09/06/2014

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O QUE NÓS

RECORDAMOS!




Quando eu era criança…

Dez escritores de livros infantis recordam aquilo que liam e os brinquedos que adoravam


No dia 1 de Junho, é celebrada a infância, a primeira época da vida de qualquer pessoa. Contudo, há pessoas que não a deixam logo para trás, e que a revisitam para enriquecer a infância dos outros.

É o caso destes 10 escritores, a quem perguntámos quais foram os livros e brinquedos mais queridos em crianças. Todas estas pessoas criaram obras para o público infanto-juvenil e hoje em dia, povoam a cabeça das nossas crianças. 


Ana Maria Magalhães
68 anos
Escreveu mais de 100 livros infantis e juvenis 

 

O livro: ‘As Férias de Sofia’, da Condessa de Ségur
O brinquedo: bonecas

“Quando era pequena, havia poucos livros para crianças na altura. Eu lia tudo o que me aparecia pela frente, como a Condessa de Ségur, que escreveu ‘As Férias de Sofia’. Li todos os livros da Colecção Azul [do Círculo de Leitores], mas este era o meu preferido. Tinha oito anos e nele havia uma personagem chamada Tiago. Não havia ninguém chamado Tiago na minha geração – foi com aquele livro que escolhi o nome do meu filho.

Havia outra colecção, a ‘Manecas’, de livros fininhos e baratinhos. Lembro-me d’ ‘O Anão Amarelo’. Também lia uma antologia de poemas brasileiros para crianças. Fascinavam pela língua diferente, pela palavra que não se conhecia bem, era o mesmo que pôr sal ou picante na prosa ou na poesia. Lá estava o ‘Café com Pão’ do Manuel Bandeira [o poema chama-se 'Trem de Ferro'].

Eu tinha muitos irmãos e primos, com quem fazia brincadeiras com enredo. Eu inventava histórias e havia duas modalidades. Na primeira, eu distribuía papéis: por exemplo, como a terra da minha avó se chamava Freixo de Espada à Cinta, o meu irmão Tozé foi baptizado de Freixo e prendi-lhe uma espada de plástico à cintura. Sempre que chegava o vilão éramos salvos pelo Freixo. 



Na segunda, punha os amigos à minha volta e perguntava o que é que gostariam de ser. Havia situações engraçadas: o meu irmão Manel dizia: 'Quero ser uma mosca furunculosa!', e eu tinha de inventar uma história.

Integrávamos os brinquedos na brincadeira. Às vezes, pegava numa boneca e fazia-se o baptizado dela. Depois aparecia a bruxa que queria raptá-la…”


A PARTIR DE UM TRABALHO DE LEONOR RISO


IN "SÁBADO"
01/06/14



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