26/02/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Barómetro Kaisen 
77% dos empresários querem 
programa cautelar

Uma maioria significativa de 77% de empresários do painel do Instituto Kaisen considera que o país deve seguir para a protecção de um programa cautelar patrocinado pela União Europeia depois de findo o programa de assistência financeira da 'troika'. 


O painel - que é já composto por mais de 130 empresas e onde se encontram organizações tão relevantes como a Sonae, a Corticeira Amorim, a CIN, o Banco Popular e a Caixa Geral de Depósitos, entre muitos outros - constata que apenas 12% dos inquiridos considera "desnecessário" um programa cautelar, enquanto que 11% dos empresários acha esse programa "negativo para o país".

Para António Costa, manager para a Península Ibérica do Instituto Kaisen, estes dados "não deixam dúvidas sobre o sentido das preferências dos empresários" - que, aliás, seguem em linha com o que o PSD, um dos partidos membros da coligação que sustenta o Governo, considerou ontem prioritário, segundo disse Miguel Frasquilho em declarações públicas.

Por outro lado, o painel Kaiden alia a preferência pela protecção de um programa cautelar a uma clara melhoria das perspectivas de evolução da economia para 2014, quando comparadas com 2013. De facto, uma maioria confortável de 70% dos inquiridos considera que o desempenho da economia em 2014 será melhor que em 2013 e apenas 5% acha que será ainda pior.

A percentagem de optimistas baixa para os 65% quando a pergunta colocada pela Kaisen é relativa à capacidade de o país regressar aos mercados e sustentar a angariação de financiamento soberano em condições de igualdade com as restantes economias. Cerca de 35% dos inquiridos considera que a economia portuguesa ainda não está em condições e absorver o impacto do regresso aos mercados da dívida.

Como disse António Costa, o painel - que revela indicadores trimestrais - está neste momento e em termos de avaliação da confiança dos empresários no ambiente económico, no seu ponto mais elevado: 11,3 (em 20) pontos. Este indicador passou para o lado positivo pela primeira vez em Julho de 2013, depois de ter passado a primeira parte desse ano em valores negativos. De qualquer modo, os 11,3 pontos apresentados não são ainda de molde a conferir sustentabilidade às respostas positivas - apesar de indicar o sentimento de que a envolvente económica (ou a sua percepção) está a caminhar no sentido positivo.

Reendustrialização
No que diz respeito àquilo que o painel considera serem as grandes apostas da economia, a industrialização surge em primeiro lugar (com 61% das respostas), bem longe da economia do mar (16%) e do turismo (13%). Já em termos de diplomacia económica, os empresários consideram que Angola (referida 49% das vezes), Brasil (46%), Magrebe (37%) e Moçambique (35%) devem ser os mercados prioritários - o que, de algum modo, revela um distanciamento significativo entre a vontade das empresas e os discursos oficiais (por parte do governo angolano e ao mais alto nível) de afastamento entre as duas economias. Num quadro onde há apenas 10 entradas (sendo que a décima é 'outras') a única economia europeia merecer referência é a espanhola (21%), num modesto oitavo lugar.

A acreditar na Kaisen, a Venezuela também parece ter passado de moda: surge em nono lugar, com apenas 4% de referências - bem menos que os 28% conseguidos pela 'vizinha' Colômbia.
Em termos das organizações, os empresários indicam o 'aumento da rentabilidade' e a 'abertura de novos mercados' como apostas prioritárias para 2014. De algum modo surpreendente, n um quadro com nove entradas (a última é 'outras'), a 'redução do endividamento surge apenas na penúltima posição - apesar de, ao longo de 2013, o mesmo painel ter afirmado que o 'acesso ao crédito' era o principal problema das empresas.

O painel Kaisen já tem mais de 130 empresários e os seus responsáveis - o instituto é dirigido em Portugal por Euclides Coimbra - querem continuar a aumentar o seu espectro, no sentido de adicionar cada vez mais credibilidade e exposição ao barómetro.

* Claro que Portugal precisa de um programa cautelar.

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