10/06/2014

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O QUE NÓS

RECORDAMOS!




Quando eu era criança…

Dez escritores de livros infantis recordam aquilo que liam e os brinquedos que adoravam


No dia 1 de Junho, é celebrada a infância, a primeira época da vida de qualquer pessoa. Contudo, há pessoas que não a deixam logo para trás, e que a revisitam para enriquecer a infância dos outros. 


 António Mota
56 anos
Publicou mais de 80 livros infanto-juvenis 
 
O livro: ‘As Aventuras de Pequenu’, de Dick Laan O brinquedo: moinhos


“Sempre estive na aldeia de Vilarelho, ao pé de Baião. Quando tinha 7 anos, a professora disse que ia passar a biblioteca itinerante da Gulbenkian, e que se podiam requisitar livros que não se pagava nada. Um dos primeiros que li foi 'As Aventuras de Pequenu', de Dick Laan. Lembro-me de um livro sobre o Thomas Alva Edison, nunca mais me esqueci do nome dele! E também d''O Meu Pé de Laranja Lima', chorava sempre muito...

O brinquedo que mais gostava de fazer eram moinhos, foi o meu pai que me ensinou, com bugalhos duros, do carvalho. Punha bocadinhos de paus à volta e fazia aquilo girar junto à água. E agora vou contar uma coisa secreta: adorava fazer corridas de caracóis. Numerava-os, punha uma palha seca, e dizia partida!... Mas no dia seguinte, já tinham desaparecido.

Acho que foi o meu avô que me ofereceu uma navalha pequenina. Com ela, fazia carros, carrinhas, carroças e animais com cascas de abóbora. Havia tanta abóbora que dava para alimentar os porcos com elas. 

Aos 7 anos, o meu pai Manuel deu-me um martelo. Ele era tamanqueiro, e com o martelo pude ajudar o meu pai a trabalhar. Hoje, guardo o martelo ao pé dos livros porque foi o que me ajudou a estudar. Ainda o tenho. Era para o trabalho, mas também para a brincadeira.
Também por volta dos 7 anos, o meu pai foi ao Porto e encontrou só o aro de um tambor. Trouxe-o, montou-o todo com a pele e as cordas e deu-mo.”


A PARTIR DE UM TRABALHO DE LEONOR RISO

IN "SÁBADO"
01/06/14


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