26/02/2014

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"


Remédio Santo:
 Arguido assume esquema
 de burla ao SNS

Esquema de uso fraudulento de receitas médicas terá burlado o Serviço Nacional de Saúde em quatro milhões de euros.

Um dos principais arguidos do processo ‘Remédio Santo’ confessou em tribunal, esta quarta-feira, a prática de um esquema de uso fraudulento de receitas médicas que terá burlado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em quatro milhões de euros.
Rui Peixoto, um dos 18 arguidos e considerado pela acusação como o alegado líder do grupo do Norte, que à data dos factos era chefe regional de uma das empresas do grupo Bial, assumiu perante o tribunal de Monsanto, em Lisboa, o recurso a receitas forjadas passadas por vários médicos, atuação "comum e corrente", segundo o próprio.

"Esta prática é mais comum e corrente do que aquilo que as pessoas fora deste meio pensam. Mas não criei nenhum grupo nem nenhum tipo de organização. Todas estas situações eram pontuais e conforme as oportunidades iam aparecendo. Se não fosse o crime de associação criminosa e alguns pressupostos da acusação, confessava integralmente os factos", afirmou o arguido durante a segunda sessão de julgamento.

Rui Peixoto explicou que o esquema começou em 2010 e que se prolongou até 2012, acrescentando que Luís Basile – único arguido em prisão preventiva – era o médico que lhe passava as receitas. No total, só este clínico é acusado de prescrever receitas no valor de 1,7 milhões de euros.

Rui Peixoto adiantou ainda que os delegados de informação médica que "não pactuassem" com o esquema fraudulento dificilmente conseguiam atingir os objetivos e os resultados definidos pela Bial, o que levava à consequente perda de emprego. Contudo ressalvou que a administração e a direção do grupo Bial desconheciam, oficialmente, esta atividade ilícita. O interrogatório a Rui Peixoto vai continuar durante a tarde no Tribunal de Monsanto.

* Actuação "comum e corrente" os anos que estas burlas devem ter.

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