12/04/2014

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HOJE NO
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OCDE. 
Portugal está entre os salários mais baixos e cobra os impostos mais altos

Em 2013, um salário médio português estava quase 50% abaixo da média da OCDE, mas pagava mais impostos que a média da OCDE
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Lembra-se daquela "piada" de 2011, quando se garantia que o ajustamento ia ser feito pela despesa? Pois. O "enorme aumento de impostos" decidido pelo governo de Portas e Passos vai lentamente dando a conhecer a sua real dimensão. Para além da explosão das receitas do Estado com o IRS, principal razão para o governo ter conseguido cumprir a meta do défice, chegou a hora de comparar a agressividade fiscal portuguesa com a dos "parceiros" internacionais.


Segundo valores ontem divulgados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), entre 2009 e 2013, o total de fundos que o Estado vai buscar aos salários passou de 36,5% do ordenado bruto para 41,1% do mesmo. É um salto de 4,6 pontos percentuais que colocou o país bem acima da média: entre os 34 países da OCDE, os salários brutos pagavam em média 35,9% de imposto em 2013. Esta diferença significa que um ordenado bruto de 1200 euros vale 707 euros líquidos em Portugal e 762 euros na média dos países da OCDE. Os 41,1% de impostos sobre os salários pagos cá incluem a cobrança de 13% de IRS, 8,9% de contribuição para a segurança social por parte do trabalhador e de 19,2% de taxa social única (TSU), e pressupõe um salário médio.

Portugal com este salto na carga fiscal sobre os salários passou a situar-se na 12ª posição mais elevada entre os 34 países da OCDE. É de salientar, porém, que se olharmos para a tabela dos salários médios brutos, vemos que o mercado português paga quase menos 50% que a média da OCDE - 23 098 euros anuais contra 43 523 euros. Ou seja, os trabalhadores em Portugal não só recebem cerca de metade do que é pago em média aos trabalhadores da OCDE, como pagam mais impostos sobre esse valor (incluindo a TSU paga pelas empresas).

Além de os impostos sobre o trabalho estarem hoje bem acima da média da OCDE, também ao olhar para a evolução anual do peso da fiscalidade nos ordenados vemos como a política portuguesa foi no sentido oposto à seguida pelos restantes países: segundo a OCDE, em Portugal e de 2012 para 2013, a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho subiu 3,54 pontos percentuais, já nos 34 países da OCDE a carga subiu em média 0,2 pontos. Registaram-se descidas em onze países, incluindo a Grécia que ainda assim ficou com uma carga fiscal mais elevada que a portuguesa.

Só no ano passado, o Estado foi buscar aos rendimentos de trabalhadores e pensionistas mais 3,2 mil milhões de euros em receitas de IRS, um crescimento de 35,5% que, individualmente, terá tido um impacto mais elevado já que em 2013 o imposto recaiu sobre menos contribuintes que em 2012. No total da receita fiscal, e também de 2012 para 2013, a factura do que o Estado foi buscar à economia passou de 9,1 mil milhões de euros para 12,3 mil milhões de euros.

*  Um governo sem vergonha como o nosso não liga patavina a estas ponderações.

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