A Internet
mudou a maneira
de ensinar nas escolas?
A evolução tecnológica tem
invadido o quotidiano de todos nós das mais diversas maneiras. Do
desporto ao entretenimento, do empresarial ao escolar são raras as áreas
em que a tecnologia não alargou fronteiras da sua intervenção e começou
a causar impacto.
Na escola também iniciou caminho desde há algum tempo. As
apresentações electrónicas substituíram facilmente os acetatos, os
computadores evoluíram para tablets interactivos e há hoje um maior número de recursos disponíveis para a docência. A Internet é um deles.
Com a Internet não chegou apenas o acesso a informação rápida, fácil e
gratuita. Chegaram novas possibilidades de acesso à informação, novos
conteúdos multimédia educativos e uma outra forma de comunicar e
interagir com os alunos, mesmo quando estes estão além fronteiras da
escola.
As plataformas educacionais são uma ferramenta poderosa que envolve
os alunos numa componente activa e orientada pelos professores num
processo de consolidação de estudo e autonomização de processos de
trabalho. Através das plataformas os alunos em casa podem aceder a
conteúdos disponibilizados pelos professores, participar em fóruns de
discussão temáticos, realizar trabalhos individuais ou em grupo,
exercícios interactivos, mindmaps, entre outras funcionalidades. Ir à plataforma ou ir ao Moodle passou a ser uma expressão comum entre os estudantes actualmente!
Os conteúdos multimédia disponíveis online também são um contributo interessante para os professores. Os aplets
que permitem demonstrar conceitos, os vídeos explicativos das matérias
são uma mais-valia, assim como os sites com explicações mais ilustradas e
exercícios de aplicação das matérias.
Com os recursos informáticos nas escolas, os professores têm à sua
disposição uma panóplia de ferramentas que lhes permitem complementar a
sua estratégia pedagógica, o modo de relacionamento com os alunos assim
como o seu modo de ensinar.
Contudo a Internet é uma ferramenta. Apenas e só! Como o livro, o
quadro de ardósia, o quadro interactivo, o projector. É um recurso
disponível ao professor para poder ter em seu benefício e uso
pedagógico. Como qualquer outro, é um recurso para uso pensado,
ponderado, reflectido, organizado, estruturado para que não seja apenas
uma novidade, mas uma real e efectiva utilidade em benefício pedagógico.
A percepção parental sobre o uso da Internet no estudo e na escola
ainda não é muito convincente. Os pais têm frequentemente a percepção de
que os filhos estão a brincar na Internet em vez de estarem a estudar
ou a realizar trabalhos.
A revolução do Windows foi marcante. A partir do momento em que
podemos realizar multi-tarefas simultâneas abrimos a possibilidade de
jogar ao mesmo tempo que pesquisamos, fazemos trabalhos conversamos com
os colegas, interagimos nas redes sociais, os pais ficam com a pulga
atrás da orelha, algo desconfiados! Assim como os professores, quando
utilizam as salas de informática com vários computadores, se lamentam de
que os seus alunos também “brincam” na Internet enquanto fazem as
tarefas propostas.
A rotina e a exigência vão encarregar-se de limar arestas de
distracção para aumento da eficiência. É natural que façam pausas ao
longo do trabalho, assim como nós as fazemos quando vamos beber café,
fumar um cigarro, conversar com a colega do lado ou olhar pela janela.
Os motivos de pausa deles é que são diferentes e estão no mesmo local.
Não necessitam de sair da cadeira para interromper trabalho e “viajar”!
Sejamos coerentes com a exigência, atribuindo responsabilidade e
promovendo experiência. Será um caminho que se faz caminhando mas que
tem resultados muito interessantes. Certamente que sim.
A Internet abriu possibilidades mais fortes no ensino à distância. Hoje é frequente fazer-se cursos online
em muitas das mais conceituadas universidades do mundo. A oferta é já
muita com cursos pagos e gratuitos dos mais diversos temas.
A Internet, apesar de não ter sido pensada originalmente para contexto escolar, o “online” passou a fazer parte da realidade escolar. E ainda bem!
DIRECTOR DA CLÍNICA DA EDUCAÇÃO
IN "SEMANA INFORMÁTICA"
20/03/14
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