22/12/2013

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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

Conheceu o pai do rapaz 
que lhe doou o coração 

Will Pope fez um transplante no final do ano passado. Agora conheceu a família da pessoa que lhe salvou a vida

Há precisamente um ano a vida de dois jovens mudou radicalmente: um sofreu um acidente tremendo e acabou por morrer; o outro, que estava à beira da morte, com uma insuficiência cardíaca grave, recebeu um transplante e salvou-se. O que têm os dois em comum? Will Pope, de 21 anos, foi o rapaz que recebeu um coração novo e Tom Ince, que tinha então 20 anos, foi o dador. 

As doações de órgãos por norma são anónimas e Will Pope não fazia ideia da identidade da pessoa que lhe salvou a vida. Mas estava certo de uma coisa: "Tinha consciência de que alguém tinha morrido para que eu pudesse viver e isso é difícil de aceitar", disse ao 'Mail Online'.  

Mas, há cerca de duas semanas, o inesperado aconteceu: Will apertou a mão ao pai do rapaz que lhe salvou a vida, Steve. Encontraram-se e essa ocasião foi filmada para servir de exemplo e incentivar as pessoas a registarem-se como dadores de órgãos (já em Portugal todas as pessoas são potenciais dadores, salvo registo em contrário).

A história de Will tinha sido contada pelo 'Mail Online' e foi através dessa reportagem, e da coincidência que existia relativamente às datas, que Steve e Sue, os pais do falecido Tom Ince, chegaram ao contacto com o rapaz que recebeu o coração do seu filho.

Will sofria de insuficiência cardíaca desde os 16 anos. Acredita-se que a doença foi causada por um virus que lhe afectou irreversivelmente o coração. O então adolescente fez uma grande cirurgia no Harefield Hospital em Londres e instalaram-lhe um dispositivo de assistência ventricular (chamado LVAD). Esperava-se que juntamente com a medicação, esta máquina o ajudasse a recuperar.

Não foi o que aconteceu: Will foi piorando progressivamente e por volta desta altura, no ano passado, estava a apenas algumas semanas de morrer. Todas as outras opções terapêuticas tinham falhado e a sua última esperança era mesmo um transplante de coração.


O dador, Tom Ince, de 20 anos, sofreu um acidente trágico a 30 de Dezembro de 2012. O então estudante de engenharia, natural dos arredores de Bristol, despistou-se por causa da chuva torrencial e chocou violentamente contra uma árvore. Quando foi transportado para o hospital já tinha ferimentos muito graves, sobretudo a nível do cérebro.

Quando os seus pais chegaram ao hospital, faltavam poucas horas para a meia noite, um dos médicos informou-o que o estado de saúde do seu filho era mais grave do que inicialmente se pensava e que ele tinha menos de 1% de probabilidades de sobreviver. Mais tarde, Tom entrou em morte cerebral e o médico assistente teve de fazer a pergunta: "O seu filho é dador de órgãos?"

Steve recorda-se bem desse momento: "Tive uma recordação muito forte de uma coisa que o meu filho me tinha dito há uns tempos atrás. 'A propósito pai, eu sou dador.' Lembro-me exactamente das palavras dele", recorda ao jornal britânico.

* Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma, já dizia Lavoisier.

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