ESTA SEMANA NO
"SOL"
Associação de Coimbra quer criar horta comunitária no centro da cidade
A associação Coimbra em Transição, criada em Junho de 2013, pretende
criar uma horta comunitária no centro de Coimbra, entre outros
projectos, tendo como objectivo desenvolver comunidades e um meio urbano
mais verde.
A associação está a procurar terrenos no centro da cidade
para instalar uma horta comunitária, para que os cidadãos de Coimbra
possam ter "acesso a comida saudável e fresca", para além de que o
contacto com espaços verdes e com a horticultura pode ter "um potencial
terapêutico, quer para um desempregado, quer para um académico", afirmou
à agência Lusa Sara Rocha, tesoureira da associação.
Com as
hortas comunitárias, "as pessoas podem conviver, desenvolver uma
economia local, para além da importância de ter espaços verdes, para que
não seja só alcatrão e parques de estacionamento" pela cidade.
Para
isso, segundo Sara Rocha, será necessário, para além do espaço,
"pessoas com disponibilidade e interesse em ter a horta e fazer a sua
manutenção".
A Coimbra em Transição quer também ligar "pontas
soltas em Coimbra", sendo que, na cidade, "há pessoas que têm terrenos,
mas não os podem ou não os querem cultivar, e há quem não tenha terreno
mas que gostasse de cultivar", referiu Sara Rocha.
"Queremos
desenvolver a economia social, ligar as pessoas e gerar novas
dinâmicas", salientou a membro da direcção da Coimbra em Transição.
A
associação já existe de forma informal desde 2009. Contudo, só no verão
deste ano é que a Coimbra em Transição se constituiu, tendo como foco
uma vida sem dependência do petróleo, "ambientes mais verdes", "produção
local" e "criação de comunidades e ferramentas de trabalho em grupo",
explicou.
Ao longo do seu tempo de existência, a associação já
realizou um ciclo de cinema sobre comunidade e consciência, dois debates
com o Observatório para a Cidadania da Faculdade de Psicologia da
Universidade de Coimbra, cursos de horticultura e cozinha vegetariana,
ainda organizou uma feira de trocas de prendas, no âmbito do espírito
natalício, e manteve uma horta no Jardim Botânico, entre 2009 e 2013.
A
associação pretende agora encontrar um espaço para se fixar, para
melhor desenvolver as suas actividades e ter uma presença mais visível
na cidade.
Para os próximos tempos, planeiam criar um ciclo de
cinema itinerante, na altura da primavera, que passe por espaços como a
Praça do Comércio, Terreiro da Erva, Relvinha ou Ateneu.
Sara
Rocha contou à agência Lusa que a associação pretende também potenciar
"a cultura à volta da gastronomia", de forma a recuperar as "festas e
feiras" que surgem no âmbito das colheitas.
A associação surge de
um movimento mais amplo, criado em 2006, em Inglaterra, que pretendia
"fazer uma transição no espaço urbano para contextos de vida mais
resilientes".
Em Portugal, há cerca de 20 associações que estão
integradas nessa rede de transição, podendo focar-se na questão
comunitária, em hortas, oficinas ou outras actividades.
* Uma boa iniciativa mas que obriga a múltiplas cautelas sanitárias por causa da poluição urbana, CO2, outros gases tóxicos e metais pesados encontram bom "refúgio" nas hortas urbanas.
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