30/12/2013

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HOJE NO
"i"

Estado gasta 1,6 milhões a 
reparar carros em quatro meses

As despesas dos vários organismos na aquisição de serviços de reparação e revisão de viaturas e compra de peças para os veículos das respectivas frotas estão em destaque no “Mercado da República” desta semana. A análise do i aos contratos publicados no portal Base permitiu concluir que os serviços públicos gastaram 1,6 milhões em menos de quatro meses. Os encargos assumidos pelo Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e da Câmara Municipal de Lisboa na última semana também estão em lugar de destaque

Os organismos do Estado gastaram 1,6 milhões de euros na reparação, revisão e substituição de peças de viaturas em pouco menos de quatro meses. De acordo com a análise do i aos contratos publicados no portal Base ( http://www.base.gov.pt/base2/) entre Setembro, data em que começou a funcionar o "Mercado da República", e o dia 26 de Dezembro, já foram publicados 878 contratos com estes fins. 

A MOTA NÃO GASTA
Os encargos assumidos nestes quase quatro meses, extrapolados para o resto do ano, apontam para uma despesa de cerca de 4,8 milhões em 2013, um valor acima dos 4,5 milhões de euros, que o Ministério das Finanças estima terem sido gastos nas manutenções das viaturas que integram o Parque de Veículos do Estado (PVE) em 2012.
Dados fornecidos recentemente ao i indicam que no final de Junho deste ano estavam registados 26 789 veículos no Sistema de Gestão do Parque de Veículos do Estado (SGPVE), menos 903 veículos (-3,26%) do que os registados no final de 2011.
O facto de a larga maioria do PVE ter mais de 10 anos pode explicar o facto de muitos organismos terem de recorrer tão frequentemente aos serviços das oficinas.

DG Alimentação é a que mais repara  
Mais de metade do total dos contratos publicados no período em análise são da responsabilidade da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). O i contabilizou 575 procedimentos com um custo global de 126,5 mil euros.
Segundo a listagem fornecida recentemente pelo Ministério das Finanças, a Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária é o 14.o organismo do Estado com mais veículos (223) numa lista liderada pela Guarda Nacional Republicana (1 975) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (981).
O segundo organismo que mais recorreu aos serviços de reparação de automóveis foi a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Esta entidade tutelada pelo Ministério da Justiça, que é o sexto do Estado com mais viaturas (589), publicou 81 contratos com um custo global de 36,5 mil euros. 

acidente custou 1040 euros  
A Secretaria-Geral do Ministério das Finanças foi o terceiro organismo com mais contratos (37) publicados com um valor total de 18,3 mil euros. No SGPVE, só tem 15 viaturas registadas mas a leitura dos contratos publicados permite concluir que algumas das reparações são de viaturas de outros serviços, como a Direcção- -Geral do Tesouro, a Inspecção-Geral de Finanças ou o gabinete do secretário de Estado da Administração Pública.
A revisão do BMW do demissionário Hélder Rosalino custou 722,17 euros e foi o segundo mais caro na lista deste organismo central, atrás dos custos de reparação de uma viatura após o "sinistro ocorrido em 24 de Setembro deste ano". Entre os restantes contratos destaque para as despesas efectuadas pela A.R.M - Águas e Resíduos da Madeira. Apesar de ter publicado apenas dois contratos, a compra de "peças e materiais para utilizar nas operações de manutenção preventiva" das viaturas da sua frota e os "pneus (novos e rechapados a frio), reparação de pneus e alinhamento de direcção das viaturas pesadas" representaram um encargo de 68,1 mil euros.
A Estradas de Portugal publicou três contratos com um custo global de 62,8 mil euros, a PSP dois por 59,9 mil e o Estado Maior do Exército seis por 47,6 mil euros. Na lista das reparações da instituição militar é de salientar os 11,5 mil euros gastos numa "viatura acidentada TP27 Toyota" e os 8 mil nas polémicas viaturas Pandur.
Em Outubro do ano passado, o "Público" noticiou que o Estado português já tinha pago 233 milhões de euros pela aquisição e manutenção destas viaturas. A análise do i aos contratos dos organismos da Defesa abrangeu apenas os procedimentos cujo objecto está bem definido. De fora ficaram dezenas de contratos que referem a compra de "sobressalentes diversos". A contabilização não incluiu também os 980 mil euros que o Ministério da Defesa pagou à Rolls Royce Brasil pela "reparação do Motor GEM MK1017" da Marinha. Entre os restante organismos destaque ainda para os 4,4 mil euros que a Casa Pia pagou pela reparação de diversas viaturas e aquisição de peças.

Coimbra foi a que mais gastou  
Analisando apenas os contratos publicados pelos municípios chega-se à conclusão de que a câmara de Coimbra foi a que mais gastou na reparação de viaturas. Os três contratos publicados representaram um gasto de 81,5 mil euros. A autarquia de Barcelos surge em segundo lugar nesta lista, com um único contrato de reparação de duas viaturas por 60,1 mil euros. Em terceiro na lista aparece o município de Lagos com 59,3 mil euros em 20 contratos e em quarto a câmara de Oeiras com 37,5 mil em dois.
Amarante e Lagoa fecham o top five dos municípios com mais despesas nesta área, com respectivamente, 32,3 mil euros em cinco contratos e 26,9 mil euros em 17. 

* A verba é grande, resta saber se todas as reparações valeram a pena.

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