26/09/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Em 2013, o número de empresas caiu
 e o volume de negócios também

Menos empresas, menos volume de negócios. Este é retrato principal do tecido empresarial nacional em 2013, comparativamente com o ano anterior. Abrindo o espectro, e olhando para os últimos dez anos, é possível verificar que 2008 marca uma viragem no universo empresarial nacional. 
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Possivelmente, apenas os mais desatentos não perceberam que, nos últimos anos, o tecido empresarial português sofreu mudanças. Talvez uma das consequências mais notórias disso seja o crescimento do desemprego, para níveis históricos, durante o período de ajustamento financeiro. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta sexta-feira, 26 de Setembro, os dados das empresas em Portugal durante o período compreendido entre 2004 e 2013.

E durante estes anos, o comportamento do sector empresarial nacional sofreu alterações. Mas vamos por partes. Em 2013, e de acordo com os dados do INE, existiam no País 1.055.813 empresas não financeiras, o que representa um decréscimo de 0,7% face a 2012.

Os funcionários existentes neste total de empresas é também menor que no ano anterior: a taxa de variação de 2012-2013 é de -2,2%. Tendência idêntica foi registada pela taxa de variação entre 2012 e 2013 no âmbito do volume de negócios total: -0,8%.

Por outro lado, o valor acrescentado bruto (VAB), que na prática é resultado da actividade produtiva em determinada período, registou um crescimento 0,5% face a 2012.

Olhando para a sua dimensão, a esmagadora maioria das companhias enquadrava-se na categoria de pequenas e médias empresas (PME), ou seja, 1.054,792 firmas - sendo este tipo de empresas a que emprega a maioria das pessoas que trabalham no segmento das companhias não financeiras.

A sede da maioria delas continuava a ser no norte do País. O gabinete de estatística nacional assinala ainda que "o crescimento do VAB, conjugado com o decréscimo dos gastos com pessoal, traduziu-se num aumento significativo do excedente bruto de exploração das empresas (4,5%), em particular nos sectores do comércio e do alojamento e restauração (16,4% e 13,7%, respectivamente)".

2008 o ano de mudança
O INE revela que "os principais indicadores das empresas não financeiras evoluíram de forma semelhante ao longo do período de 10 anos". Entre os anos de 2004 e 2008, os principais indicadores registavam uma tendência de crescimento. Nestes quatro anos, tanto o volume de negócios como o VAB "cresceram em todos os sectores de actividade".
No entanto, a partir de 2008, verificou-se uma queda nos principais indicadores, "reflexo da crise financeira e económica que eclodiu a partir do final de 2008". "O número de empresas e o pessoal ao serviço no sector não financeiro atingiram, em 2013, o valor mínimo em dez anos, com valores inferiores aos de 2004", acrescenta.

Assim, de 2009 a 2013 registou-se uma queda dos principais indicadores em todos os sectores. Sendo que, a construção e o imobiliário foram os que registaram uma descida mais significativa em termos de volume de negócios (-11,1%) e de VAB (-11,7%).

Produtividade e exportação
De acordo com o INE, a produtividade aparente do trabalho corresponde ao valor acrescentado bruto por trabalhador. A análise é apresentada para vários tipos de empresas, de acordo com a dimensão e presença no mercado exportador. De 2008 a 2013, entre as empresas de grandes dimensões, verificou-se um crescimento da produtividade de 8,2% no grupo que inclui as 25% menos produtivas. Entre as mais produtivas, as variações foram inferiores, mas ainda assim positivas.

Piores resultados apresentam as PME: segundo o INE, a produtividade do trabalho baixou em toda a linha, penalizando mais as empresas que já eram menos produtivas. Boas notícias chegam da análise às empresas exportadoras, onde a produtividade aparente no trabalho também aumentou, avança o instituto.

O INE analisou ainda a evolução das remunerações neste período. Uma das principais conclusões é da que os salários aumentaram mais nas empresas que pagavam pior, o que aponta para uma diminuição da desigualdade salarial na economia.

"No que respeita às remunerações, notou-se um crescimento mais acentuado da remuneração média mensal nas sociedades que pagavam salários mais baixos, tantos nas sociedades de grande dimensão como nas PME", assinala o INE. A excepção foram as empresas do sector exportador que promoveram um aumento das remunerações médias em torno dos 7%.

Quebra no investimento
A taxa de investimento entre 2008 e 2013 recuou em todos os sectores. Olhando para os sectores da agricultura e pescas, bem como transportes e armazenagem, e alojamento e restauração, a redução atingiu mais de 20 pontos base.

"As sociedades exportadoras evidenciaram um melhor desempenho económico-financeiro face às não exportadoras, registando um rácio de autonomia financeira mais elevado", aponta ainda o INE. "A crise financeira não impediu (ou poderá mesmo ter impulsionado) o aparecimento de novas sociedades exportadoras, que assumiram em 2013 um peso significativo nos principais indicadores económicos, face a 2008".

Em 2008, 4,6% das sociedades eram exportadoras e, em 2013, essa percentagem subiu para 5,8%. Em termos de pessoal ao serviços, as empresas exportadoras tinham 18,4% dos trabalhadores e em 2013, 21,4%.

* Os números do (in)sucesso deste governo.


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