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HOJE NO
"PÚBLICO"
Estudo indica que privacidade é a razão mais frequente para deixar o Facebook
Os que abandonaram a rede social eram, em média, mais velhos e
tinham menos amigos, mas passavam ligeiramente mais tempo no site.
Uma amostra de ex-utilizadores do Facebook indicou que preocupações
relacionadas com a privacidade são a causa mais frequente para deixar
aquela rede social, a que se juntam factores como a perda de tempo e a
artificialidade das amizades online.
As conclusões são de um estudo da Escola de Psicologia da Universidade de Viena, na Áustria, publicado este mês numa revista científica da especialidade, chamada Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking.
O
objectivo dos investigadores era encontrar motivações e traços de
personalidade que distingam as pessoas que usam o Facebook e aquelas que
abandonam a rede social, fenómeno que designam como “suicídio da
identidade virtual”. A amostra, não representativa, incluía 310 pessoas,
de vários países, que tinham deixado o site, e 321 que eram
utilizadoras.
As preocupações com a privacidade foram referidas
por 48,3% dos ex-utilizadores, a quem foi pedido que explicassem, por
escrito, os motivos para o abandono. O segundo motivo mais frequente,
referido por 13,5%, foi um sentimento de insatisfação (onde os
investigadores incluíram as respostas que se referiam a questões como
alterações no design do Facebook, desagrado com a posição de “monopólio”
e perda de tempo).
Os inquiridos referiram ainda aspectos
negativos relacionados com as amizades online, entre os quais a pressão
social para aceitar novos “amigos” e para comunicar, conversas
superficiais e “amigos que não são reais” – 12,6% das respostas dadas
pelos inquiridos referiam estes factores. Por fim, 6% referiram estarem a
ficar viciados no Facebook (os ex-utilizadores tinham também uma maior
tendência para afirmarem estar viciados na Internet em geral). Houve
ainda 19,6% que apontaram outras causas que não se integravam em nenhuma
das categorias usadas no estudo, e que iam de assédios online a simples
perda de interesse.
Através de uma análise de personalidade, os
investigadores notaram ainda que os ex-utilizadores tendem a ser
ligeiramente mais escrupulosos do que os que usam o Facebook, mas
afirmaram não ter encontrado um perfil definido para os que decidiram
deixar o site.
O estudo descobriu ainda outras diferenças: as
pessoas que deixaram o Facebook tinham uma idade média de 31 anos e 133
“amigos”. Já os que eram utilizadores tinham, em média, 24 anos e 349
“amigos”. Os desistentes passavam também ligeiramente mais tempo a usar o
Facebook: 1,9 horas diárias, contra 1,8 horas por parte dos
utilizadores.
* A privacidade é um bem precioso, faça o que entender da sua vida.
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