15/01/2014

.
HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"

Posição geoestratégica 
dos Açores fica relevada

A escolha da ilha Terceira como um dos locais possíveis para o transbordo de químicos oriundos da Síria permitiu "relevar" a posição geoestratégica dos Açores, na opinião do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória.
 
"A abordagem feita pelos Estados Unidos ao Governo português assenta em duas palavras-chave: em primeiro lugar, o facto de Portugal ser um aliado empenhado nas questões da paz mundial e [em segundo lugar] a posição geoestratégica da Terceira", frisou Roberto Monteiro, autarca da Praia da Vitória.
É no concelho da Praia da Vitória que fica localizada a base militar das Lajes, usada pela força aérea dos EUA.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal anunciou na terça-feira que as autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo de material químico proveniente da Síria num porto nos Açores, não havendo ainda decisão.

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, revelou, por seu turno, que a acontecer o transbordo nos Açores, seria usado o porto da Praia da Vitória.
Os químicos começaram a sair da Síria em 07 de janeiro, no âmbito de um acordo sobre o desmantelamento do arsenal de armas químicas do regime de Damasco.

Roberto Monteiro disse ter sido contactado na segunda-feira pelo presidente do Governo Regional dos Açores, que lhe transmitiu o conteúdo da comunicação feita pelo MNE.
Nesse sentido, o autarca salientou que o contacto dos Estados Unidos da América "toca em dois aspetos que têm sido postos em causa: a verdadeira força dos laços entre Portugal e os EUA e o enfoque fundamental desta abordagem na posição geoestratégica dos Açores".

Segundo Roberto Monteiro, o executivo açoriano impôs como condições que o transbordo, a ser feito na Terceira, tivesse lugar no porto afeto aos EUA, na Praia da Vitória, e que os riscos fossem minimizados.
O autarca admitiu que uma operação deste género tem sempre "algum risco", mas salientou que a "salvaguarda das questões ambientais e de segurança é uma questão prioritária".
"Este tipo de operações envolve uma estrutura altamente especializada que consegue minimizar os riscos da sua operacionalização", frisou.

Já hoje, a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), envolvida no programa de desarmamento químico na Síria, disse desconhecer qualquer transbordo de químicos em Portugal, afirmando que a operação decorrerá num porto italiano ainda não identificado.
Um responsável da organização explicou ainda à Lusa que embora se trate de um programa de eliminação de armas químicas, não há qualquer arma a sair da Síria: são apenas químicos.

"O que vai ser retirado da Síria, e mais tarde levado para este navio norte-americano para ser neutralizado, são apenas químicos", divididos em dois grupos, o primeiro dos quais corresponde a cerca de 700 toneladas de agentes que representam maior ameaça - "se alguém lhes pusesse as mãos em cima, seria muito fácil produzir armas químicas".

O segundo grupo é de químicos industriais, que têm de ser retirados apenas porque estavam a ser usados no programa de armas químicas.

* Será que se acontecer um mínimo acidente no transbordo dos químicos o autarca também vai regozijar, por haver açorianos mártires pela Síria?



.

Sem comentários:

Enviar um comentário