhas orientadoras do programa eleitoral.

A dívida das famílias e das empresas "é o eixo de ataque para melhorar a situação do país", explica Mendo Henriques. Outra preocupação tem a ver com a sustentabilidade da Segurança Social, e, nesse âmbito, o professor universitário recupera os modelos do Brasil e da Dinamarca para defender que a cobrança de impostos junto das empresas deve estar dependente do volume de negócios - e não do número de trabalhadores. A "prestação de contas" do sistema judicial e a "criminalização da gestão danosa" são outros dois motes de campanha que o Nós, Cidadãos vai afinar ao longo dos próximos meses.

Do (curto) tempo que passou, Mendo Henriques garante ter sentido "muito apoio", particularmente entre os eleitores mais jovens. Hoje contam já com um "movimento de amplitude nacional", que terá assegurado a presença de "núcleos em todo o território".


José Cid ao i: 
“Se formos poder, e não correspondermos aos anseios, aceitamos ser presos”


José Cid  Membro do Nós, Cidadãos
Como é que nasceu o Nós, Cidadãos? 
Partiu de uma conversa de amigos muito decepcionados com a partidocracia, que é muito nociva. Não concordamos com a ideia dos “jobs for the boys”.

O que querem fazer? 
Queremos aproveitar as boas ideias na esquerda portuguesa, no PS, no PSD, no CDS e nos Verdes. Vamos buscar as boas ideias a esses partidos e combater as más ideias que têm. Não vamos ser contra ninguém.

Pretende integrar a lista ao parlamento nas próximas legislativas? 
Com certeza que sim. Se o nosso partido tiver suficientes votos – apesar de a minha carreira estar intensíssima –, quero ser útil
ao meu país.

Imagina-se a trabalhar na Assembleia da República? 
Não me imagino eu, mas imagino como reserva moral e como objector de consciência. Com a minha idade, tenho direito a ter uma ideia válida sobre o meu país. Vamos lutar activamente contra a corrupção. Não vamos perseguir ninguém, mas não nos tomem por parvos.

Acredita num bom resultado em 2015 se concorrer às legislativas? 
Sim. Esta ideia é consensual em 50% da população, que não vota. E a outra metade vai rever-se em nós. Quando se concorre a eleições, é para ganhar.

Acha que podem ganhar? 
Com certeza! Um partido de pessoas honestas tem direito a pensar tudo. Não temos limite. Se formos poder e não correspondermos aos anseios, aceitamos ser presos

* Os PS,  PSD e CDS precisam de um "intruso" que lhes ensine o que é seriedade.
** Temos uma enorme admiração e respeito pelo José Cid, desde o longíquo "1111", não nos custa acreditar nas suas convicções.


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