04/09/2014

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HOJE NO
  "DIÁRIO ECONÓMICO"

Por que é que Portugal subiu 15 lugares
. no ranking da competitividade?

Relatório do Fórum Económico Mundial põe Portugal na 36ª posição, interrompendo tendência de nove anos de retrocesso.

 Portugal recuperou quinze posições no ‘ranking' mundial de competitividade medido pelo Fórum Económico Mundial, ocupando agora a 36ª posição. A melhoria, divulgada ontem no relatório "Global Competitiveness 2014-2015", interrompe uma tendência de nove anos de estagnação ou queda do país num dos exercícios comparativos referenciais para a comunidade de investidores.

"Estes indicadores são importantes como referência internacional para quem faz investimentos, ajudando a melhorar a imagem de Portugal", comenta Manuel Caldeira Cabral, professor de Economia na Universidade do Minho. "É importante como fazedor de opinião e uma ajuda ao trabalho da AICEP [agência de promoção de investimento] e das empresas portuguesas", junta.

O 36º lugar de Portugal coloca o país entre Espanha (35º) e a República Checa, num ranking que continua a ser liderado pela Suíça e que tem seis economias europeias entre os dez melhores classificados (ver infografia). 

A melhor posição ocupada por Portugal foi um 24º lugar em 2004, primeiro ano do relatório - desde então, outros países têm passado à frente. A actual posição é a melhor desde 2008.

O Fórum Económico Mundial - uma fundação suíça, que organiza anualmente o influente encontro de líderes políticos e empresariais em Davos - justifica a melhoria portuguesa com "o ambicioso programa de reformas adoptado pelo país". 

Analisando a decomposição da nota final de Portugal verifica-se que o salto de quinze lugares se deve sobretudo ao desempenho de "factores de eficiência económica" (que valem 50% da nota), com destaque para o mercado laboral e o de produto, alvo recente de reformas - no primeiro caso mudanças à lei laboral (um dos pontos em análise pelo Fórum na área do trabalho), no outro mudanças na lei da concorrência e redução parcial das rendas excessivas em alguns sectores (um esforço que a ‘troika' considerou curto na área da energia). 

A avaliação mais positiva da capacidade de inovação e sofisticação dos negócios em Portugal foi outro factor importante de melhoria, num capítulo que vale 30% da nota.

A melhoria levou ontem o Governo, a maioria e a AICEP a reagirem ao longo do dia. Pires de Lima, ministro da Economia, destacou a visibilidade do indicador na "comunidade internacional" - e, em tom crítico e críptico, apontou que a evolução registada mostra quem está a ganhar no "braço-de-ferro" entre quem ajuda e o "que contribui para o atraso e descredibilização", referências prováveis aos casos recentes no Banco Espírito Santo e na Portugal Telecom. Já Nuno Crato, que tutela a Educação, destacou a evolução na área da matemática e das ciências (de 73º para 43º lugar).

O que trava uma melhor nota
Apesar das melhorias - que economistas como Caldeira Cabral contrastam com a realidade (ver entrevista ao lado) - sobram os habituais obstáculos para quem quer investir em Portugal. Cinco dos seis pontos que mais queixas reúnem junto de investidores inquiridos pelo Fórum estão nas mãos do poder político: ineficiência da burocracia pública, impostos que desincentivam trabalho e investimento, instabilidade de políticas ou rigidez que sobra na lei laboral.

Olhando para a multiplicidade de factores de análise do Fórum os impostos (131º lugar no trabalho e 129º no investimento), a relação entre salários e produtividade e aspectos ligados à justiça estão entre aqueles em que Portugal está pior classificado.

* Fica-se contente com este pulo, fruto do brutal  sacrfício imposto aos portugueses e não da boa governação?
Fica-se contente quando o mérito é da fome, do desemprego, do desespero, da perda de habitação, das falências dos pequenos e médios empresários?
Fica-se contente quando o relatório nada refere sobre a permissividade governativa face à banca criminosa?
O Fórum Económico Mundial é um departamento dos caciques de Davos!


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