12/06/2014

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Fundação Cupertino de Miranda inaugura exposição 
“Sinais do Modernismo 
no Porto – anos 40” 

A Fundação Cupertino de Miranda inaugura na quarta-feira a exposição “Sinais do Modernismo no Porto – anos 40” que apresentará cerca de 130 obras de Nadir Afonso, algumas “inéditas”, e que se insere no seu novo projeto “Porto, cidade em transição”.

 O “Porto, cidade em transição” é considerado “estruturante” pela Fundação para 2014, ano em que celebra 50 anos de atividade, destacou hoje, em conferência de imprensa, a presidente do conselho de administração, Maria Amélia Cupertino de Miranda. Este projeto, inspirado no movimento social “Cidades em transição”, nascido em 2006 na Irlanda pela mão do professor universitário Rob Hopkins, pretende “envolver e sensibilizar a comunidade para o diálogo, para a participação cívica e consequente transformação da sociedade em mais justa e mais sustentável”.
 
NADIR AFONSO
 “De facto, cada vez mais as populações têm que se tornar resilientes”, defendeu Amélia Cupertino de Miranda, acrescentando que “as populações não podem estar dependentes do poder central”, sendo necessário que a sociedade passe “da cultura da dependência para a cultura da resiliência”. Sob o tema “Modernismo na Arte Portuguesa do século XX”, a Fundação vai apresentar até ao fim do ano um ciclo de conferências, um seminário internacional e mostras de Nadir Afonso, Dominguez Alvarez e Júlio Resende para despertar consciências. 

O Modernismo “é um exemplo de como é possível, através da arte, mobilizar a intelectualidade para a transformação”, salienta a Fundação. “Pensar o Porto como cidade em transição pressupõe também reescrever o seu próprio papel”, disse Bernardo Pinto de Oliveira, responsável pela programação do projeto. Segundo o professor, “não de trata de defender o regionalismo mas um cosmopolitismo que passou por aqui”, voltando, assim, a dar uma noção ao cidadão do Porto de que “ele não vive numa cidade menor”. 

A mostra de Nadir Afonso, que estudou arquitetura no Porto, inclui o autorretrato de 1942 “arquiteto”, em que há uma relação do artista com a cidade. Na exposição, que estará patente até ao dia 06 de julho, será possível ver um conjunto de obras que mostram “a evolução da pintura de Nadir e a relação dele com a cidade”. 
 
JÚLIO RESENDE
Maria Amélia Cupertino de Miranda espera que este projeto "coloque a cidade em transição" e que permita "um retorno qualitativo na melhoria da perceção que as pessoas têm do papel da fundação”, cuja missão é contribuir para “a estrutura do conhecimento, coesão social e desenvolvimento local”. 

O projeto inclui ainda uma viagem pelo Porto de cada um dos três artistas que terão exposições com edição de catálogos, bem como um ciclo de programas e visitas orientadas para cada uma das exposições dirigido a escolas, famílias e pessoas com necessidades especiais. 

Este projeto envolve parcerias com diversas instituições, como a Fundação de Serralves, a Câmara do Porto, a Área Metropolitana do Porto, a Universidade do Porto e, entre outras, as fundações Nadir Afonso e Júlio Resende.

* Viva a cultura que o governo português insiste em menorizar.


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