ONTEM N0
" DINHEIRO VIVO"
Vítor Bento e Oliveira Martins
relacionam consolidação orçamental
com reforço democrático
O economista Vítor Bento e o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, relacionaram hoje a consolidação orçamental e a sustentabilidade financeira à ideia de um reforço democrático.
As ideias convergentes foram expressas nas
intervenções que ambos fizeram numa iniciativa da convenção do PS "Novo
Rumo", que se realizará em maio, no âmbito da qual decorreu hoje um
painel dedicado ao tema "uma administração pública eficiente e com
qualidade".
Vítor Bento sublinhou a importância "de conciliar
democracia e sustentabilidade financeira", apontando que, em Portugal, e
não apenas na história recente, esses dois conceitos não andaram
relacionados.
"A história diz-nos que nós só conseguimos ter
estabilidade financeira através de mecanismos repressivos", afirmou,
sublinhando que, dentro do atual regime democrático, Portugal já foi
sujeito a três resgates.
"Nós temos que saber conciliar escolhas
democráticas com sustentabilidade financeira. Não menorizem a
importância que a estabilidade financeira tem para o funcionamento da
própria democracia", afirmou.
Vítor Bento ilustrou a sua tese com a queda do Governo liderado por Salvador Allende, no Chile, em 1973.
"A
queda de Allende no Chile - além de toda a sabotagem política de que
foi alvo, nomeadamente pelo lado americano -, resultou também, em grande
parte, ou foi muito favorecido, pela alienação da classe média em
consequência das políticas financeiras aplicadas pelo governo de unidade
popular", afirmou.
O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme
de Oliveira Martins, iniciou a sua intervenção sublinhando a ideia
abordada por Vítor Bento, considerando que "é a democracia, é a
consolidação das instituições democráticas que estão em causa".
Para
o antigo ministro socialista, o país vive um "processo de consolidação
que não durará menos de 20 anos" e, "para garantir que não haja mais
necessidade de novos resgates, é indispensável pensar na criação de
condições de consolidação da democracia e de consolidação financeira e
orçamental".
"É essencial que os orçamentos aprovados no
parlamento sejam cumpridos e não apenas um conjunto de boas intenções,
mas que sendo documentos que são cumpridos possam ser garantia da
consolidação orçamental que só fortalece a democracia", afirmou.
* Duas pessoas muito sérias e competentes.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário