ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
Alemanha, França e Holanda
. desfizeram-se de dívida grega
. em plena crise
Os bancos alemães, franceses holandeses quebraram os compromissos assumidos pelos respetivos governos, denuncia o "El Pais".
Os bancos alemães, franceses holandeses
desfizeram-se de dívida grega em plena crise do euro, contrariando os
compromissos assumidos pelos respetivos governos, noticia hoje o "El
Pais".
Citando "atas confidenciais do FMI [Fundo Monetário
Internacional] de maio 2010" a que diz ter tido acesso, o jornal
espanhol revela que a "Alemanha, França e Holanda, num dos piores
momentos da crise do euro, assumiram o compromisso que os seus bancos
apoiariam a Grécia e não venderiam dívida helénica".
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Contudo, refere, os bancos destes três países tinham,
no primeiro trimestre de 2010 (antes do resgate à Grécia), mais de
122.000 milhões de dólares em dívida helénica, mas em finais do ano
passado este valor havia caído 72%, para menos de 34.000 milhões de
dólares.
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Tendo por base as atas "estritamente confidenciais"
do FMI, o El Pais avança que o apoio da respetiva banca foi um dos
argumentos a que recorreram os governos alemão, francês e holandês "para
vencer as fortes resistências do FMI na concessão [à Grécia] do maior
pacote de ajuda financeira da sua história".
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"Os representantes holandês, francês e alemão
transmitiram o compromisso de que os seus bancos comerciais continuaram a
apoiar a Grécia, mantendo a sua exposição", refere.
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Contudo, continua, "os dados demonstram precisamente o
contrário", comprovando que os três sócios europeus não cumpriram a sua
palavra e agravaram a crise", com as respetivas "entidades financeiras a
desfazerem-se dos títulos [de dívida pública grega], que 'queimavam'
nas mãos".
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Segundo o El Pais, as mesmas atas revelam que as
"divergências e dúvidas relativamente ao êxito do plano" de ajuda
financeira surgiram desde o dia em que foi decidido o resgate à Grécia.
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"O documento revela claramente as críticas que países
como a China, Austrália, Argentina ou Brasil fizeram desde o início",
refere o jornal, notando que, entretanto, "muitas das reservas
levantadas pelos membros do Fundo acabaram por confirmar-se".
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"Alguns representantes (China, Egito e Suíça)
insistem no risco de que as análises conjuntas acabam por revelar
diferenças de critério entre as três instituições representadas [na
'troika' - Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu], lê-se na ata
citada pelo El Pais e assinada pelo assessor do diretor executivo do
FMI, Francesco Spadafora.
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"Com o tempo, esses choques tornaram-se evidentes",
sustenta o jornal, recordando que, "quando o FMI admitiu que se
equivocou ao menosprezar os efeitos dos cortes na economia grega, a
Comissão Europeia mostrou-se indignada e negou qualquer erro".
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Entre as críticas vertidas nas atas do FMI constam
ainda alertas da China e da Suíça para a "possibilidade de os
prognósticos de crescimento para a Grécia serem demasiado otimistas", o
que poderia "por em risco a sustentabilidade da dívida grega", assim
como advertências da Argentina, Austrália, Canadá, Brasil e Rússia
relativamente aos "imensos riscos" do programa de ajuda, não só para a
Grécia, mas também para o prestígio do FMI.
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Já outros países apontaram um risco que acabou por se
confirmar: a necessidade de recorrer a um perdão parcial face à
impossibilidade grega de pagar todas as suas dívidas.
* Os banqueiros são palavrosos mas de pouca palavra.
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