28/12/2013

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HOJE NO
"RECORD"

Associações contestam gestão
 de Costa Oliveira

Um grupo de delegados da assembleia geral (AG) da Federação Portuguesa (FPJ), encabeçado pela Associação Distrital de Judo de Coimbra (ADJC), quer destituir Costa Oliveira, presidente da FPJ. O manifesto associativo contém 22 críticas à gestão do atual líder federativo que vai ter de defender-se da contestação na próxima AGExtraordinária, marcada para 11 de janeiro, dia em que também se discutirá, e eventualmente aprovará, o Orçamento de 2014.

Costa Oliveira, que foi eleito para o novo ciclo olímpico, reagiu, enviando uma mensagem aos delegados da AG, na qual se manifesta surpreendido:“Alguns de vós contestam as decisões alusivas aos cortes financeiros que têm surgido em resultado da crise que todos estamos a atravessar (...)Mas a Direção adotou um conjunto de novos procedimentos.”

Já Jorge Fernandes, ex-candidato à presidência da FPJ e líder da ADJC, tem outra interpretação:“Para bem do judo, ele tem de ser destituído. Ao ler a mensagem, só posso concluir que está louco! Apresentou um orçamento retificativo que foi chumbado, trabalhando sem orçamento, e teve, em 8 meses, um prejuízo de 137 mil euros. Em julho, fez na dotação às associações um corte brutal de 29%, com efeitos retroativos desde janeiro, pondo em causa o seu normal funcionamento. Os clubes também nada receberam em 2013 e a maioria dos atletas deslocou-se a expensas próprias nas provas internacionais. Vem, agora, com promessas completamente demagógicas.”

Defesa
Costa Oliveira, por sua vez, pede na sua mensagem bom senso aos delegados: “O momento presente é muito difícil. Todos estamos a fazer um enorme esforço para ultrapassar a crise e, perante a minha eleição, ainda há tão pouco tempo, peço a vossa solidariedade para que encontremos o caminho conjunto a prosseguir.”

O presidente federativo promete para o novo ano: “Elaborar um novo orçamento para 2014 que referirá 45% das verbas para dotar o funcionamento das associações, percentagem nunca verificada em anos anteriores, eliminar as taxas a clubes e atletas, e restituir às associações os cortes verificados em 2013, ao longo de duodécimos em 2014.”

Desconfiado
Jorge Fernandes não está convencido:“Como se pode prometer aumentar as verbas no atual momento de crise? Estas promessas não são realistas, além de nesta altura não existir orçamento nem critério nas Seleções para 2014. A contestação é enorme e eu estou convencido de que a direção da FPJ vai cair.”

Costa Oliveira contrapõe:“Os fundamentos que levaram a requerer a discussão da minha destituição pecam por enorme falta de conhecimentos da realidade. Importa esclarecer todos para uma mais ponderada decisão na altura devida.”

Carlos Andrade cumpre estatutos
O presidente da AG da FPJ, Carlos Andrade, esclareceu ontem que basta haver uma percentagem de 20% entre os delegados para ser convocada uma AGextraordinária, como a que vai ser realizada a 11 de janeiro. “Não vai haver nenhum golpe de estado na Federação, porque os estatutos da FPJ permitem esta situação, no cumprimento das mais elementares regras democráticas. Estou a fazer cumprir os estatutos, de acordo com as minhas funções e, por isso, convoquei a AGextraordinária.” Caso Costa Oliveira não resista a uma moção de censura, serão convocadas, entretanto, eleições intercalares, num prazo de cerca de 60 dias.

* Não há nada melhor que o debate  e o confronto nos orgãos próprios.

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