10/12/2013

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Christine Lagarde: 
Custos elevados da electricidade
 em Portugal dificultam negócios

A directora geral do Fundo Monetário Internacional admite o erro da entidade a que preside quanto ao efeito da austeridade em países como Portugal e Grécia, avisa que o actual crescimento económico europeu pode não ser sustentável e apela a que se façam reformas para manter o actual momento.

 Christine Lagarde avisou, esta terça-feira, num discurso citado pelo “Independent”, que enquanto a Europa parece “ter mudado de rumo”, é prematuro cantar vitória, acrescentando a importância de reformas e citando exemplos que prejudicam o crescimento, como o caso dos elevados custos da electricidade em Portugal.

A directora geral do FMI diz que o crescimento económico não vai acelerar substancialmente a não ser que as famílias, empresários e países coloquem as suas finanças em ordem e que a redução de dívida se torne atractiva aos olhos dos credores e se reavive o crédito.

“O objectivo da reforma é quebrar barreiras ao crescimento. Não há um método infalível. Isto significa assumir posições entrincheiradas e interesses escusos. Isto significa trazer mais concorrência e flexibilidade para acender a inovação, impulsionar a competitividade e possibilitar recursos onde estes sejam mais produtivos”, afirmou Christine Lagarde. E, por isso, sublinha “as reformas são importantes na Europa”.

A responsável sublinha ainda que “continua a ser importante quebrar as ligações perniciosas entre bancos e balanços das dívidas soberanas”.

"A nossa posição no FMI é bastante simples: a união bancária deve ser um conjunto simples com um mecanismo único de supervisão e um mecanismo único de resolução dos bancos com uma rede de segurança comum", afirmou, citada pela Lusa.

Segundo a agência noticiosa portuguesa, Lagarde sublinhou ainda:"sei que ainda há muitas coisas complicadas a ter em conta nesta altura, mas defendemos e exortamos a que seja considerado um sistema simples, eficaz, justo e o mais previsível possível", disse.

Já, citada pelo Independent, a responsável afirmou que as reformas no mercado laboral podem vir a tornar as economias melhor preparadas para absorver choques futuros.

Lagarde apela também a melhorias no regime salarial e nos sistemas de impostos mais simples.

“Por exemplo, os preços do sector da electricidade na Itália são cerca de 30% mais elevados do que a média europeia e os elevados preços da electricidade aumentam os custos dos negócios em Portugal”, criticou a responsável.

Sobre este assunto, ainda esta terça-feira, Passos Coelho sublinhou em entrevista ao Negócios que "a questão da energia tem sido muito discutida em parte porque, também no exterior, há uma percepção de que não foi feito tudo o que devia ter sido feito para diminuir as rendas do sector energético. A nossa opinião não é essa. O que procurámos fazer, com esta taxa sobre o sector energético, tem que ver com o objectivo muito ambicioso de défice que, para ser cumprido, exigia um aprofundamento dos cortes salariais no Estado e uma atitude mais ambiciosa também sobre as próprias pensões. Fazia sentido, por uma questão de equidade, encontrar um contributo mais alargado noutros sectores, para atingir esse resultado do défice".

Lagarde admite erro do FMI quanto a efeito da austeridade
A directora-geral do FMI disse que a Europa está no caminho certo mas não se pode deixar de pensar em reformas até o crescimento económico recuperar o suficiente para travar o aumento do desemprego e da dívida.

Questionada sobre as consequências das políticas de austeridade recomendadas pelo FMI na situação económica e social dos países em maiores dificuldades, reconheceu que a instituição errou na hora de calcular esses efeitos no desemprego e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

"Como resultado demo-nos conta que era necessário mais tempo para a aplicação dos programas a países [resgatados como é o caso da Grécia e Portugal]", apontou, citada pela Lusa.

* O FMI erra, nós pagamos e o Mexia ri-se!


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