04/02/2014

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Passos Coelho critica investimento 
público anterior na ciência
 "Governo quer romper com
 as políticas passadas" 

O primeiro-ministro criticou hoje a anterior política de investimento público em ciência, sustentando que falhou nos resultados, mas defendeu que é preciso dar continuidade à aposta nas energias renováveis. 

O chefe do executivo PSD/CDS-PP assumiu estas posições na primeira reunião da "Coligação para o Crescimento Verde", uma entidade criada pelo Ministério do Ambiente que junta organizações de diversos setores, realizada no Oceanário de Lisboa. 
 
ECONOMIA VERDE
Numa alusão ao anterior período de governação do PS, o primeiro-ministro afirmou que, em matéria de ciência e tecnologia, o atual Governo está gradualmente a "romper com as políticas passadas" baseadas na ideia de que "mais dinheiro público" produz "qualidade" em termos de resultados. "De facto, não é assim", alegou Passos Coelho, referindo-se às bolsas atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. "Durante vários anos, conseguimos transferir mais recursos para o sistema e atribuir mais bolsas. No entanto, quando medimos depois o número de patentes que são registadas, o número de artigos científicos que são publicados, quando medimos o resultado e a qualidade desse resultado, nós passávamos de indicadores que pareciam comparar muito bem com os países com que gostamos de nos comparar para comparar muito mal sempre que olhávamos à substância dos indicadores", sustentou. Segundo o primeiro-ministro, é preciso "mudar a filosofia das políticas públicas que estavam a ser executadas", assegurando que o financiamento dirigido à ciência, à tecnologia e ao sistema educativo "produz resultados" e "cria valor" na economia. "Temos, portanto, de aprender a medir os resultados e temos de garantir que as bolsas que nós usamos para financiar os doutoramentos, os pós-doutoramentos, a investigação que é feita não corresponde meramente a uma política de recursos humanos de empregar os melhores, mas que possa resultar em ter mais gente do lado das empresas, altamente qualificada, a desenvolver investigação e a fazer a translação de conhecimento que traga valor para essas empresas e para a economia", defendeu. 

Em seguida, Passos Coelho falou da "economia verde", considerando que, "desde que os incentivos sejam os adequados, continuar a apostar nas energias renováveis não é um erro", mas antes "uma necessidade estratégica" de Portugal. Ressalvando que é preciso "medir bem os incentivos que são criados", acrescentou: "O facto de termos muitas vezes contratualizado benefícios excessivos nas renováveis não significa que a aposta nas renováveis não seja uma aposta fundamental".

 A este propósito, o primeiro-ministro afirmou ainda que "a União Europeia precisaria de manter uma maior ambição nas metas que vem definindo" e que a "economia verde" não deve ser encarada pelos agentes económicos como "um ónus". 

* A economia verde é um grande carrocel.



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