Queridos Avós
No dia 26, comemora-se o Dia Mundial dos Avós que, na minha opinião, não
deve ser encarado pela sociedade como “mais um dia de consumismo” mas
sim, um dia de grande e merecida homenagem aos familiares mais velhos
que além de serem por norma uns queridos (os meus são), representam um
papel de louvar na sociedade contemporânea.
O dia dos avós é comemorado dia 26 de Julho, porque é o dia de S.
Joaquim e Santa Ana, pais de Maria e avós de Jesus, sendo estes os
padroeiros dos avôs e das avós.
Já la vão os tempos em que os mais velhos da família viviam sob o mesmo teto das gerações sucessoras de genes e apelido.
As avós por norma, eram viúvas porque a esperança média de vida de um
homem nos anos 50 era de 60 anos. Elas, eram as chamadas matriarcas e
tudo o que se passava na família ou à volta da mesma, não podia decorrer
sem o seu consentimento. Eram detentoras de um respeito que se
conseguia sobrepor à figura masculina mais velha (filho ou genro) devido
à idade. Ou seja, a idade era estatuto.
As crianças e jovens que assistiram e viveram nesse, hoje em dia,
adultos ou gerontes, supunham talvez que o mesmo lhes fosse suceder, ou
seja, ainda havia algo de positivo em chegar a uma certa idade e ser avô
ou avó perante uma família que trata com o maior respeito e dignidade
possível.
O cenário da atualidade mudou e apesar da grande autoridade e respeito
que se perdeu, os avós estão mais flexíveis e tolerantes com os netos e
restantes familiares. Por norma, os avós cedem com mais facilidade aos
netos do que cediam aos próprios filhos e aproveitam a oportunidade de
ser avós para corrigir algumas falhas que admitem ter cometido com os
filhos. Os avós são também uma fonte inesgotável de sabedoria que
surpreende a curiosidade dos netos e como também costumam ter mais
paciência que os pais, transmitem-lhe muitos e importantes valores que
são levados com os jovens para a vida.
Além de educadores, que são em muitos casos, os avós têm um papel
preponderante na sociedade em geral. São simultaneamente alicerces e
telhado de crianças e jovens em risco e evitam em muitos casos, que os
netos vão para orfanatos, que passem fome e outras necessidades, ou que
não vão à escola, ou que comecem a trabalhar precocemente.
Na maioria dos casos, os avós dedicam uma boa parte da sua reforma a
tomar conta dos netos que, atualmente passaram a deixar de contar com a
presença maternal permanente devido à emancipação feminina e à entrada
da mulher no mercado de trabalho e em muitos casos, de progressão na
carreira profissional. Assim, na ausência dos pais, os avós são os
adultos responsáveis e chegam por vezes a ser sobrecarregados com várias
responsabilidades inerentes, tornando-se em alguns casos, “escravos”
dos próprios filhos.
É por estes motivos e por mais uns quantos que não foram referidos, que
devemos o maior respeito a todos os avós. E sobretudo, lembrarmo-nos
(não só no dia dos avós, mas sempre) de que a companhia, o carinho e o
afeto são gratuitos e constituem a melhor forma de pagarmos tudo o que
os avós fazem pelos netos e pela família em geral.
Licenciada em Animação Sociocultural - Pós-graduação: Gerontologia
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
24/07/14
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