02/04/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"

Cardeal de Lisboa subscreve posição 
da Diocese do Funchal no caso 
das suspeitas de que é alvo 
o reitor do seminário

O Cardeal Patriarca de Lisboa disse, hoje, não ter nada a acrescentar ao comunicado da Diocese do Funchal em que afirmou que está disponível para colaborar nas investigações aos alegados abusos sexuais contra alunos do Seminário Diocesano do Funchal.


D. Manuel Clemente falava no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, onde deu uma conferência/aula sobre "A Igreja e a Sociedade no Momento Atual", com a presença também do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e de toda a direção da polícia.

Nesse contexto e sobre o assunto da conferência, o cardela disse que as sociedades atuais vivem um "problema social gravíssimo" que consiste em tornarem as pessoas "descartáveis" e objetos consumidores, a que se juntam questões graves como a xenofobia ou racismo.

No entender do patriarca, o problema de as pessoas se terem tornado descartáveis é mundial e "requer uma redescoberta" da sociedade e uma "inovação em termos basicamente humanos".

Perante uma plateia constituída essencialmente por futuros polícias, o patriarca fez um resumo do que foi a influência da Igreja Católica em Portugal ao longo dos séculos e quedou-se no momento atual, caracterizada por um "descompromisso social", uma escassez de jovens e de trabalho e uma elevada percentagem de idosos que não sabe o que fazer com o tempo livre.

Para esses, disse, é preciso que haja uma "qualificação de vida" para domínios em que a pessoa se sinta realizada, algo que, disse, não tem sido feito no país.

Ao contrário, reafirmou, "a sociedade de mercado diminuiu a comunidade, porque trata as pessoas como massas e incita aos gastos". "Distende-se o laço de pertença da comunidade porque estou eu e o meu consumo", explicou.

D. Manuel teme, disse depois aos jornalistas, que casos de xenofobia, racismo e rejeição de emigrantes se manifestem mais no futuro, salientando que movimentos de extremismo preocupantes têm antecedido eleições, e lembrando que vai haver em breve eleições para o Parlamento Europeu.

Preocupante é também a crise que o país vive atualmente, vendo D. Manuel Clemente com "apreensão" notícias como a de hoje de que a quantidade de alimentos disponíveis por português sofreu uma quebra acentuada desde 2010. "A resposta em termos de solidariedade está aí, com muita presença", salientou.

* Estamos numa sociedade onde assobiamos para o lado para não ver a desgraça do vizinho, somos criadores de desumanidades surdas.


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