25/06/2014


HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Pessoas de diferentes áreas sociais
 apresentam em Lisboa
 "Manifesto pela Erradicação da Pobreza" 

Um grupo de pessoas que intervêm em diferentes áreas sociais e que estão em “permanente contato” com os dramas de milhares de portugueses apresentam hoje, em Lisboa, o “Manifesto pela Erradicação da Pobreza”. “A pobreza em Portugal não é uma questão genética (…) A pessoa nasceu pobre, mas pode alterar essa situação, assim a sociedade lhe permita” o acesso ao emprego, à educação, à cultura e ao conhecimento, destaca Romão Lavadinho. 

 “Este é o apelo e o protesto de quem recusa que a pobreza e a exclusão social sejam uma fatalidade para a maioria da população, e a riqueza uma bênção que apenas chega a alguns”, refere o manifesto, assinado por um grupo de pessoas, entre os quais José Pitacas (economista), Manuel Figueiredo (presidente da Voz do Operário), Deolinda Machado (CGTP) e Inês Fontinha (Associação "O Ninho"). 


O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonense e um dos signatários do manifesto, explicou que assinou o documento por ser uma forma de “poder apresentar, perante a sociedade, propostas que possam vir a resolver os problemas das pessoas, das famílias e o problema da pobreza”. “A pobreza em Portugal não é uma questão genética (…) A pessoa nasceu pobre mas pode alterar essa situação, assim a sociedade lhe permita” o acesso ao emprego, à educação, à cultura e ao conhecimento, disse ainda Romão Lavadinho, destacando que o grupo de pessoas que assinou o manifesto “não tem a pretensão de substituir outras instituições que já atuam no terreno, mas apenas a preocupação de mostrar que a pobreza em Portugal tem vindo a aumentar”. 

Os subscritores afirmam no manifesto que, “a todo o momento”, são confrontados “com o desemprego de famílias inteiras, a fome e a miséria”, baixos ordenados e reformas, salários em atraso, o aumento das rendas de casa, as dificuldades de acesso a cuidados médicos e à “emigração forçada de filhos e outros familiares para conseguirem sobreviver”. “Há cerca de três milhões de pessoas que vivem no limiar da pobreza numa autêntica espiral de empobrecimento que se alastra a novos segmentos da população portuguesa”, sublinham no manifesto, que vai ser apresentado ao final da tarde na Associação Portuguesa de Deficientes. 


Os signatários afirmam que são “pessoas que procuram ser solidárias na vida e na prática” e, por isso, recusam “ficar parados e acomodados perante o afundamento” do país. É o “apelo de quem acredita que é necessário e possível um novo rumo para o país, no respeito pela Constituição da República Portuguesa, onde as prioridades sejam o pão e os direitos de quem trabalha, a produção e a justa distribuição da riqueza, o direito ao trabalho, ao salário, à educação, à saúde e à segurança social públicas, universais e solidárias, e que são parte integrante e inalienável dos direitos humanos e do progresso social”.

* Só com este tipo de acções é possível falar em humanização para os que mais sofrem.


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