19/02/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Obras de Miró regressam
 a Portugal “até final do mês”

As 85 obras de Miró que têm estado em Londres vão regressar a Portugal "até ao final do mês", garantiu hoje o presidente da Parvalorem.

Numa audição na Comissão de Educação e Cultura, o administrador explicou que a sociedade chegou a acordo com a leiloeira Christie's "para realização de novo leilão logo que condições comerciais o permitam" e garantiu que já foram sanados os procedimentos administrativos alegadamente irregulares na expedição das obras.


Nogueira Leite explicou também que no final de 2014, o valor que a Parvalorem e Parups "não tiverem obtido em resultado da venda das obras de Miró, será pago com o seu próprio dinheiro e terá impacto no défice". E deixou claro que a intenção sempre foi vender as obras para diminuir os encargos dos contribuintes com a nacionalização do BPN.

Se isso não acontecer, diz Nogueira Leite, os contribuintes serão chamados a suportar o valor em causa, uma vez que existe uma dívida a pagar à Caixa Geral de Depósitos.

Numa audição tensa, com o PS a acusar Nogueira Leite de "embuste" e de não responder a perguntas pertinentes (nomeadamente quem autorizou a saída das obras e de que forma foram expedidas paraLondres), o administrador da Parvalorem alegou estar vinculado a "confidencialidade contratual" e ter como " única limitação ao esclarecimento pretendido" aquilo que "diminuir a nossa capacidade de defesa em tribunal".

"Os activos adquiridos pela Parvalorem foram feitos com empréstimo obrigacionaista, não correponde à verdade a ideia de que [as obras] já se encontram pagas", esclareceu o responsável pela sociedade constituída para gerir os activos tóxicos do BPN.


Nogueira Leite explicou ainda que a Parvalorem optou por um contrato chave na mão, tendo em conta que não é "especialista" em venda de obras de arte e que o contrato foi adjudicado à Christie's por 0,14% de diferença em relação aos seus concorrentes. E sublinha que a empresa esperava com esse contrato chave na mão para que todos os procedimentos necessários fossem tratados pela Christie's.

O administrador deixou ainda uma crítica dura à actuação da Procuradoria-Geral da República em todo este processo, sublinhando o facto de o Ministério Público ter requerido de um "dia para o outro" duas providências cautelares sobre este tema, "esperando-se a mesma diligência e empenho venha a ser seguido nas múltiplas queixas da Parvalorem a propósito de burla".

Para já, Nogueira Leite não esclareceu quem deu autorização para a saída das obras de Portugal e como decorreu o processo de expedição das obras para Londres.

* Concluíndo, o sr. Nogueira Leite que gosta de se armar em sabichão em tudo quanto é comunicação social, não percebe de arte, portanto acha natural que um conjunto de quadros de Miró, avaliados inicialmente em 150 milhões passa nun estantinho para 35 milhões. O sr. Nogueira Leite, ícone incontornável  da arrogância deslumbrada deste país, não sabe explicar de que modo os quadros aterraram em Londres sem as devidas autorizações regulamentares. O sr Nogueira Leite só sabe o que lhe interessa, que deve ser muito, mas que não é de todo o que interessa aos portugueses.


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