26/06/2014

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 HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Jerónimo Martins admite 
mudar sede para Genebra 

A dona dos supermercados Pingo Doce está a equacionar a transferência da sua sede para Genebra, na Suíça. 

O plano foi revelado por Alexandre Soares dos Santos, ex-presidente do conselho de administração da empresa, durante uma intervenção em Coimbra, quarta-feira à noite, alegando falta de resposta da banca portuguesa.


"A Jerónimo Martins, dentro de um ou dois anos, deve estar em Genebra. É lá que estão os mercados e a banca cá não dá a resposta" necessária, sublinhou Alexandre Soares dos Santos, de acordo com a agência Lusa.

Além de "não existir banca" em Portugal, o empresário criticou a actual política fiscal. O antigo presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins afirmou que "os empresários devem exigir que o Estado devolva aquilo que cobra [em impostos] e que não está a utilizar", concluindo que o Estado "não assume as suas responsabilidade sociais".

"A iniciativa privada não pode estar calada e tem de defender os seus méritos", sublinhou, referindo que "quem deu cabo do país foram as empresas públicas e o Estado", apontando para o exemplo de "swaps mal feitas" e dos Estaleiros de Viana do Castelo, "que tinham cinco membros no conselho de administração e nenhum engenheiro".

Ainda em torno da crise, Alexandre Soares dos Santos criticou "a destruição da classe média", considerando que sem esta "o país não avança".


"Será que a dívida era assim tão importante para se impor o desemprego e para se impor o fim de empresas", questionou, apelando a uma maior intervenção por parte das elites nacionais.
As elites "têm uma responsabilidade acrescida para a mudança social 

e política", sublinhou, referindo que "há um défice de elites" em Portugal e que as que existem não assumem a sua responsabilidade "e não têm consciência da sua missão".

O antigo presidente da Jerónimo Martins falava no ciclo de conferências "Há Luz ao Fundo do Túnel?", organizado por Miguel Fonseca, Eduardo Costa e Ricardo Clérigo.

Já em 2012, o grupo Jerónimo Martins se viu envolvido em polémica, quando os 56% que a família Soares dos Santos detém na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser controlados indirectamente, através de uma sociedade com sede na Holanda.


A operação esteve relacionada com o agravamento da tributação fiscal.
Além da marca Pingo Doce, a Jerónimo Martins detém também em Portugal a marca Recheio.
Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da Jerónimo Martins limitou-se a afirmar que "o Grupo Jerónimo Martins não comenta declarações dos seus accionistas".

* O sr. Alexandre Soares dos Santos tem razão nas críticas que faz mas ele há tanto benefício recebido que omite...


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