05/04/2014

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HOJE NO
"i"

Meco. 
Investigação continua e 
não há indícios contra dux

João Gouveia ainda não foi constituído arguido. Investigadores já concluíram que outros jovens estiveram no Meco mas não na praia 
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Se tivessem sido recolhidos indícios contra João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia do Meco, o dux da Universidade Lusófona já teria sido constituído arguido. A Polícia Judiciária (PJ) ainda está a investigar mas a mensagem passada por duas fontes policiais ouvidas pelo i revela que o arquivamento é o desfecho mais provável do processo: o estudante da Lusófona foi ouvido na qualidade de testemunha, teve um discurso "muito coerente", está "debilitado", "tem colaborado com as autoridades" e não foram recolhidos indícios que mostrem ter culpa nas mortes dos seis colegas, na noite de 15 de Dezembro, naquela praia de Sesimbra.

Ao que o i averiguou, os investigadores já terão chegado à conclusão de que outras pessoas terão participado naquele fim-de-semana no Meco, mas não há indícios de que alguém, além do sobrevivente e das seis vítimas, tenha estado na praia naquela noite. A hipótese de os pés dos jovens terem sido amarrados pelo dux naquela noite, já na praia, num ritual de praxe, também foi afastada: não havia marcas nos corpos das vítimas e os trajes académicos estariam parcialmente rasgados devido ao impacto das ondas e ao tempo que os corpos passaram no mar.

Apesar de o rumo da investigação apontar para o arquivamento, uma fonte policial explicou ao i que Maria Alice Fernandes, coordenadora da PJ de Setúbal, terá garantido que este caso não seria para terminar sem conclusões, estando a ser feitas todas as diligências para que não acabe com uma única ponta solta.

Outra fonte próxima da investigação lamentou as reconstituições televisivas que foram feitas de alegados rituais de praxe que poderiam explicar por que razão os sete jovens estariam na praia àquela hora e teriam sido colhidos por uma onda. Essas reconstituições, segundo a fonte, terão "atrapalhado" a investigação, já que para que não restassem dúvidas foi necessário testar todas as hipóteses.

O processo, recorde-se, começou por estar entregue ao procurador-adjunto da comarca de Sesimbra, mas, mais de um mês depois da noite da tragédia, foi avocado pelo procurador coordenador do círculo de Almada, com o argumento de que seria um caso complexo e que a investigação precisava de mais meios. As fontes ouvidas pelo i adiantam que essa passagem de testemunho terá acontecido apenas devido à pressão mediática.

Os seis jovens que morreram na praia do Meco faziam parte de um grupo de sete estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona para passar o fim-de-semana. Segundo as autoridades, uma onda arrastou-os na madrugada de 15 de Dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver e dar o alerta. Os corpos dos seis estudantes foram encontrados nos dias seguintes. Em Fevereiro, os familiares das vítimas constituíram-se assistentes no processo.

* Ninguém desejava que estes jovens morressem, a dor das famílias é brutal, mas imputar a um colega a responsabilidade  daquelas mortes é criminoso!


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