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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
10,9% do portugueses não consegue pagar renda, comer refeição de carne ou aquecer a casa
O
número de portugueses que não conseguem pagar a renda, comer uma
refeição de carne e peixe ou aquecer a casa, cresceu no ano passado em
relação a 2012, atingindo 10,9 % da população, revela o INE.
Segundo o Inquérito às Condições de
Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE), feito em
2013 com base nos rendimentos de 2012, a população portuguesa que vivia
em situação de privação material severa passou de 8,6 % em 2012 para
10,9 % no ano passado.
Considera-se privação material severa
quando um agregado não tem acesso a pelo menos quatro de uma lista de
nove itens relacionados com necessidades económicas e bens duráveis.
Na
lista incluem itens como atrasos no pagamento de rendas, empréstimos ou
despesas correntes da casa, não conseguir comer uma refeição de carne e
peixe de dois em dois dias, não ter carro, televisão ou máquina de
lavar roupa ou não conseguir fazer face ao pagamento de uma despesa
inesperada, entre outros.
No mesmo período, 25,5 % (21,8 % em
2012) dos portugueses vivia em privação material, ou seja, sem condições
financeiras para responder a três das nove necessidades da lista.
Destes,
59,8 % não tinha capacidade para pagar uma semana de férias por ano
fora de casa, 43,2 % não conseguiam assegurar o pagamento imediato de
uma despesa inesperada próxima de 400 euros e 28,0 % não conseguia
manter a casa adequadamente aquecida.
O INE analisou ainda o risco
de pobreza ou exclusão social em agregados de intensidade laboral per
capita muito reduzida - menos de 20 % do tempo de trabalho possível - ou
em privatização material severa, adiantando que em 2013 este atingia
27,4 % da população, mais dois pontos percentuais do que no período
homólogo anterior.
A privação material foi ainda em 2013 o tema do
módulo de recolha de dados sobre as condições de vida constante do
inquérito, repetindo um tema já analisado em 2009.
Os dados
revelam que 20,5 % da população com mais de 15 anos não teve em 2013
possibilidade de substituir a roupa usada por alguma roupa nova por
causa das dificuldades económicas, valor que aumentou face a 2009,
quando 17,2 % das pessoas não o podiam fazer.
As dificuldades
económicas foram também indicadas por 15,3% das pessoas para não se
encontrarem com amigos ou familiares para uma bebida ou refeição pelo
menos uma vez por mês, por 21,0 % para não participarem regularmente
numa atividade de lazer e por 18,9 % para não gastarem semanalmente uma
pequena quantia de dinheiro consigo próprias.
Ainda assim, nestes três aspetos o INE regista melhorias relativamente a 2009.
O
módulo recolheu também informação sobre a impossibilidade de satisfazer
as necessidades básicas educativas e de lazer das crianças (1 aos 15
anos), registando uma melhoria das condições das crianças relativamente a
2009.
Ainda assim, 24 % das crianças não tinham atividades
extracurriculares regulares (27,3 em 2009), 14,3 por cento não podia
substituir a roupa usada por nova (14,1 em 2009), 13, 1 % não podiam
convidar de vez em quando amigos para brincarem ou comerem juntos (20 %
em 2009) e 12,1 % não podiam participar em viagens e eventos escolares
não gratuitos (13 % em 2009).
Considerando simultaneamente 18
itens de privação que afetam as crianças, os dados do INE revelam que a
falta de pelo menos três itens afetava 45,7 % das crianças e a falta de
cinco atingia 27,3 %.
* Segundo Passos Coelho temos cerca de 1 milhão e 100 mil pessoas que são piegas, no conceito de Eduardo Catroga não passam de "pintelhos".
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